Era Sábado

Eram nove da manhã de sábado, Pedrinho já estava aproveitando final de semana brincando com seu cachorro na varanda de sua casa. Seus pais ainda estavam dormindo, na noite passada os dois o haviam deixado com Suellen, a babá do menino.

Na frente da casa, tinha um pequeno bosque que do outro lado tinha outra vila, onde seu melhor amigo, Lucas, morava. Relutou em se ia ou não ia, seus pais o proibiam de ir sem o consentimento deles. Então o garoto esperou. Deitado olhando o teto da varanda, o cachorro lambendo seu braço, fazendo o garoto rir, meia hora depois o cachorro se cansou e foi deitar também e Pedrinho acabara dormindo ali mesmo.

Hellen abriu os olhos, os esfregou um pouco, o quarto estava escuro, as cortinas estavam fechadas, bocejou por um tempo e percebeu que o marido já havia levantado. O relógio analógico em cima do criado-mudo indicava nove horas, deitou por mais um pouco. Quando voltou a acordar, eram dez. Levantou, calçou os chinelos e abriu as cortinas. Levantou a sobrancelha e de repente as arqueou mais ainda lembrando de seu filho. Já era noite, ou ainda era noite, ela não sabia, só saiu correndo para o quarto de seu filho e este por sua vez, não estava lá, então ela checou no banheiro, cozinha, sala, e o garoto não estava em nenhum lugar, até que chegou na varanda.

Assustado e totalmente alheio ao pavor da mãe, Pedrinho acorda no colo da mesma. Ela chorava e agarrado aos braços da mãe, o garoto se pergunta o que havia acontecido.

-Cadê meu pai?-perguntou o garoto

-Somos só nós agora!-respondeu ela, tremula

No bosque a frente, Fernando, pai de Pedrinho e esposo de Hellen, joga a ultima pazada de terra na cova onde enterrara os dois, eram uma da tarde. Ele então ouve passos e percebe que de longe o pequeno Lucas com seu casaquinho azul e vermelho vinha em sua direção e num grito:

-O Pedrinho pode brincar tio?

-Pode!-gritou o pai de volta - Ele está lá dentro!