PORTAL - (ESPECIAL HALLOWEEN 23) - MINICONTO
Eles resolveram abafar o caso. O fato da entrada para o mundo perdido de Shamballa Estar o tempo todo debaixo de nossos narizes, aqui no Brasil, mais especificamente na Pedra da Gávea, no Rio de janeiro, era absurdo demais.
Sou o Dr Ruíz, arqueólogo e pesquisador da UFRJ e a pedra da Gávea e suas inscrições misteriosas sempre foram a minha obsessão. Passei alguns anos da minha vida na tradução das inscrições na rocha e finalmente consegui.
No dia 28 de abril do presente ano, eu e meu assistente viajamos até a Gávea para comprovar uma teoria que formulei a partir da tradução que fiz das inscrições gravadas na lateral da rocha, tradução essa que eu mantive em segredo até onde consegui.
Precisávamos tomar cuidado, pois era um lugar perigoso, algumas das muitas trilhas que há naquele lugar são refúgios de traficantes.
Resolvi cortar por um caminho alternativo, por dentro da floresta, até atingirmos o paredão onde as inscrições estavam gravadas na rocha.
Preparamos nosso equipamento de rapel e descemos até próximo a um dos olhos do rosto esculpido na pedra. Se minhas teorias estivessem certas deveria haver um portal ali.
Examinamos a rocha e descobrimos uma passagem para o interior da montanha e foi aí que o pesadelo começou.
Usando o equipamento de rapel, descemos uns sessenta metros em uma opressora escuridão em formato de cúpula, e quando finalmente pisamos em chão firme e acendemos os sinalizadores descobrimos que estávamos em uma especie de templo.
Começamos a comemorar, eufóricos pela descoberta que certamente mudaria o rumo da história.
Foi então que eu percebi que não estávamos sozinhos naquele lugar. Eu não quis falar nada para o Gabriel, meu assistente, mas logo percebi que estávamos sendo observados por alguma coisa que estava nas paredes da caverna.
Começamos a explorar o lugar e foi então que nos deparamos com a coisa mais incrível que eu já vi e toda a minha vida.
Bem na nossa frente havia um gigantesco círculo formado por uma espécie de líquido semelhante a mercúrio cromo. A coisa parecia surgir da parede de pedra exatamente à nossa frente, e estava se movendo criando estranhas ondas.
Me lembro que as coisas aconteceram bem rápidas. Me lembro que fomos atacados por seres estranhos que pareciam ser feitos de pedra. Me lembro de Gabriel gritando e quando olhei para ele o vi com metade do corpo dentro daquele círculo estranho. Eu iluminei a escuridão com a luz da lanterna e vi uma daquelas criaturas, na verdade o que vi foram olhos vermelhos terríveis, e escutei sons indescritíveis.
Eu saí correndo em pânico. Me lembro que me embrenhei pelo que parecia um vasto corredor e sai em uma sala negra repleta de sarcófagos. Vi coisas saindo do sarcófago e corri ainda mais gritando em estado de horror.
Aqueles seres eram diferentes dos primeiros, eles tinham formas humanas, e se moviam com agilidade.
Eu corri em meio as sombras daquele pesadelo. Me lembro que abri uma enorme porta de pedra e me deparei com uma estranha água azul.
As criaturas estavam vindo atrás de mim e eu não tive outra alternativa a não ser mergulhar.
Me lembro das coisas como meros flaches em minha mente. Me lembro de ter visto rostos estranhos na água.
Eu mergulhei em uma semi escuridão e quando acordei estava na baia de Guanabara onde fui resgatado pó um barco.
Eu tentei contar a história. Tentei mostrar ao mundo o que havia lá, mas fui riso como um louco. Ninguém acreditaria em um velho desaparecido há três semanas e com os parafusos soltos