SOMBRAS – CLTS 12
Estava há duas semanas sem dormir. Não conseguia. Havia tentado de tudo antes de começar a usar as drogas recomendadas pelo médico. Na noite anterior um medicamento natural indicado por um amigo o fez sentir-se muito mal e agora precisava tentar com os comprimidos que tinham ficado guardados numa gaveta. Preparou-se para dormir e, já na cama, tomou o remédio de tarja preta. Não demorou a sentir um torpor no corpo cansado, mas não chegou a adormecer. Levantou quase cambaleando e, às apalpadelas, alcançou o lavabo. Pôs as mãos em concha, as encheu com água para molhar o rosto e, ao olhar-se no espelho, deu um salto para trás assustado porque não viu sua imagem refletida na pouca luminosidade do lugar. Tateou a parede e encontrou o interruptor, rapidamente acendendo a luz. Conseguiu ver-se e o que o espelho mostrava não parecia nada com ele. Estava lívido, transtornado, com expressão de medo. Sentiu os joelhos tremerem e a boca seca. Precisava beber alguma coisa para se acalmar e, ao cruzar a porta que dava no corredor de acesso ao quarto, deparou-se com um crucifixo que a namorada tinha lhe dado tempos atrás. Parou e achou que deveria rezar. Havia muito tempo que não rezava, nem mesmo fazia o sinal da cruz quando passava por ele e pensou que poderia estar amaldiçoado por causa disso. E enquanto tentava lembrar da oração, notou que os braços do Cristo Crucificado se mexiam, como se aquele corpo fosse real e estivesse vivo, tentando se acomodar melhor na cruz para aliviar o peso e as dores sentidas. Não dava para tirar os olhos do que via. Agora eram as pernas que se moviam em uma cadência alternada com os braços. Esfregou os olhos, voltou a olhar e lá estava Ele, num triste e sofrido movimento. Enfeitiçado por aquela cena, era impossível não se comover. Vivia aquele terrível e intenso sofrimento junto com o Divino.
Pensando que se contasse iriam dizer que era louco, decidiu filmar o que estava vendo para provar a todos que era tudo real. Apanhou o celular e começou a gravar. Segundos após ter começado o registro dos lentos movimentos dos braços e pernas que continuavam a espantá-lo, uma aterrorizante sombra surgiu repentinamente tentando retirar o crucifixo da parede, sendo seguida por várias mãos que buscavam alcançar aquele corpo preso a uma cruz e que já se mostrava extenuado. Enquanto via o crucifixo movendo-se, estarrecido ele só conseguia murmurar “Meu Deus, Meu Deus!”, levando a mão livre até a boca para evitar o grito. Num estalo, parou de ver o que acontecia indo então copiar as imagens no computador porque não queria correr o menor risco de perdê-las. Salvou e começou a assistir ao filme obtido. Estava perplexo, e duvidando do que estava registrado no vídeo, resolveu voltar ao corredor para certificar-se de que tinha realmente visto tudo aquilo, confirmando que as sombras negras continuavam lá, furiosamente tentando agarrar a imagem do Salvador, mesmo quando já começava a amanhecer.
Agora não estava preocupado com a falta de sono, pois algo muito mais importante havia acontecido e não via a hora de mostrar a gravação para ela. Acomodou-se no sofá e uma lembrança da infância lhe veio à mente. Sua mãe costumava contar que, quando tinha pouco mais de dois anos, sentado no colo dela uma noite olhou fixamente para a parede em frente e começou a falar: “E lá vão eles, estão subindo...”. A mãe teria lançado o olhar para a direção à qual ele sério e sem piscar contemplava e perguntou: “Eles quem”? E ele, como num transe hipnótico, teria respondido - “Eles, ali...” - apontando para o lugar. Assustada, a mãe então lhe teria dito: “Manda eles irem embora”, e que ele havia acenado e se despedido do que via. A lembrança da mãe o enterneceu naquele momento e, por alguns poucos minutos, fechou os olhos e cochilou.
Despertou sobressaltado com o toque do celular. Era ela. E afoito lhe disse que pegasse um táxi e fosse imediatamente à sua casa, pois era urgente mostrar-lhe algo apavorante. Voltou para o computador enquanto esperava a namorada e atinou que tinha várias mensagens recebidas e não lidas num aplicativo de mensagens de certo site. Todas da mesma pessoa. Estranhava não haver uma foto para identificá-la, apenas uma sombra de alguém no lugar. Uma pessoa que não conhecia, mas que parecia conhecê-lo. O texto era sempre o mesmo – um simples “Olá”, seguido da figurinha de um alegre e saltitante cachorro. O nome lhe parecia familiar, mas não imaginava quem seria que as mandava. Na caixa postal do celular também havia uma meia dúzia de mensagens com conteúdo parecido, sem falar nas chamadas em que ele atendia e do outro lado só ouvia o silêncio. Lembrou que, numa das noites insones, o celular tocou durante a madrugada e ao dizer alô a resposta veio mais uma vez com o silêncio. Quando estava prestes a desligar ouviu vozes e se pôs a escutar. Uma mulher conversava com um homem, mas não conseguia entender muito bem o que diziam. Falavam em ordem de prisão, advogados, coisas que para ele não faziam o menor sentido, não sabia do que se tratava. Parecia que o telefone do qual ligaram estava propositadamente em viva voz e ele só captava uma ou outra palavra do diálogo entre os dois. Este fato o tinha intrigado por algum tempo, mas depois esqueceu. Saiu da página e voltou a ver o filme para se certificar de que tinha documentado tudo, e lá estavam as sombras, como feras, tentando agarrar e arrancar o crucifixo do lugar.
Já era dia quando tornou a olhar para a parede e tudo estava quieto agora. Ainda bem que tinha filmado, ele pensou. Foi até o quartinho nos fundos da casa procurar um telão para projetar o filme, porque queria que ela visse as imagens ampliadas e percebesse cada detalhe. Era boa nisso. Estavam acostumados a fazer sessões de cinema em casa. Lembrou que, quando estavam bem, sentavam de mãos dadas no sofá e que se divertiam muito descobrindo detalhes que passariam despercebidos por alguém mais desatento. Até tinham inventado um tipo de desafio sobre qual dos dois encontraria mais detalhes a cada vez. Pensou que, depois do choque com os fatos do vídeo, ela iria gostar de brincar de detetive e tentar compreender o que tinha ocorrido. Sim, seria divertido após o susto. Mas não encontrou. Ela teria que ver no computador mesmo. Ao sair de lá, pensou que precisava arrumar um pouco aquele lugar. Estava repleto de tralhas, velharias, ferramentas, pás e enxadas que haviam sido do seu pai e por isso não tinha achado o telão.
Ela finalmente chegou e ele correu para lhe mostrar o vídeo gravado, mas se apresentava muito irritada e não lhe dava atenção. Caminhava de um lado para o outro falando da desordem em que se encontrava a casa, da sua aparência malcuidada e de como estava cansada de tudo aquilo. Parecia mesmo que não o via ou ouvia, quando ele lhe contava esbaforidamente sobre o que tinha acontecido. Ela só reclamava e reclamava. Voltou ao quarto, colocou o filme no ponto de início e foi chamá-la mais uma vez. Tinha ido embora. Sem compreender, ele correu até a janela e ainda conseguiu vê-la dobrando a esquina. Pensou em ligar para ela, mas o seu telefone tocou naquele mesmo instante. Ele atendeu apressado, questionando por que tinha saído e, do outro lado da linha, ouviu o silêncio. Sentiu-se zonzo. Não estava conseguindo organizar os pensamentos agora. Ela tinha conseguido desestabilizá-lo mais uma vez, como sempre fazia.
Após desligar o telefone, seu olhar foi compelido para a parede onde sua mãe tinha lhe contado sobre as sombras, e eis que lá estavam elas. Não conseguiu evitar o grito com o susto inesperado, e começou a se sentir atraído. As sombras lhe acenavam e o chamavam, enquanto lembranças lhe chegavam em pedaços. Lembrou do pai a brincar com as mãos ao fazer sombras de animais nas paredes. Lembrou de quando ele e a mãe sofreram um fatal acidente de carro, e de que não tinha tido coragem de olhar para os mesmos quando vieram retirá-los. Apenas viu suas sombras. As sombras dos corpos projetadas no asfalto ao serem levantados. Lembrou da primeira namorada e da sombra do seu melhor amigo atrás de uma árvore no dia em que descobriu a traição. Lembrou de ter sido caçoado e chamado de “sombra” pela menina por quem tinha se apaixonado e que tinha casado com seu primo tempos depois. Pensou no desprezo da namorada atual e em como ele a tinha magoado usando o mesmo termo com que tinha sido humilhado. Pensou que tinha vivido toda sua vida à sombra de colegas que sempre galgavam promoção no trabalho, enquanto ele, ao contrário, era relegado a cargos inferiores. Compreendeu que sempre esteve ao lado delas - das sombras. Que se completavam. Entendeu porque não via seu rosto refletido. Não passava de uma inexpressível e mísera sombra no mundo. Não era nada, nem ninguém. Por isso sua namorada, seus amigos e patrões não o viam ou respeitavam, e mal lhe davam atenção. Afinal, ninguém, absolutamente ninguém, presta atenção nas sombras.
Mas as sombras prestavam atenção nele. Acompanhavam-no desde sempre. Estavam ali, bem na sua frente. Hipnotizado, foi se aproximando devagar até sentir-se sugado e agarrado por elas. Então ele viu os corpos cimentados na parede da sua sala. Lá se encontravam a misteriosa mulher das mensagens e a mulher dos telefonemas, cada uma abraçada a um homem, um deles o seu próprio primo e o outro o seu melhor amigo da juventude, bem como o corpo da sua namorada com aquele eterno ar blasé e de desdém. Estavam ali todo o tempo e ele nem lembrava desde quando. Eram as suas companheiras sombras na vida e elas o estavam chamando, puxando-o para junto delas agora, e nem faziam muito esforço, pois ele estava se entregando.
A tal parede começava a fechar o buraco negro a sua volta quando ele ouviu barulhos do lado de fora. Eram os moradores da casa ao lado que escutaram os seus gritos e, preocupados, chegaram para ver se precisava de ajuda. E ele gritou desesperadamente mais uma vez enquanto os vizinhos tentavam arrombar a porta. Ao entrarem, porém, perceberam a desordem e o silêncio. Não havia ninguém. A casa estava praticamente vazia, com apenas alguns poucos móveis e um crucifixo em tamanho grande numa das paredes. No quarto, o computador rodava um vídeo num loop infinito com imagens estáticas do Cristo Crucificado. Na parede da sala, em frente ao sofá, notaram que havia uma sequência de riscos marcadores que contavam dias. Muitos dias.
Pensando que se contasse iriam dizer que era louco, decidiu filmar o que estava vendo para provar a todos que era tudo real. Apanhou o celular e começou a gravar. Segundos após ter começado o registro dos lentos movimentos dos braços e pernas que continuavam a espantá-lo, uma aterrorizante sombra surgiu repentinamente tentando retirar o crucifixo da parede, sendo seguida por várias mãos que buscavam alcançar aquele corpo preso a uma cruz e que já se mostrava extenuado. Enquanto via o crucifixo movendo-se, estarrecido ele só conseguia murmurar “Meu Deus, Meu Deus!”, levando a mão livre até a boca para evitar o grito. Num estalo, parou de ver o que acontecia indo então copiar as imagens no computador porque não queria correr o menor risco de perdê-las. Salvou e começou a assistir ao filme obtido. Estava perplexo, e duvidando do que estava registrado no vídeo, resolveu voltar ao corredor para certificar-se de que tinha realmente visto tudo aquilo, confirmando que as sombras negras continuavam lá, furiosamente tentando agarrar a imagem do Salvador, mesmo quando já começava a amanhecer.
Agora não estava preocupado com a falta de sono, pois algo muito mais importante havia acontecido e não via a hora de mostrar a gravação para ela. Acomodou-se no sofá e uma lembrança da infância lhe veio à mente. Sua mãe costumava contar que, quando tinha pouco mais de dois anos, sentado no colo dela uma noite olhou fixamente para a parede em frente e começou a falar: “E lá vão eles, estão subindo...”. A mãe teria lançado o olhar para a direção à qual ele sério e sem piscar contemplava e perguntou: “Eles quem”? E ele, como num transe hipnótico, teria respondido - “Eles, ali...” - apontando para o lugar. Assustada, a mãe então lhe teria dito: “Manda eles irem embora”, e que ele havia acenado e se despedido do que via. A lembrança da mãe o enterneceu naquele momento e, por alguns poucos minutos, fechou os olhos e cochilou.
Despertou sobressaltado com o toque do celular. Era ela. E afoito lhe disse que pegasse um táxi e fosse imediatamente à sua casa, pois era urgente mostrar-lhe algo apavorante. Voltou para o computador enquanto esperava a namorada e atinou que tinha várias mensagens recebidas e não lidas num aplicativo de mensagens de certo site. Todas da mesma pessoa. Estranhava não haver uma foto para identificá-la, apenas uma sombra de alguém no lugar. Uma pessoa que não conhecia, mas que parecia conhecê-lo. O texto era sempre o mesmo – um simples “Olá”, seguido da figurinha de um alegre e saltitante cachorro. O nome lhe parecia familiar, mas não imaginava quem seria que as mandava. Na caixa postal do celular também havia uma meia dúzia de mensagens com conteúdo parecido, sem falar nas chamadas em que ele atendia e do outro lado só ouvia o silêncio. Lembrou que, numa das noites insones, o celular tocou durante a madrugada e ao dizer alô a resposta veio mais uma vez com o silêncio. Quando estava prestes a desligar ouviu vozes e se pôs a escutar. Uma mulher conversava com um homem, mas não conseguia entender muito bem o que diziam. Falavam em ordem de prisão, advogados, coisas que para ele não faziam o menor sentido, não sabia do que se tratava. Parecia que o telefone do qual ligaram estava propositadamente em viva voz e ele só captava uma ou outra palavra do diálogo entre os dois. Este fato o tinha intrigado por algum tempo, mas depois esqueceu. Saiu da página e voltou a ver o filme para se certificar de que tinha documentado tudo, e lá estavam as sombras, como feras, tentando agarrar e arrancar o crucifixo do lugar.
Já era dia quando tornou a olhar para a parede e tudo estava quieto agora. Ainda bem que tinha filmado, ele pensou. Foi até o quartinho nos fundos da casa procurar um telão para projetar o filme, porque queria que ela visse as imagens ampliadas e percebesse cada detalhe. Era boa nisso. Estavam acostumados a fazer sessões de cinema em casa. Lembrou que, quando estavam bem, sentavam de mãos dadas no sofá e que se divertiam muito descobrindo detalhes que passariam despercebidos por alguém mais desatento. Até tinham inventado um tipo de desafio sobre qual dos dois encontraria mais detalhes a cada vez. Pensou que, depois do choque com os fatos do vídeo, ela iria gostar de brincar de detetive e tentar compreender o que tinha ocorrido. Sim, seria divertido após o susto. Mas não encontrou. Ela teria que ver no computador mesmo. Ao sair de lá, pensou que precisava arrumar um pouco aquele lugar. Estava repleto de tralhas, velharias, ferramentas, pás e enxadas que haviam sido do seu pai e por isso não tinha achado o telão.
Ela finalmente chegou e ele correu para lhe mostrar o vídeo gravado, mas se apresentava muito irritada e não lhe dava atenção. Caminhava de um lado para o outro falando da desordem em que se encontrava a casa, da sua aparência malcuidada e de como estava cansada de tudo aquilo. Parecia mesmo que não o via ou ouvia, quando ele lhe contava esbaforidamente sobre o que tinha acontecido. Ela só reclamava e reclamava. Voltou ao quarto, colocou o filme no ponto de início e foi chamá-la mais uma vez. Tinha ido embora. Sem compreender, ele correu até a janela e ainda conseguiu vê-la dobrando a esquina. Pensou em ligar para ela, mas o seu telefone tocou naquele mesmo instante. Ele atendeu apressado, questionando por que tinha saído e, do outro lado da linha, ouviu o silêncio. Sentiu-se zonzo. Não estava conseguindo organizar os pensamentos agora. Ela tinha conseguido desestabilizá-lo mais uma vez, como sempre fazia.
Após desligar o telefone, seu olhar foi compelido para a parede onde sua mãe tinha lhe contado sobre as sombras, e eis que lá estavam elas. Não conseguiu evitar o grito com o susto inesperado, e começou a se sentir atraído. As sombras lhe acenavam e o chamavam, enquanto lembranças lhe chegavam em pedaços. Lembrou do pai a brincar com as mãos ao fazer sombras de animais nas paredes. Lembrou de quando ele e a mãe sofreram um fatal acidente de carro, e de que não tinha tido coragem de olhar para os mesmos quando vieram retirá-los. Apenas viu suas sombras. As sombras dos corpos projetadas no asfalto ao serem levantados. Lembrou da primeira namorada e da sombra do seu melhor amigo atrás de uma árvore no dia em que descobriu a traição. Lembrou de ter sido caçoado e chamado de “sombra” pela menina por quem tinha se apaixonado e que tinha casado com seu primo tempos depois. Pensou no desprezo da namorada atual e em como ele a tinha magoado usando o mesmo termo com que tinha sido humilhado. Pensou que tinha vivido toda sua vida à sombra de colegas que sempre galgavam promoção no trabalho, enquanto ele, ao contrário, era relegado a cargos inferiores. Compreendeu que sempre esteve ao lado delas - das sombras. Que se completavam. Entendeu porque não via seu rosto refletido. Não passava de uma inexpressível e mísera sombra no mundo. Não era nada, nem ninguém. Por isso sua namorada, seus amigos e patrões não o viam ou respeitavam, e mal lhe davam atenção. Afinal, ninguém, absolutamente ninguém, presta atenção nas sombras.
Mas as sombras prestavam atenção nele. Acompanhavam-no desde sempre. Estavam ali, bem na sua frente. Hipnotizado, foi se aproximando devagar até sentir-se sugado e agarrado por elas. Então ele viu os corpos cimentados na parede da sua sala. Lá se encontravam a misteriosa mulher das mensagens e a mulher dos telefonemas, cada uma abraçada a um homem, um deles o seu próprio primo e o outro o seu melhor amigo da juventude, bem como o corpo da sua namorada com aquele eterno ar blasé e de desdém. Estavam ali todo o tempo e ele nem lembrava desde quando. Eram as suas companheiras sombras na vida e elas o estavam chamando, puxando-o para junto delas agora, e nem faziam muito esforço, pois ele estava se entregando.
A tal parede começava a fechar o buraco negro a sua volta quando ele ouviu barulhos do lado de fora. Eram os moradores da casa ao lado que escutaram os seus gritos e, preocupados, chegaram para ver se precisava de ajuda. E ele gritou desesperadamente mais uma vez enquanto os vizinhos tentavam arrombar a porta. Ao entrarem, porém, perceberam a desordem e o silêncio. Não havia ninguém. A casa estava praticamente vazia, com apenas alguns poucos móveis e um crucifixo em tamanho grande numa das paredes. No quarto, o computador rodava um vídeo num loop infinito com imagens estáticas do Cristo Crucificado. Na parede da sala, em frente ao sofá, notaram que havia uma sequência de riscos marcadores que contavam dias. Muitos dias.
Tema: Superstição/Hipnose
Imagem: https://mx.clipdealer.com/photo/media/A:79927718