Sevícias
Adroaldo havia o que há na vicissitude de toda escolha que escolheu-nos sem nos legar a faculdade de escolher. Confuso? Apenas porque passeia, você, pelas mesmas vielas, indo sempre pelo mesmo beco e ruminando alhures o que nenhures os compadecidos entediaram existir.
Voltemos à nossa personagem. Nela reside minha teoria. Ia provecto, casando com o azar toda sorte de futuros que faziam o favor de forcejar o negar. De tudo que ele cria feliz, ou condição para.
E nessa lucubração sem epistemologia que fosse, cruzou-lhe o automóvel. Os pneus na sinfonia da borracha contra o asfalto e sua onomatopéia catedrática avançam Adroaldo ao encontro do cimento.
Ele acorda na mesa de cirurgia. A bela doutora lhe entrega o veredito. Adroaldo agradece à. Replica a medicina urgir rigor. O velho não entende. Não entendido é a ocasião, que se faça justiça.
Adroaldo, trabalho feito. Muito bem feito, tece critérios deselegantes para julgar sua salvadora. Ela desgosta. Ensaia um reclamar. Nada reclama.
Em tempo de deixar o prédio, o idoso, agora, é só pedidos. Sua responsável lhe reprova, pois um destes vaticina mais tragédia. O velho explica e a doutora chora. Não sei a metáfora. Nem se lhe marejaram os olhos. Não importa. Ou sim. Quem é que sabe?
Lá vai Adroaldo com sua perna em tempo de se recuperar plenamente. Para nada.
Lá vai a titular, em branco, pensando sem pensar, pois sempre é pois depois das ilações que costumamos ao horizonte que ignoramos.
Assim a letargia do tédio acaba assombrando quem vai e quem fica. Nunca fez diferença para a sevicia.