Este conto é um fanfic de "O Nevoeiro" de Stephen King, tentando criar uma ambientação no Brasil e outras brincadeiras com o texto original.



A Neblina

 
 
Deixei meu marido cortando a árvore caída sobre o gradil da casa e desci a ladeira.

— Não consigo pegar a Futura — minha filha reclamou mexendo no rádio.

Assim que estacionei liguei para Davi. Estava preocupada, mas não imaginava por quê. Queria dizer-lhe que a árvore era pesada para ele, que fosse devagar.  Só ouvi zumbidos...

Uma brecha de desconforto me invadiu.

Caminhei para o supermercado em passos lentos, com tempo exato para apreciar um incidente: um casal colidiu em cheio com a porta de vidro. O homem abriu-a, com esforço e entraram rindo. Quando a eletricidade desaparece, somos surpreendidos de modos diferentes.
 
Lá dentro, um burburinho... Um barulho começava na distância, aumentando até se transformar no ulular de sirenes. Buzinada, chiado de freios e cheiro de borracha queimada. Algumas pessoas saindo das filas para espiar.

Minha inquietação começava a se concentrar. Fique calma, disse-me.
 
— Que cerração! — gritou um jovem entrando no estabelecimento.

— Deviam ver. — Ofegava, como se tivesse corrido. Ninguém disse nada.


— Vocês deviam ver! — repetiu, defensivo.

Algumas pessoas moveram os pés, mas não queriam perder o lugar na fila. Outras procuraram descobrir sobre o que ele falava. Um grandalhão escancarou a porta e saiu. Mais pessoas seguiram-no. Houve risadinhas. 

— Por que não vai dar uma espiada, Titina? — sugeriu Padre Reis. Sorri ao cumprimentá-lo.

— Não — falei de imediato, sem qualquer razão concreta.

Ouvi dizerem que o rapazinho devia estar brincando. Alguém mencionou uma linha de névoa na serra.

— Já vimos cerração sobre a cidade antes — outra observação.

— Nunca uma coisa assim — o rapaz parecia em transe. — Como é possível?

— Como nuvens que vemos de um avião. — Sorri e passei o braço pelos ombros de minha filha. — Alguma sobra da chuvarada, nada mais.

— Esquisito — o padre me lançou outro olhar dubitativo, com a mão em pala sobre os olhos, meneou a cabeça e tornou a observar o banco de névoa. — Parece aproximar.

— Só se desafiar todas as leis da natureza, porque o vento sopra em sentido contrário — eu tentava tranquilizar, porém a sensação era de Dia do Juízo Final.
 
Foi quando Padre Reis gritou, com voz potente:
NÃO SAIAM! —  As filas se desorganizavam inteiramente, com gente que saía para espiar a neblina ou que andava de um lado para outro.

NÃO SAIAM!! — gritou o sacerdote. — É a morte! Sinto que ela está lá fora! — à volta dele pessoas se movimentaram.

Então, um homem empurrou a porta com violência. Seu nariz sangrava:

— Há alguma coisa naquela nevoeira! Alguém foi agarrado... — gritou, tropeçou em uma banqueta. — Ouvi um chamado!
 
A situação mudou. Já nervosos pelas sirenes, pela falta de sinal do celular, do rádio, da força elétrica e pelo ambiente, todos começaram a se mover como um todo.

Não houve pânico ainda. Não houve correria. As pessoas andavam. Paravam nas portas e olhavam para fora ou saíam. Houve um barulho de vidro quebrado e latas de Coca rolaram.
O gerente da loja gritou:

— Ei! Ninguém sai sem pagar! — Mesmo aqueles que riram dele, estavam perplexos, confusos.

Devia ter voltado para casa nessa hora. Contudo, talvez fosse tarde demais. 
 

Padre Reis trovejou novamente para que ninguém saísse do local.
 
— Estou com medo. Vamos para casa? E aquele homem cheio de sangue, mãe? — Titina choramingou.

— É só o nariz dele.

— O que quis dizer, com alguma coisa na neblina? — insistiu.
 
Recebi um encontrão que me fez perder o equilíbrio. A confusão aumentava. A moça do caixa quis sair, um freguês a puxou de volta. Ela avançou, pronta a lhe bater. O homem berrou com ela.

— Cristo, o que está acontecendo? — alguém exclamou.

Foi quando começou a escurecer... No momento, pensei que não podia estar anoitecendo e olhei as lâmpadas, em ato reflexo. Não fui a única.

Até recordar a interrupção da energia elétrica, pareceu-me que as luzes se apagaram. E, antes que as pessoas espremidas contra as vidraças começassem a gritar e apontar, adivinhei:

Era a neblina eclipsando o sol, uma moeda de prata no céu, vista através de uma fina camada de nuvens. Vinha com rapidez, sem reflexos. Rolava pela avenida negra, apagando-a. A praça pareceu ter sido abocanhado, transformando-se em um fino risco de lápis. Então, desapareceu...

Infiltrava-se, pela porta aberta, um cheiro vagamente acre. O branco-opaco pressionava-se contra as vidraças do prédio.  Gavinhas, como renda flutuante, esgueiravam-se pelas frestas. A luz prateada invadia os pulmões. Tentei cuidadosamente puxar o ar, então com mais força, e finalmente lutei com ímpeto. Era uma sensação estranha.

Olhei ao redor, mas não tinha ar para gritar por socorro, e ninguém para me ajudar, de qualquer modo. Ao me virar, vi pelas expressões dos demais, que todos estavam passando pelo mesmo. Titina tinha os braços enrolados ao redor do corpo e um olhar de terror mudo nos olhos. Estremeci pensando em meu marido, em casa.
 
Uma mulher fez o sinal da cruz três vezes. Um bebê chorou prolongado. Um velho gemeu e atirou-se por um corredor, em direção à porta. Uns poucos riam, excitados. Titina apertou-se mais contra mim; tremia como um monte frouxo de fios, percorridos por alta voltagem.
 
Então, desencadeou o estouro. Ansiedades, frêmitos vinham brotando... Os ânimos se inflavam com a verdade sufocada, com propostas sem pejo... Vozes abafadas por choros e tapas. Podia-se ouvir o barulho do sangue correndo nas veias, o pulsar dos cérebros, a agitação das febres... a força fácil sobre gatilhos do medo.

Muitas pessoas penetraram na cerração e ninguém mais tornou a vê-los. Outras amontoavam-se nas portas envidraçadas entre empurrões e encontros. Garrafas se estilhaçaram no piso. O ar cheio. O ar úmido do humano sofrimento. A dor perdida no ar...
 
Titina correu rumo à porta. Agarrei-a, antes que me fugisse do alcance:

— Nada disso, querida! — falei.

— O quê? — ela se virou para mim.
— É melhor esperar para ver.

— Ver o quê?

— Sei lá...  
 
— Meus filhos ficaram em casa! — ...um guincho me interrompeu. Impossível que qualquer par de pulmões contivesse ar suficiente para aguentar semelhante uivo —Ninguém aqui... ninguém leva uma senhora em casa?

O guincho não foi diminuindo; estancou de repente. Não houve resposta. Ela olhou rosto por rosto. E saiu...  Vimos a névoa abraçá-la, torná-la insubstancial, não mais um ser humano, o desenho do ente feito no papel mais branco do mundo.

Um outro homem a seguiu. Talvez pretendesse resgatá-la. Por um momento, ficou visível através do vidro e da neblina, como uma figura discernida através do leite em um copo. Algo além dele pareceu mover- se, uma sombra cinzenta em toda aquela brancura. Tive a impressão de que ele foi puxado para o interior da bruma, as mãos se debatendo...

 
— Não é uma cerração igual às outras — disse-me Titina agarrada às minhas pernas. Ergueu o rosto circundado de sombras. Senti algo como uma lâmina fria me varando — talvez ela pressentisse algo.

— Não, não é igual — falei, não querendo mentir.
 
— Não vão lá fora! — crocitou Padre Reis. — Os demônios... — Ninguém parecia disposto a discutir ou rir.
 
Houve outro som saído da névoa. Furtivo, suave, persistente. Parou, depois recomeçou, com um furtivo baque. Fechei os olhos com força, afastando a visão de uma mão seca e morta, prensada como papel fino, arranhando, tentando entrar. O medo dobrou meu estômago, e senti que meu rosto endurecia.

— Vocês ouviram? — Minha voz soava estranha aos meus próprios ouvidos.

— O que foi? — um sujeito perguntou.

— Não sei. Um ruído rastejante. 

— Foram seus nervos — disse outro.
 

Fiquei ali, xingando-me e esfregando a cabeça, dizendo a mim mesma para ficar calma e sair daquele lugar. Não. Não foram meus nervos.  Não adiantava explicar, podia ver pela maneira como me olhavam. Não queriam mais notícias ruins; nada amedrontador ou fora do normal. Já haviam tido o suficiente.

O silêncio que se seguiu foi a quietude expectante esperando algo mais... As pessoas na fronteira das vidraças, espiando o lençol de névoa. Outras, pelos corredores, perambulavam como fantasmas. O sacerdote reunira um pequeno grupo de ouvintes.

— Quem sair daqui MORRERÁ! — repetia agudamente. O rosto projetava-se para diante, como se inchasse.

— Pare de falar assim! — Um moleque o empurrou e ele caiu. O tombo conseguiu uma dose de risadas.

— É A MORTE! — aqueles que riam calaram-se prontamente. O religioso levantou-se e avançou para o centro do círculo que se formara, irradiando luminosidade própria.
 

— Por favor! Se apenas esperarmos... — uma confusão de gritos conflitantes acolheu minhas palavras:

— Ela tem razão!

— Cabeça fria...

— VOCÊS OUVEM, mas não escutam! QUEM QUER IR LÁ FORA... e constatar por si mesmo? — Os olhos do reverendo passaram em torno, afiados e malevolamente cintilantes e depois caíram em mim.

— O que pretende fazer sobre isto, Jenifer? O que pensa que pode fazer?


O religioso sorriu, como uma caveira:

— É O FIM, estou lhes dizendo. Final dos Tempos.

— Não podem fazê-lo calar a boca? — explodiu uma adolescente.
— Não está com medo, queridinha? — perguntou, virando-se para ela. —No entanto, quando as criaturas imundas que o ímpio lançou vierem buscá-la...
— Basta!  É um monte de merda — disse irritadamente um homem, apesar de olhar para as vidraças da fachada, de maneira inquieta e especulativa.
— É o fim! É A MORTE! Parece algo saído de um pesadelo, mas é a pura verdade — Padre Reis exibia sorriso alucinado.
 
Do meio do nevoeiro, chegou um grito agudo e oscilante. Senti aquele cheiro acre e difuso de novo. Odor antinatural. Mais dois gritos brotaram. O primeiro, talvez de medo. O segundo, de dor.
Foi quando algo se desenrolou da névoa. Impossível distinguir contra o fundo branco, mas podia ser ouvido. Soava como um chicote de couro, desenrolando-se sem muita pressa.

Uma coisa albina-voadora procurava abrir caminho, através de um buraco no vidro. Ouvia-se o arranhar, agora que parte da gritaria cessara. Pontos vermelhos cintilaram. A criatura tentou abrir as asas, que batiam contra as paredes e se dobravam sobre si, acima das costas arqueadas.

De certo modo, talvez o nevoeiro nos estivesse protegendo... escondendo-nos do mal. Só que o esconderijo poderia não durar muito...

— Não existe defesa contra a VONTADE de DEUS! Isto estava para vir — a boca do vigário era uma linha de corda em nós. —  OS SINAIS. Ninguém é mais cego do que quem não quer...

— Afinal, o que quer dizer? — alguém o cortou impaciente.

— Pretendendo? — o padre olhou para todos nós.  — Que se preparem para encontrar Deus!
 

— Acho que devia calar-se — falei para ele. — Está assustando.

— Só há uma chance. Um sacrifício — o pregador parecia rir na claridade mortiça. No rosto sulcado por fortes linhas verticais, a língua dançava em torno dos dentes desiguais. — UM SACRIFÍCIO DE SANGUE...

As palavras ficaram suspensas no ar, girando lentamente. Desconfiei que traziam motivos mais profundos e mais sombrios, mesmo acreditando que se referiam a algum animal de estimação. Havia alguns trotando pelo mercado, apesar dos regulamentos.

Esconjuros nasceram aqui e ali. Um baixote deu-lhe um tapa, de mão espalmada. Um filete de sangue escorreu no sulco de uma ruga, da boca ao queixo, assemelhando a um pingo de chuva descendo por uma calha. O padre levou a mão à boca, depois estendeu-a, em uma acusação sem palavras, mostrando a palma suja do sangue.

— Esta noite, quando ficar escuro. Os demônios virão e levarão mais alguém. É com a noite que virão. Rastejando e coleando. E quando estiverem aqui suplicarão a mim que lhes mostre o que fazer! — sussurrou, malévolo. Os olhos negros pareceram dançar, com louca alegria. — Agridam-me.

— O senhor estava provocando! — exclamou uma velha.

Ocorreu-me que a maioria de nós devia ter aparência infeliz e envelhecida. Menos Padre Reis. Ele aparentava de algum modo mais jovem e mais vital. Como se... estivesse se alimentando daquilo. Irradiando veneno. E, se pessoas estiverem apavoradas pelo tempo suficiente, apegar-se-iam a quem quer que lhes prometesse uma solução.

Reis deu um passo à frente. Seus olhos chispavam. Havia horas estávamos acuados e ainda não tínhamos conseguido fazer nada que valesse a pena. Portanto, não era de admirar que estivesse aumentando seu rebanho. A ideia de que um grupo ouvindo sua arenga sobre abismos do inferno, produzia em mim uma terrível sensação de claustrofobia.
 
O padre começou a falar sobre sacrifício outra vez. SACRIFÍCIO HUMANO. Pediram mais uma vez para cessar com aquelas sandices. Pessoas que estavam com ele, responderam que ainda vivíamos em um país livre. Todas tinham a aparência de quem esteve em um acidente de carro ou viu um disco-voador pousar.

— Vocês não podem sair! Se saírem, é morte certa! Já deviam saber disso.

— Ninguém se meteu com o senhor — respondi. Ele puxou fardos de uma prateleira, espalhando latas pelo chão. Soda esguichava para todos os lados.

— Aqui temos o tipo de pessoas que atraíram isto! — gritou ele. — Pessoas que não se dobram à vontade do Todo-Poderoso! Pecadores orgulhosos, obstinados! É dentre eles que deve vir o sacrifício! Dentre eles virá o sangue da expiação!

Um crescente murmúrio de assentimento... O sacerdote estava frenético. A saliva saltava-lhe dos lábios, enquanto orava para os que se amontoavam às suas costas:

— É a menina que queremos! Peguem-na!

O grupo avançou, recuei, cambaleante, apertando minha filha com força. Com os braços enrolados em meu pescoço, ela olhou para mim, aterrorizada. Era um apocalipse de sombria alegria. O vigário não era mais a mesma pessoa. Sua mente se estiolara.

— Deixe-nos em paz! — O orador olhou para mim assustado. Era quase como se tivesse esquecido que eu estava ali.

De repente, eu o odiava. Odiava essa conversinha idiota, sua falsa preocupação com os fiéis, sua horrível batina e tudo o mais nele. Senti a raiva ardendo não só pelo que estava fazendo comigo, mas pela insensibilidade dele com minha menina, usando as pessoas que eu amava como peças humanas em seu joguinho patético.

Consegui mover os pés e, ao meu lado, meus amigos estavam se mexendo também. Avancei e me pus a esmurrar o falso profeta, em loucos socos de esquerda e direita, apenas agredindo. Então, esmurrei-o abaixo no estômago, o ar escapou de seu corpo e ele parou de falar. Ao meu lado, estava com o corpo dobrado em agonia, respirações curtas e rasas saindo por entre os dentes.
 

Não sei quanto tempo continuaria a esmurrá-lo, se alguém não me agarrasse pelos braços. Libertei-me com um puxão e me virei. Esperava que fosse alguém que quisesse esmurrá-lo também.
Ele abriu e fechou a boca. Uma vez. Duas vezes. Estava querendo falar. Por fim, conseguiu:

— Peguem as duas! — gritou o clérigo. — Peguem essa prostituta também!

Fui invadida por um senso total de irrealidade. Sombras dançavam nas paredes, distorcidas e monstruosas pelos fachos de luz que se entrecruzavam pelas paredes. Fiquei uma coisa esquisita e perdi a orientação. Minha respiração parecia um vento rasteiro, agitando palha.

Eu me armei de coragem e joguei o corpo para frente. Faca nas mãos... Com uma flexão, rasguei a garganta do padre de lado a lado. O sangue começou a fluir.

O que fiz? Meu coração cambaleou e deu um salto de mergulho... Batia alto no silêncio. Tão forte que coloquei a mão sobre ele, como se pudesse silenciá-lo ao pressioná-lo.

— Olhe bem para isso. Olhe bem para o que você fez... — alguém gritou, com medo e raiva.

— Você o assassinou! — Entretanto, ninguém apontava que ele estivera planejando algo similar contra mim!  Contra minha garotinha!!!

Eu permaneci imóvel na posição de ataque. Fiquei assim por algum tempo, os cabelos caídos no rosto, esperando para ver se ia perder os sentidos, vomitar ou qualquer coisa. Tentava me recordar do impulso que tivera, do ímpeto de raiva e de amor.
Alguém me tocou de leve.

— Eu o matei — disse, em voz rouca.

— Não tinha saída! — consolaram-me.

Todos estavam preocupados que um grande colapso fosse iminente. No entanto, a “congregação" começou a debandar, após eliminado o foco. Nenhum dos membros afastava os olhos da figura caída e do sangue escuro que começava a espalhar-se.

Um grupo recolheu o corpo e atirou-o para dentro da cerração. Sumiu... Aquele seria o sacrifício pedido pelos demônios?

 
Foi o que aconteceu. Ou, quase tudo o que aconteceu. A névoa trouxe infortúnios nas camadas do ar, estrangulados pelo vento: vozes remotas, soluços de lugares para sempre perdidos, os primeiros gritos do homem sem rumo, catástrofes em elaboração...
A vida voltava com rapidez chocante através de alguma fenda mínima na cerração úmida.
 
 
Quando a neblina se afastou, transformando o ato de dirigir em um risco não-suicida, minha filha e eu voltamos para casa.

— O que houve? — Davi perguntou. Parecia que a névoa nem passara por ele. Lembrei da sua borda já distante quase tão reta como uma régua:

— Foi Deus — pude sentir no meu sussurro a influência do Padre Reis. Maldito! Completa loucura da natureza... que encontrara eco, como se tivesse instalado nas mentes uma súbita consciência de que algum ser atávico tivesse liberado a névoa, soltando a raiva e confusão.
 

Teria de responder pelos meus atos..., mas, naquela noite precisava dormir... se conseguir dormir, em vez de ser assombrada até o amanhecer pelo rosto do sacerdote. Entretanto, primeiro quero beijar minha filha e lhe cantar uma melodia. Contra os pesadelos que possam surgir.



 
 
 
Fheluany Nogueira
Enviado por Fheluany Nogueira em 28/09/2020
Código do texto: T7074538
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