Secas, sonhos e pesadelos - CLTS 13

General Sampaio-2009, sertão do Ceará.

Foi um ano atípico, chovia bastante desde o mês de março; para a alegria de toda população. Em julho, o açude que tinha o mesmo nome do município, estava cheio e sangrava entre os morros de sua lateral. A água além de abastecer o município, regava as plantações de todo o vale e matava a sede de todo o entorno, além disso, atraía turistas dos mais diversos lugares para se refrescarem em seu balneário.

Entre esses turistas, estava Igor, 22 anos, veio da capital com seu amigo Paulo para passar as férias na casa dos avós, que aliás nunca havia visitado. Igor era aventureiro e junto com seu amigo Paulo, adoravam viajar e explorar locais novos. Seus avós moravam em um casebre na beira do açude, empolgados, tinham trazido equipamentos de mergulho para explorar o fundo da barragem.

Não conheciam muito a barragem, mas como tinham equipamentos apropriados, como lanterna, óculos e balão de oxigênio, não tinham porquê se preocupar. Encontraram um tiozinho na beira d'água, deram-lhe 200 reais para pegar emprestado a sua canoa; sem questionar e feliz, deu os remos para Igor. Depressa embarcaram na canoa e remaram até longe. Chegando lá pelo meio do açude, pararam de remar, Paulo se virou para Igor e perguntou: "E aí, vamos tirar no par ou ímpar para ver quem mergulha primeiro?". Igor ganhou; vestiu a roupa de mergulho, colocou os equipamentos; Paulo falou que cada um passaria no máximo 15 minutos, combinado isso Igor pula na água, enquanto Paulo fica o observando. Paulo deita na proa da canoa e fica observando o céu. Uma brisa começa a bater forte e Paulo percebe que a canoa se movimentava um pouco, ele se levanta e fica alerta. No seu relógio agora marcava que Igor já estava há 14 minutos lá embaixo. Observa então se Igor já está voltando, e não ver nenhum sinal dele.

Debaixo da água os olhos de Igor já se estufavam, sua pernas tremiam como nunca antes, só podia ser uma trombose. Não, não era, o que fazia Igor estremecer era o que estava diante de seus olhos; não imaginava que ao mergulhar se depararia com visão tão sombria e macabra. Paulo já estava preocupado, pois Igor já tinha ultrapassado alguns minutos do combinado, já pensava em pular para ver o que tinha acontecido. Tão logo a cabeça de Igor aparece na superfície da água e com veracidade ele tenta subir na canoa. Paulo ajudou e o colocou dentro do barco. Paulo pergunta o que aconteceu, Igor responde: "Você não vai acreditar no que eu vi, lá embaixo tem umas coisas muito bizarras, mano; tem cruz, caveira e tudo. São várias cruzes e ossos espalhados; parece um cemitério". Paulo desacreditado fala: "Tu pirou moleque, tu tá é vendo coisa, isso é falta de oxigênio, aí afetou teu cérebro. Não deixou nenhum pouquinho para mim mergulhar também" Igor retruca "É sério cara, o que eu vi é real. Eu não tô me sentindo bem. Por favor, vamos voltar para a casa da vó".

Eles chegam na casa dos avós de Igor, ambos não trocam nenhuma palavra, Dona Raimunda percebe a situação e a estranheza entre os rapazes e pergunta "Vocês viram bicho foi? O que aconteceu?" Paulo responde: "É o Igor, disse que viu um cemitério debaixo d'água, onde já se viu!". Dona Raimunda fica com a cara séria, se senta na cadeira de balanço, olha pra janela e fala de costas para Paulo: "Mas é verdade, debaixo dessas águas tem muita gente enterrada, meu filho Expedito é um.” “É sério? Como assim?’’ “Ah meu filho, é muita história para contar, nem me lembro mais, a noite quanto o Joaquim chegar da mata, vocês perguntam a ele. Eu já estou esquecendo de tudo, tô velha, mas Joaquim lembra de tudo e sabe de muita história dessas águas e desse sertão.”

Chegava o fim da tarde, os últimos raios de luz refletiam na água do açude e o sol se escondia atrás da colina do Bom Jesus, formavam um lindo crepúsculo de brilhar os olhos. Joaquim cortava lenhas com um machado, faria uma fogueira, nessa época do ano fazia um pouco de frio e a fumaça espantava os mosquitos carapanã. Se reuniram todos ao redor da fogueira, na beira do açude. Todos em silêncio contemplavam a brisa e o calor da fogueira, enquanto a lua cheia surgia do outro lado do açude. Joaquim se levanta e rompe o silêncio "Vou lá dentro pegar o preazinho que cacei na mata, pra gente jantar". Preá é um mamífero roedor muito encontrado na caatinga, os sertanejos costumam comer sua carne assada.

Joaquim chega com o preá estrepado, se senta e aponta o espeto para a fogueira. Igor olha para seu avô e fala "Fiquei sabendo que o senhor sabe umas histórias sobre essas águas, mergulhei hoje aí e vi umas coisas muito bizarras, parecia um cemitério. O senhor pode me contar essas histórias?" Raimunda olha para seu esposo e fala: "Esse menino é muito curioso, é a cara do pai, enquanto você não chegava, ele não se aquietava. Conte Joaquim".

“Pois bem menino, a história é longa, a gente sofreu muito para tá aqui hoje, mas vou contar desde o começo. Lá pela década de trinta, pras bandas de Senador Pompeu, já era para mais de abril e nada de chover, fazia sete anos que não chovia nada, a esperança já estava morrendo, junto com o gado e os pequeninos. Meu patrão me liberou e disse que já não tinha nada o quê fazer, mandou eu soltar o gado e ir embora. Era só prejuízo manter aquela terra. Arrumei minhas trouxas em um cabo de enxada e peguei a estrada; eu não era o único retirante, na estrada tinham muitos homens, mulheres, crianças e animais fugindo da seca. Eu estava sozinho, mamãe já havia morrido na seca do 15 e meu pai fugiu pra Paraíba, sem deixar notícias. Meus irmãos já tinham ido embora, cada um para um lado, cada um por si e Deus por todos. Sem rumo, a primeira oportunidade que aparecesse eu agarraria, algum coronel que quisesse ser servido por mim, algum lugar que tivesse água, iria até a capital, se no caminho não encontrasse nada.

Andei um dia e uma noite, sem nada encontrar, sem água e com muita fome, ingeria o que aparecia. Comia calango, preá, mas até esses bichos estavam faltando. Com minha faca, cortava os cactos do caminho e tirava a água. Já com sono, não dava mais para andar naquela noite, entrei nas brenhas e procurei um lugar para me instalar, por sorte que a lua estava tão clara quanto hoje e eu conseguia enxergar o chão. Eu já estava tonto, minha cabeça doía e minhas pernas tremiam de febre, peguei minha trouxa e coloquei debaixo da cabeça e dormi ali mesmo entre as juremas.

Acordei com barulhos de tropas de cavalos passando na mata e roçando nos galhos, só podia ser os cangaceiros, era sim, virei para trás e tinha um em cima do cavalo olhando pra mim. Não consegui fugir, fiquei paralisado e minhas pernas tremiam. Meu corpo todo passou a tremer, num calafrio só. Agora eu via centenas de vacas magras mugindo e correndo em minha direção. Meu corpo tremeu de novo, despertei de fato. Estava tresvariando de febre, eram pesadelos alucinógenos, mas que na verdade retratavam meus medos. Já era manhã e o céu começava a clarear, de repente ouço vários passos fortes na estrada e muita gente conversando. Saio um pouco da mata e tento chegar mais perto para ouvir a conversa, me aproximo da estrada e entre os galhos das juremas secas consigo ver algumas pessoas, uma mulher com uma criança nas costas, alguns homens com caçoar e chinelos de couro. Ouço alguém falando "Bora Mariazinha, depressa, quando o sol nascer o trem sai para capital".

Essa era então uma oportunidade, arranjaria uma forma para conseguir uma passagem para a capital, esperei o bando passar para depois os seguir. Quando saí da mata, já não via mais ninguém. Caminhei um pouco e cheguei em uma estação de trem de carga, estava cheia de retirantes espalhados pelas plataformas. Amontoados, roupas rasgadas e sujas, esperando o trem da esperança. Escutou-se uma buzina e a fumaça subia sob a mata seca, era a maria fumaça, desesperados todos se levantam e aglomeram no parapeito da plataforma, muito empurra-empurra, algumas pessoas até caíram na linha. Enquanto o trem aproximava-se buzinando, os guardas armados de cassetetes e espingardas tentavam controlar a situação. Eu estava ali sem passagem, apenas com uma trouxa e uma enxada, larguei minhas coisas, teria que entrar ali de alguma forma. O trem para na estação, muita gente pula nas janelas do trem e tentam entrar, mas são surpreendidos e alvejados por tiros. Mas nem isso controlou as pessoas, as portas se abrem e de dentro saem agentes do governo armados, falando "Só entra quem tiver passagem"; as pessoas levantaram os bilhetes e amontoaram-se nas portas. Tentei entrar na multidão, abaixei e me pus entre as pessoas para passar, quando chego na porta, percebo que meu pé fica preso entre o trem e a plataforma, sou pisoteado e então o guarda atira para cima, a multidão deixa de entrar, ele puxa meu pé e me levanta, olha pro meus olhos e me empurra para dentro do trem. Logo ele fecha a porta e diz "não entra mais ninguém, o próximo só semana que vem".

Não posso dizer que respirei aliviado, pois sequer conseguia respirar direito no meio de toda aquela gente e aquele vagão sujo. Sentei naquele chão e a esperança me veio na cabeça: "Na capital vou conseguir serviço e lá vai ter muita fartura". Escorrei minha cabeça na lateral do trem e no cantinho enxergo um rato caminhando, coloco minha mão entre a carcaça e o chão, esperando o rato passar, quando ele passou, consegui pegá-lo com a mão, o levantei pelo rabo, olhei em seus pequenos olhos e falei: "ratinho maldito, me ensina como consegue tá com esse buxo tão cheio em meio a toda essa seca"; "perdoe-me Senhor, vou ter que fazer isso" fechei meu olhos e pus o rato vivo em minha boca, esmaguei seus pequenos ossos, enquanto o sangue escorria em minha boca, sentia sua cabeça dando os últimos sopapos no céu da minha boca, tirei da boca e certifiquei que ele estava morto, fui comendo de pouquinho em pouquinho cada parte do animalzinho, do meu lado uma moça me olhava com muita naturalidade e nenhum nojo, segurando uma criança, me olhava com desejo. Cheguei mais perto dela e falei: "Só sobrou essa perninha, você quer?" Ela balançou a cabeça para baixo e confirmou, pegou a perninha do rato e deu para seu filho, que colocou na boca sem cerimônia.

Olho pela janela e vejo uma paisagem seca, muitos ossos de vacas mortas, muito chão rachado, de repente o trem vai reduzindo a velocidade e vai parando devagar, as pessoas se questionam porque parou e perguntam se já chegou na capital, do lado de fora começam a aparecer dezenas de militares armados; diziam "desçam todos, desçam todos agora!" "Todos de mãos para o alto" foram descendo, agora não mais com pressa. "Quero ver todos os homens desse trem alinhados, mulheres e crianças fiquem do outro lado". "Prestem atenção, ninguém aqui vai para a capital, lá não é lugar para vocês, lá não tem serviço e já tá lotada; mas nosso excelentíssimo senhor presidente da república Getúlio Vargas dará um oportunidade para vocês, infelizmente não para todos, entre vocês escolheremos 30 homens que poderão levar até dois de sua família, o restante deverão voltar para suas casas."

Cerca de uns 70 homens foram perfilados, enquanto homens armados olhavam e passavam inspecionando todos, revistaram e retiraram suas armas. "Quem eu escolher, dê um passo à frente”, foram escolhidos um a um, eu era um dos últimos da fila." "28, 29, 30" "Vejamos, vou colocar mais um, 31". Fui o último escolhido. "Os outros se recolham, os escolhidos peguem suas esposas e até um filho". Todos pegaram sua família, eu estava sozinho, um oficial chegou até mim e perguntou "Não vai pegar sua mulher? Se não tem, escolha uma entre essas donzelas, com certeza não vai desperdiçar essa oportunidade". Olho para os lados, vejo então a moça que estava no trem, saía chorando com seu filho, "Aquela moça, volta aqui, venha conosco".

Não tinha nenhum povoado por perto, só mato. Formamos uma grande fila indiana, fomos direcionados para um caminho aparentemente recém aberto na mata. Guardas ficam atrás, no meio e na frente, e não falavam nada. Andamos por horas e o sol já estava baixando no horizonte. Chegamos perto de uma serra, a mata era um pouco mais densa e mais verde; do outro lado tinha outro morro, que podia se ver uma estrada, porém também não tinha povoado por perto. "Atenção, ficaremos aqui, montaremos um acampamento, amanhã vocês limparam esse terreno e aqui construiremos um centro de apoio para refugiadas da seca, vocês construirão e em troca receberão comidas e remédios para suas doenças, as mulheres farão comida, servirão nossos soldados e ensinarão as crianças sobre a lei de Deus. Nossos guardas ficarão de prontidão e observando o tempo todo. Não ouse se rebelarem." Achei uma boa oportunidade, e estaria disposto a fazer o que me pedissem, mesmo que o que recebesse em troca fosse apenas comida, mas era exatamente o que eu queria e precisava. Aquela moça que eu escolhi logo cedo, chegou até mim "Obrigado moço, não tenho nem como te agradecer, eu não saberia onde ir se não fosse você", perguntei seu nome, "Me chamo Raimunda".

“Por hoje é só, temos alguns sacos que vocês poderão usar para cobrir o chão e dormi em cima”; peguei um grande saco que tinha escrito: INDÚSTRIA BRASILEIRA ARROZ E FEIJÃO, achei uma pedra lisa e reta, dobrei o saco em algumas partes e coloquei debaixo da minha cabeça; ali me instalei. Raimunda e Expedito ficaram um pouco próximos de mim, em um buraco com areia fina que cabia os corpos dos dois e parecia mais confortável. Os guardas montaram várias tendas, grandes e protegidas do tempo. Não demorou muito para eu cair no sono. Um vento bate em minha nuca, um calafrio percorre da ponta do meu dedo ao ombro. De repente um sussurro no meu ouvido: “Quim, Quim, venha comigo, venha. Larga tudo isso, é melhor morrer. Aqui é bom demais, aqui tem tudo, vem com a mamãe. Aqui tem fartura, você vai poder comer todas as frutas e tomar banho de rio, igual naqueles tempo bom.” “Eu vou, mamãe, eu vou’’, “Me espera, me espera…” “Vem Quim...”

Acordei com o choro de Expedito e sua mãe o consolando. “O que ele tá sentindo?” perguntei; “É fome, Joaquim, é fome’’. “Eu também tô com fome, onde a gente vai arranjar comida?”. Ainda estava escuro e todos pareciam dormir, escuto um barulho, olhei para os lados e vejo umas luzes andando na mata, deveria ser os guardas, pensei. Tive então uma ideia: “Se aqueles são os guardas, então as tendas deles devem estar sem ninguém, lá deve ter comida.” “Raimunda, eu vou lá na tenda pegar comida, fica olhando se os guardas vêm, assobia se eles vierem” “Tá bom, cuidado.” Cheguei na tenda, realmente não tinha ninguém, estava muito escuro e eu não enxergava nada, passava as mãos por todos os lados e tentava sentir algum indício de comida. Procurei, procurei e nada encontrei, lá fora começava a clarear. Senti então algumas bananas por baixo de uns panos, foi então que ouvi um assobio. Os guardas devem estar vindo, pensei. Sai da tenda e me deparo com os guardas se aproximando. Eles me viram de longe, me pegaram no flagra, ouço gritos e um dos guardas começa a atirar e a correr em minha direção.

“Seu verme, seu flagelado, você acha que pode fazer a gente de besta? É assim que você agradece a nossa generosidade? Foi só um tiro no pé, mas poderia ter sido pior. Mas isso não vai ficar assim, não vão invadir nossa tenda e achar que vai ficar só por isso.”

Fui preso a um tronco e exposto para todos como ladrão. Quando o sol estava a pino, redemoinhos começam a levantar poeira e da serra começam a descer diversas camionetes. Chegando perto pude ver que eram mais trabalhadores; dessa vez só homens; agentes do governo desciam das caminhonetes e apontavam para a paisagem. Juntaram todos os trabalhadores e começaram a roçar toda a área. Perto do final da tarde, me tiraram do tronco, me deram um pouco de água e me colocaram em uma grande gaiola, disseram que iria ficar ali por um tempo. Os dias se passavam, cada vez mais as áreas estavam abertas, começavam a cavar e cavar. No fim do dia me davam um resto comida, quando conseguia, a Raimunda passava pela gaiola e me dava um pouco da comida dela.

Passando os dias, percebi que várias pessoas adoeciam e morriam, pegavam os corpos e enterravam em valas no berço da colina. Era tifo, diziam; as pessoas começavam ficar moles, continuavam trabalhando e ficavam cada vez pior, bolhas cheias de pus começavam a aparecer no corpo; as pessoas tinham febre e algumas, pneumonia. Parece que era um piolho que transmitia. Contei 30 corpos passando, enquanto eu estava preso. Até que certo dia um guarda veio na gaiola e falou: “É seu indigente, vai ganhar liberdade mais cedo, mas vai ter que trabalhar mais e com o pé desse jeito”. "Passei a trabalhar o dia todo sem parar, e todo dia morria gente. Algumas semanas se passaram e trouxeram mais gente para trabalhar nas escavações."

Joaquim é interrompido por Raimunda: “Meu Expedito, meu filho, o bichinho tão novo, morreu doente nos meus braços. Mas ele tá no céu graças à Deus”

“Tá sim” disse Joaquim. Finalizou: “Foi assim que construíram esse açude. Depois desse dia ainda morreram muita gente, cheguei a enterrar 12 corpos por dia. E todos foram enterrados aí, anos depois as águas cobriram. Finalmente a alma dessa gente viu água.”

Raimunda se recolheu e foi dormir, naquela noite ela teria seu último sonho, antes de descansar eternamente. Ela sonhou com seu filho Expedito, brincando com ele no paraíso.

Mas nem todas as almas vão para o céu, muitas ainda vagam por aí em busca de comida e de água. Os que andam nas estradas à noite relatam que escutam choros e gritos que dizem ser de retirantes sofrendo à procura de salvação. No açude, muitas almas revoltas, procuram por outras e levam consigo os banhistas e mergulhadores aventureiros. Igor morreu três dias depois, ficou mais curioso com a história de Joaquim e foi mergulhar novamente nas águas. Em 2016, depois de muito tempo, aconteceu uma grande seca e o açude seca quase que por completo. Um gigantesco acervo de ossos foram encontrados, uma cena horripilante.

Em homenagem a toda essa gente, todos os anos se realiza a caminhada das almas, para lembrar do povo que sofreu e sofre. Nessa oportunidade, várias almas se salvam, outras ficam por aí, vagando...

“E se Deus fosse um de nós, caminhando nessa estrada seca...”

Juan Bercles
Enviado por Juan Bercles em 27/11/2020
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