Missão Catunda - CLTS 13
Tema: Escavação
Ressoou a buzina da locomotiva, estamos próximos do destino. Uma movimentação nos vagões, colegas iam e viam, discutindo uns com os outros, ansiosos. Os superiores a todo instante nos lembravam do propósito da viagem e como ela era importante para o desenvolvimento do país.
O ano é 1953, a presidente Emília Ribeiro investiu centenas de milhões de cruzeiros em uma nova tecnologia nacional capaz de fazer grandes escavações em regiões ricas em metais e minérios. O assunto é tratado como secreto, pois trata-se de um grande avanço do país no ramo da mineralogia – que terá, por consequência, avanço em outros setores – e o Governo pretende capitalizar, no estrangeiro, principalmente, esse ‘produto nacional’ o máximo possível.
Para a fase de testes foram contratados centenas de profissionais ligados ao âmbito da mineração e do solo em geral, dentre eles estou eu presente. Sou Eduardo Luís de Souza, tenho trinta e dois anos e sou geólogo há doze, também sou bacharel em Geografia – pelo amor em ensinar –, mas também já trabalhei bastante na área de exploração subterrânea; por isso, fui chamado para esta missão governamental.
O primeiro local escolhido para ser testado o maquinário foi Santa Quitéria, no Ceará. A seleção foi feita em razão da grande quantidade de uraninita descoberta na cidade, além de outros recursos minerais. Em homenagem a um ilustre filho do município, a expedição foi batizada como Missão Catunda, mas, subliminarmente, a escolha do nome tem um outro sentido. Isso porque ‘catunda’ significa boa sorte em um idioma indígena, fizeram isso para demonstrar o almejo brasileiro em ter sucesso com essa nova engenharia, então, era desejado a nós êxito nos testes.
Os ponteiros, no relógio, mostram: são cinco para as seis; estamos dentro do horário previsto. Consigo ver de longe alguns operários, pouco mais de vinte, talvez estão preparando os tratores e escavadeiras. Neste trem estão pouco mais de quarenta profissionais, porém, os chamados peões – esses trabalharão ‘no pesado’ – chegarão um pouco depois. Ouvi falar que serão trezentos deles, vindos em comboios; por isso demorarão.
Findou-se, enfim, a nossa viagem. O sol quentíssimo, o qual já nos fora comentado tamanha quentura desde o mês passado, parecia até derreter minha pele, e olha que eu nasci e cresci em um interior parecido com este. A vida, porém, afastou-me, quando adulto me tornei, dessa inclemência do astro. Fui esquecendo cada vez mais de como era senti-lo, agora, estou desacostumado, mas não será ele que nos tirará de nosso propósito.
Deram-nos um instante para aprumar-nos e, depois, seguimos para o foco dos trabalhadores: a Mina de Itataia. O chefe dos operários nos cumprimentou e conversou um toco de prosa com o nosso supervisor-geral, o engenheiro Marc R. Hull, filho de um famoso engenheiro britânico que trabalhou, por anos, em Fortaleza.
As instruções, posteriormente, às 14:54, que nos foram passadas eram:
- separar os trinta pesquisadores em seis grupos (azul, vermelho, roxo, branco, laranja e verde);
- cada conjunto juntar-se-ia com um número de cinquenta peões (estes que ainda estavam para chegar) para a exploração e análise do subsolo;
- nos grupos, cada um dos cinco profissionais, com função já determinada, deverá entregar relatórios, registros e amostras em prol de escolher a melhor forma de funcionamento do maquinário.
Enquanto os escavadores não chegaram, ficamos encarregados de fazer pequenas observações sobre a região, nada de importante. À noite o clima uniu-se às agradáveis conversas, alguns trabalhadores locais, que estão na missão, nos contam histórias e causos do lugar.
Nós tratamos tudo como entretenimento, são mentiras que o povo acredita e espalha para os outros. Querendo ou não, era legal de se ouvir. Uma história, porém, chamou-me a atenção. Eustáquio, de sessenta e dois anos, conta:
“Aqui, nesse município, há décadas atrás, pessoas eram mantidas em cárcere, trabalhando arduamente e sendo tratadas como animais pelo povo dito civilizado. Eram chibatadas e castigos, costas ensanguentadas, muitos não aguentavam, outros adoeciam. Os que não conseguiam eram mandados para a parte mais profunda da mina e lá ficavam até morrerem. Desde então, se pode ouvir lamúrias de dor e gritos por socorro vindos de lá dentro. É uma história muito antiga e respeitada pelos moradores...”
Ao fim de suas palavras, o silêncio fez-se presente. Todos nos encaramos. Temerosos? Nós, afinal, adentraremos naquelas cavernas... E se for verdade?
“Hahaha! Boa tentativa, mas essas conversas não enganam ninguém!” – Matias Filho, geotécnico, debochou do causo contado.
Um desrespeito? Sim, mas foi como um alívio para a maioria, descontraiu o ambiente e as faces receosas deram espaço para sorrisos jocosos. Eustáquio apenas negou com a cabeça, como quem diz ‘é, não adianta’. Foi uma noite tranquila. No dia seguinte, Marc alertou-nos sobre a iminente chegada dos peões.
Não demorou, às cinco e quarenta já se podia ver os comboios chegando. Então, os 300 mineradores já estavam à postos. O nosso supervisor tratou de repartir os conjuntos. Eu fiquei no roxo, era eu e mais quatro colegas (dois geólogos, dois geotécnicos e um petrólogo). Como acordado, três grupos entrarão dentro da Mina, onde separar-se-ão nas três lavras internas; o restante ficará na parte de cima, estudando o solo complexamente.
“Já sabem, quanto mais fundo vocês forem, mais registros haverão de fazer. Quero que cheguem, pelo menos, à quinhentos metros abaixo do chão hoje. Temos poucos dias para completar tudo, portanto, façam direito. Catunda!”
Foram essas as palavras de Hull para nós, serviram de ânimo. Então todos adentramos a Mina de uma vez. Poucas coisas, até então, importam, mas não posso deixar de negar que há nas paredes das grutas espécies de desenhos, como se fossem rupestres. Em algumas partes eu consigo perceber desenhos feitos à pedra, aparentemente, de pessoas bem esguias e amontoadas. Não faço ideia de quem fez e qual foi a sua pretensão com essas ‘artes’, porém, é visível não se tratar de coisas boas, deixam-me tristes, para falar a verdade.
“Ficará para trás mesmo?”
Alertou-me um colega, tirando-me de meus devaneios. Preciso ter foco. Estamos, agora, cerca de 124 metros de subsolo. Já consegui algumas amostras interessantes. Algumas rochas de caráter sedimentar e poucos minérios que sobraram das extrações. Tudo para o relatório. Adentrando ainda mais, já estamos na segunda centena de metros abaixo do chão.
Tudo estava ocorrendo bem, entretanto, algo no trajeto nos trouxe um dilema. Há dois caminhos à nossa frente (não disseram isso para nós lá em cima). Como o tempo é curto e devemos chegar ao ponto indicado por Marc, e não estamos nem na metade disso. Sendo assim, decidimos separar-nos; 25 mineiros para cada lado, 3 dos meus colegas iriam para o caminho esquerdo, eu e o outro seguiremos para a da direita.
Assim fomos, já chegamos à marca de 330 metros. Tudo estava tranquilo, estava. Gritos agonizantes ecoam lá pelo fundo da furna. O clima é de tensão, todos se preocupam com a outra parte da equipe, temendo que os gritos fossem da outra parte da nossa equipe. Na minha mente, porém, ressurgiu o causo contado por Eustáquio, os gritos...
“Vamos ajuda-los! Devem estar lá na frente, rápido!”
Quem disse foi um dos peões, e todos correram, rumando à escuridão.
Estamos correndo já faz um tempo, e os gritos oscilam, estranhamente, de volume, deixando-nos confusos. Já era incerto discernir de onde viam e já percorremos um espaço considerável e não chegamos a lugar algum. Foi quando ouvi uma voz dizer ‘PAREM!’, não sei de quem foi, deve ter sido de algum dos mineradores, e eu parei.
Cansado demais, ofegante e sem enxergar nada, aproveitei para descansar, contudo... O que estava ocorrendo, afinal? Apenas o eco de meu arfar. Foi aí que percebi a minha solidão naquele ambiente. Onde estavam os outros? Chamei por eles, nenhuma resposta, não podia sentir a presença de ninguém.
Como se não bastasse, um som forte, fortíssimo, um pouco atrás de mim, estrugiu. Pedregulhos pareciam rolar, e acontecia exatamente isso. Em meus pés acumulam pequenos fragmentos de rochas, consigo sentir. Ando um pouco para ver se consigo me situar melhor e tropeço num objeto, era um candeeiro. Por sorte tenho uns três palitos de fósforo guardados, acendi-o com uma pederneira.
Triste foi minha visão, o caminho para voltar à superfície está bloqueado com várias rochas e parece só ter eu aqui... Não consigo entender, não estávamos todos juntos? Como aconteceu isso? Talvez ocorreu um deslizamento e, na hora, acabei desfalecendo por alguma pedra ter me atingido e eles seguiram em frente. Mas..., não há em mim ferimento sequer, não há possibilidade de ter ocorrido isto. Estou confuso.
“Ei...”
Um sussurro. Era lá do fundo que vinha, será algum colega? Surge, então, uma pequena luz rubra, não se pode ver ninguém perto dela, é só a luz solitária. Ela move-se, lentamente, em movimentos circulares.
“Venha.”
Mesmo confuso e hesitante com tudo, era o que me restava. Não sei se estou simplesmente ouvindo vozes ou se realmente aquela luz me chamava. Segui até ela, então. Quando mais me aproximava, mais ela apagava-se, e, quando a alcancei, sumiu.
É, eu estou louco mesmo...
Então soprou um vento atrás de mim e ele foi forte para o fim da mina escura. A luz ressurgiu fragmentando-se rapidamente e se espalhando pelas paredes, iluminando os desenhos feitos nela como os que vi mais acima. Eles brilham em lindo efeito, possibilitam a visão para o caminho adiante, no fim do corredor de pedra há uma luz fraca, lá eu irei.
Ando um pouco devagar, ainda não sei o que se passa e preciso encontrar o restante do pessoal. Os desenhos, agora brilhantes em vermelho, mostravam silhuetas. A maior delas era a imagem de um ser antropomorfo com algo semelhante a um machado duplo na cabeça, bem grande e com uma escrita.
Percebi também que as paredes do corredor de pedra, além dos desenhos, também possuem alguns enfeites de búzios. Em uma das partes há vários búzios amontoados como se fossem ondas e dois desenhos em riscos formando duas pessoas segurando um espelho, sendo elas metade mulher e a outra metade com uma cauda de peixe.
Lá na frente vejo um homenzinho de média estatura e de cabelos bem brancos e de pele escura, ombros caídos e andado lento. Ele olhava para os cantos, estava de costas para mim, um idoso...
Ele não era um dos nossos, definitivamente.
Tenho que cuidar para não fazer barulho, vagarosamente eu sigo-o, ele vai andando, observando os desenhos, parece até mesmo derramar uma lágrima enquanto as vê. Chega, enfim, numa área aberta, com iluminação de tochas e alguns lampiões velhos, ele vai até o mesmo e para lá. Parece rezar.
“Kawô... kawô... kawô kabiesilê, kwaô...”
Mais um estrondo, estremece o chão como se tivesse sido tocado por um raio, quase denunciando minha posição. Apagam-se as tochas, sobra a escuridão. A mesma luz de outrora volta a se fazer presente, mais potente. Ela está como uma gota, a mesma coloração vermelha, na parte de cima, junta às rochas. Chega ao centro e começa a escorrer, caindo na mão do velho e se espalhando rispidamente por todos os cantos do vão e acerta as paredes, trazendo de volta os desenhos e iluminando-os.
O machado está lá de novo, bem ao centro, enorme, é o que mais brilha e o que mais me chama a atenção também. Pareço estar hipnotizado por ele, é como se me chamasse e eu vou, mas não por querer, e sim porque meu corpo responde por si próprio ao chamado.
Em frente ao velho, tudo começou a se transformar. As paredes tremem como se desabassem, vários pedregulhos rolam no chão e formam um círculo, estamos no centro. As rochinhas estagnadas quebram-se de repente, espalhando fragmentos. Dentro das pequenas pedras a mesma luz emana, porém, elas, como hologramas avermelhados, fazem surgir pessoas que ficam a nos encarar.
“Esses são os seus antepassados...”
E ele toca a minha cabeça, meu corpo fica como o deles e dissipa-se pelo ar. Parece até que me teleportei, voltei de volta para a superfície, mas está tudo diferente... Não há mais as máquinas de antes e nem as pessoas, as coisas estão antigas.
“Caminhando, imundo” – e uma pancada em minhas costas.
Agora percebo, estou acorrentado. Um homem me conduz para uma aglomeração, essa possui cerca de uns cem ou mais indivíduos, a maioria, assim como eu, com correntes nas mãos ou nos pés e alguns recebendo chibatadas.
“Vi esse daqui tentando fugir, estava longe do grupo!” – disse o que me acompanhava a um homem mais velho.
“Mostre a eles o que acontece com quem tenta fugir, então.” – empurraram-me, caí de joelhos no chão, começou a minha dor.
Covardemente, três homens ajuntaram-se e, com chicotes e porretes, começaram a me agredir, com o maior ódio do mundo. Já quase sem forças, cessam a violência, eu nem sinto minhas costas, apenas o sangue respingar pelas minhas pernas. Meus pares olham para mim com um misto de dor e fúria, mas não podem fazer muita coisa.
Colocam-me na fila e começam a adentrar a mina, dos cem, trinta entram e o restante é posto para minerar do lado de fora. O que ocorre?
Apenas idosos, doentes e outros sem um braço ou com alguma adversidade. Nos tratam feito lixo. Cada vez mais baixo, o mesmo percurso...
Onde estão os desenhos? Cá não se encontram, viajei no tempo.
Muita lamúria, muito choro, no caminho encontro outros irmãos, todos esfomeados, desesperados, desnutridos. Comem pedras para tentarem sobreviver, nem as ferramentas conseguem segurar. Os chamam de homens-pedra.
Não faço ideia para onde essa fila vai e nem o que acontecerá, porém, todos parecem bem sérios e conhecedores do que acontece. Alguns deixam uma lágrima descer, mas o velho, na frente, o mesmo da caverna, puxa cantigas...
“O grande rei não há de nos abandonar...
Dono da terra, dono das almas
É quem irá nos salvar...
É quem irá nos curar...”
“Cala-te, bruxo!” – uma paulada faz o ancião cair, mas levantou-se logo, se ficasse no chão apanharia mais.
E seguimos o caminho...
Já vejo os dois trajetos que vi quando desci essa mina pela primeira vez. A da esquerda iluminada e até com algumas ferragens para extração, definitivamente era lá que se trabalhava, mas, na direita, estava ainda com iluminação precária. Mandaram-nos seguir por ela, noto pouca diferença, porém, sinto falta dos desenhos...
“Esses inúteis, pelo menos, conseguiram chegar até onde mandamos...”
“Sim, cabo, deixe de lenga-lenga e faça o que deve ser feito de uma vez.” – e saiu o mais velho deles.
“Sim, senhor coronel.” – disse de cabeça baixa, em seguida gritou aos subordinados para que nos fizessem entrar naquele covil. Um por um, todos entraram.
Haviam dito a todos que seria uma escavação profunda...
Jogaram a gente naquele vazio de pedra e tamparam a entrada, simplesmente nos prenderam para sempre...
“Era assim que acontecia, foi assim que aconteceu...” – disse o velho.
Nem mesmo o pó das caveiras sobrou, quanta crueldade. Todos padeceram de fome e de dor. Lágrimas caídas no chão fazem surgir a marca do sangue daqueles que foram aprisionados na caverna. Agonia e desespero, os gritos agora fazem sentido.
As almas dos meus irmãos olhavam com aquele mesmo semblante triste e injustiçado...
Como pode o ser humano ser tão cruel assim?
“Meu mano! Meu mano! Acorde, vá!” – alguém me sacolejava.
Abri os olhos, era um dos mineradores.
“Parece que você teve um colapso! Do nada fechou os olhos e desviou-se do caminho, ninguém tinha percebido até que tivemos que nos separar para ir atrás de ti.” – disse, angustiado, seu João e com mais dez peões me olhando.
Me ajudaram e levaram de volta ao grupo, todos estavam preocupados e eu não soube explicar o que ocorreu e muito menos o que vi, se é que vi; mais parece que tive um sonho...
Pelo que ouvi de todos, nossa parte da missão havia sido bem-sucedida, conseguimos uma boa quantidade de informações, registros e amostras. Por isso, o nosso grupo resolveu retornar à superfície.
“Amigo, o que é isso pendurado em teu pescoço?” – falou Mário, um amigo de geologia, no meio do percurso de volta.
Eu nem percebi a tal pedra que ele tinha me dito, estava tão confuso... Era uma pedrinha de cor parecida com leite, mas também com várias manchas multi-cor, refletindo. Não sei de onde surgiu, mas apareceu como um colar em mim, acho que foi depois do meu despertar...
Depois do acontecido a missão prosseguiu, em alguns dias testaram a máquina e deu certo, extraíram, na primeira tentativa, cerca de 3 quilos de minérios, acima do esperado.
Passaram-se os meses, eu já estava em casa, recebi gratificações pelo trabalho e até condecorado fui, a própria presidente nos chamou à Brasília para dar-nos as congratulações. Todos os meus colegas ficaram irradiantes de alegria e conseguiram, com todo o conquistado, comprar propriedades e esbanjaram-se na vida. Eu, porém, nada mais conseguia pensar em algo que não fosse a visão que tive enquanto desacordado na mina.
Até hoje não entendo o que ocorreu e por que foi comigo...
Pus-me a procurar a história da cidade, o conteúdo era muito escasso. Tive que encontrar-me com um historiador quase centenário e ele contou-me um pouco da história dos homens que vi.
Eram, em sua maioria, nigerianos (e filhos destes) sequestrados da África na época escravocrata que foram levados aos montes para o interior para trabalharem tanto na mineração como no plantio. Eram constantemente maltratados e, os que adquiriam alguma morbidez com o tempo, para poupar dinheiro com caixões e nem chamar atenção dos (poucos) defensores da dignidade deles, eram levados ao fundo da mina para morrerem lá.
Esses, enquanto restavam momentos de vida, usavam das paredes para eternizar a cultura, a tradição e a saudade que tinham de sua mãe-terra natal.
Parecia, então, as coisas fazerem mais sentido após a explicação do senhor, nunca entendi porque os espíritos me escolheram para aquilo, mas algo me toca sempre que me lembro. Guardo até hoje a pedra que em mim apareceu naquele dia, imagino aquele ancião entregando para mim...
Vez ou outra eu sonho com as maldades que ocorriam com eles naquele tempo, chego a acordar sem ar, como se algum dos capatazes me enforcasse. Um dia retornarei a encontra-los novamente, até lá eu sigo cantando a canção:
“O grande rei não há de nos abandonar...
Dono da terra, dono das almas
É quem irá nos salvar...
É quem irá nos curar...”