A VISITA SINISTRA

Vejo um homem na janela

No escuro imerso nas sombras

Olhando bem detrás dela

Vejo a imagem que assombra

Quem seria esse velho senhor

Sentado me observa surpreso

Será um ladrão ou um salteador

Que no passado não foi preso?

Convidei-o para se aproximar

Próximo a chama da fogueira

A ele um diálogo quis começar

Próximo ao divã da cabeceira

Vestia um casaco antiquado

De um século ou meio atrás

Nas mãos a bengala apoiado

Em relevo escrito: Aqui Jaz

Tinha poucos cabelos grisalhos

Seus lábios estavam endurecidos.

Os sulcos no rosto eram falhos

E possuía os dedos enrijecidos

Os lábios pareciam transparentes

Com um crânio alto protuberante

Da boca os dentes envolventes

Tornaram-no um senhor falante

-Não se preocupe meu querido,

Disse-me com voz entrecortada,

- Da noite fiz o próprio abrigo,

Expirou-me da vida a jornada!

Dito estas palavras o velho sumiu

Como uma pluma levada no vento

Talvez pulara da janela ou fugiu

No espanto causou-me tormento

Mais tarde eu enfim soubera

Que nesta casa ele viveu,

Por meio de uma jovem bela

E nela também morreu

rodrigokurita
Enviado por rodrigokurita em 15/07/2020
Código do texto: T7006762
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