Contingência
Collete havia escrito aquele bilhete como se fora deixar uma nesga de sua pele mais cara em um Museu de quinquilharias. A última linha acabou lhe prestando o favor que adiamos, toda vez que o destino, incompetente em saber-nos o curso, esclarece o que não pode.
Ele haveria de saber, sentir e inclinar-se na direção . Como ela. Sói.
Eram quatro da tarde e o suor lhe brotava da cara, imunda de beligerância e aziaga em urgência. Collete o viu chegar. O sabor de seu perfume lhe barafustou o espírito e engatilhou a certeza.
Naquela manhã o bilhete pousava enfiado numa massa córnea espantada. De surpresa e agradecimento.
Collete agora atende em um balcão, vendendo satisfação a quem tem sede. E, pede por outros bilhetes.