Gato Felpudo
A campainha tocou escoando o som pela casa que ainda estava vazia, Gustavo estava recém no início da arrumação da mudança para sua nova casa que era bem antiga, mas tinha sido vendida por um valor imperdível.
Ele saiu tropeçando em um das caixas de papelão espalhada pela casa.
__ Oi amor, vim ver a casa antes de ir pra faculdade.
Gustavo deu um selinho em sua boca.
__ Seja bem vinda a minha mansão.
Disse com um sorriso no rosto.
__ Espera, só vou buscar uma coisa.
A garota tirou do porta malas do carro uma caixinha.
Gustavo tevê um mal pressentimento. Ela colocou a caixa sobre o piso da sala e a abriu, era um gato.
__ Como sei que você também ama gatos assim como eu como agora mora sozinho pensei que seria uma boa ideia te dar um.
Gustavo olhou como cara de pesar para o gato.
__ Que foi? __ Não gostou?
Perguntou com tristeza no rosto.
__ Claro que gostei.
Era mentira, ele odiava gatos, mas tinha usado o seu falso amor pelos felinos para se aproximar dela e não queria se desmentir agora.
Ela foi embora e o deixou sozinho com o gato preto de pelo arrepiado. Era um dos gatos mais feios que tinha visto na vida.
Ele pegou o animal pelo coro do pescoço, como via as mães gatas fizerem com os filhotes e o encarou.
O gato começou a miar, ele não suportava miados de gatos, colocou o animal novamente na caixa e respirou fundo.
__ Bem feito pra mim. __ Quem mandou eu ser mentiroso. __ Agora vou ter que cuidar de bicho feio.
O gato miou de um jeito que parecia dizer sim e concordar com ele.
Na primeira noite em sua casa não conseguia dormir, o gato ficava arranhando o chão e fazendo barulho, deveria ser vingança do felino pela má recepção.
Estava tão frio aquele dia e suas cobertas tão quentinhas que preferiu só enfiar o travesseiro na cara e deixar pra resolver aquela questão depois.
Vários dias se passaram e Felpudo, nome dado pela sua namorada, incomodava e atrapalhava sua noite de sono, aranhava e fazia barulho, derubava as coisas no chão.
Quando levantou viu marcas de arranhões pelos assoalhos de madeira, pegou o animal com raiva e o colocou no carro.
__ Vamos ver se conseguirá infernizar minha vida depois de hoje.
Ele dirigiu até perto de uma mata, desceu do carro para dar uma olhada no lugar, caminhando ele achou um poço, muito fundo que estava desativado, mas ainda tinha água da chuva dos dias anteriores.
Buscou o gato no colo, o animal ronronava e se esfregava em seu braço que utilizava para o apoiar.
Ele jogou o gato pelo poço que o arranhou antes de cair, deu pra ouvir batendo na parede e depois na água do fundo.
Gustavo voltou para o carro e foi embora contente que havia se livrado do Felpudo.
Já estava indo dormir quando sua namorada ligou.
__ Oi amor.
__ boa noite, como está você e o Felpudo?
__ O Felpudo saiu pra passear, mas os gatos sempre fazem isso.
Torceu para que não fizesse muitas perguntas.
__ Ele sumiu?
__ Não, é normal os gatos fazerem isso, amanha estará de volta.
Neste instante escutou o barulho que escutava toda noite, arranhando o assoalho, só que o gato não estava mais lá.