Não é preciso dizer

"Deixe-me ir, preciso andar, vou por aí a procurar, rir pra não chorar "

(Cartola)

Flanava em seu cipoal de estupefatas belezas, no cabedal de vidas que os ensejos da vontade, e dos desejos, erigem durante as conclusões que vão nascendo das pegadas deixadas durante o avanço.

Como o pilão que tritura, esmaga e conforta, uma vez que só resta a resignação da matéria agredida, cumpre a este que escreve lidar com o atestado de Clóvis. Lede, então e, se calhar, lhe, assim, depois das vírgulas, que não só respeitam o cardápio de regras da língua, também empurram uma urgência claudicante, julgai a escatologia que saltou sobre a personagem.

Clóvis, probo, mas probo envolto nas limitadas probabilidades que todo probo sabe por antecedência inata, organizava aquilo lá que fomos esticados a crer A existência. Aquilo lá, sabe você. Que o pêndulo do misantropo depois nos esclareceu ser nosso destino. Ser O único. Aquilo lá.

Pois bem, pois todo bem a de se ver com um pois logo mais, Clóvis ia obedecendo os pareceres que a Fortuna, essa vadia de inclinações que ignoramos, lhe descuidava. Levantava, vaso, chuveiro, fardamento, café, da manhã, pela manhã, para a manhã, e por ela, carro, popular, trânsito, em trânsito que desejava, mas que o zombava, como zomba de você que lê, escritório, bunda e cadeira, ponto, que entrava e sai, agora. Volta. Carro popular. Prédio popular. Apê. Mais popular. E, popular capital. Não Capital. Você sabe aqui o que está. Você que lê. Até aquele sorriso amarelo deve ser-lhe, agora.

Noutro dia, final, pranto do poeta que não sabe uma folha de papel, Clóvis chora. Clóvis, para ele, um cidadão reto, um tanto, que urgia uma alegria. Que fosse. Ou o aleatório é o que há e, sendo o que há, há de não ser?

Clóvis levanta, Clóvis vai o cediço. Surge a alvorada que promete a Clóvis promessa nenhuma.

E, se, condição das condições!, você me pergunta, onde diabos está o terror, dou-lhe o aforismo do gênio, "todos os caminhos levam a morte, perca-se então!"

E que a vírgula se meta onde quiser.

MementoMori
Enviado por MementoMori em 05/12/2020
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