O porta-retratos - A Vila Fantasma
Eu estava viajando a trabalho, seguia entre duas cidades distantes por uma longa BR vazia, parecia que há horas não via nada nas margens da pista, apenas mato e mato, muito de vez em quando uma enorme plantação de arroz, com barracões muito distantes da faixa que eu transitava.
Era verão, um dia de calor, daqueles que fica até difícil de enxergar o asfalto, pois fica saindo aquela fumaça de calor do piche derretendo por causa do sol, o cheiro da pista queimando chegava a entrar pelo ar-condicionado, às vezes, até dando náuseas, resumindo, aquela pista era o inferno na terra.
Aparentemente todos estavam nas rodovias que levam às praias, o que não era meu caso, eu estava indo cada vez mais ao interior do Estado, parecia andar em uma estrada pós apocalíptica, era toda minha, às vezes, até andava na contramão, apenas pelo prazer de infringir uma lei, hahahaha, quem nunca, né??
Estava perdido em meus pensamentos quando, de repente, eu notei alguns ruídos estranhos no motor do carro, pensei, “ai! agora eu me ralei, só o que me falta ficar empenhado nesse meio de nada”…Nem havia terminado de pensar e bumm! Apagou, consegui encostar ao lado da via, desci do carro, olhei para os lados, o que via era apenas faixa e faixa, além do calor, que por mais estranho que pareça, era visível, não entendia nada de motor de carros, precisava achar o socorro mecânico.
O último sinal de vida humana que passei tinha sido há uns 30 minutos, e a próxima cidade, pelos meus cálculos estava a uns 50Km à frente, estava num mato sem cachorro, e para completar meu dia de azar, meu celular sem sinal algum, o que já esperava, pois estava no meio do nada. De alguma forma precisava fazer contato com a humanidade, necessitava sair dali o mais rápido possível, olhava para todos os lados, tentando achar uma saída, uma ideia lúcida, era tudo de que precisava!
Mas ao olhar para frente, achei que estivesse vendo uma miragem, cerrei bem os olhos tentando discernir se o que via era real ou não, ela se aproximava, não podia ser real, mas era.
Minha miragem vinha lentamente pelo acostamento, era uma senhora empurrando um carrinho de bebê, era insólito, mas talvez fosse a resposta às minhas preces, pois se aquela mulher estava ali, só podia ser sinal de uma coisa, havia gente, casas, possivelmente um vilarejo do qual eu não lembrava por ali, quem sabe até um mecânico ou, no mínimo, um telefone fixo?
Caminhei alguns passos e fui me proteger embaixo da sombra de uma solitária árvore, enquanto esperava aquela alucinação real vir até mim.
Demorou um pouquinho, mas ela chegou, e parou a me ver, sorriu, deixou o carrinho de bebê de lado e perguntou o que tinha acontecido, essa senhora aparentava ter mais de 60 anos, pensei, “só pode ser louca em estar caminhando debaixo deste sol!”.
Contei o que havia acontecido e ela comentou, “ahhh, meu querido, isso acontece bastante, ainda mais em dias tão quente, mas não se preocupe, siga alguns metros para frente, logo após aquela curva, um meio quilômetro daqui, terá uma pequena cidadezinha, onde moro, lá terá o socorro que você precisa, mas só uma coisa, meu filho, saia de lá antes de anoitecer, se possível antes das 18h!”
Achei estranho, cidadezinha, horário para sair de lá??! Não me lembrava de nenhuma por ali, mas talvez fosse modo de ela falar, o modo de ela chamar o pequeno vilarejo em que morava, além de que, naquele momento, e não podia me dar ao luxo de questionar nada, precisava de ajuda, e ela estava ali, logo a minha frente!
Aquela senhora era estranha, mas o que não era estranho naquela tarde infernal, mas algo me chamou a atenção, o carrinho de bebê, que a senhora empurrava estava vazio, mas tudo bem, quem sabe ela o usava como uma espécie de andador, apenas para dar equilíbrio às suas pernas velhas e cansadas, todavia, eu tinha certeza que a tinha visto conversando com o carrinho, como se alguém estivesse lá dentro, mas até ai, ok, quem não fala sozinho?? Ainda mais sob um sol daquele, que racha a cuca de qualquer um!
Agradeci e me despedi daquela simpática senhorinha que me disse que precisava ir, pois esperavam por ela, e assim seguiu seu caminho.
Enquanto eu me abaixava no interior do carro para pegar uma garrafa d'água, ela se foi, quando olhei para ver para onde ela estava indo, ela já se misturava com aquelas fumaças escuras de calor que estavam por toda a BR…
Respirei fundo, tomei coragem e comecei a caminhar, pensei naquelas palavras da velha senhora sobre o aviso de eu ter de sair da cidade antes das 18h, mas logo me distrai com o calor, meu cérebro parecia cozinhar, resolvi caminhar o mais rápido fosse possível, não pelo aviso, mas porque não aguentava mais ficar sob aquele sol escaldante.
Não sei por quanto tempo caminhei, pois não perdi tempo marcando o horário de início da caminhada, logo avistei a tal cidadezinha, pensei, “coisa boa, pelo menos a velha não era louca, existe um vilarejo!”, meus olhos ardiam pelo calor, a claridade do sol ofuscava minha visão e ainda tinha o suor escorrendo da minha testa. Mas mesmo assim, esbocei um sorriso, a ajuda estava próxima!
Em razão dessa visão embaçada, só notei que o vilarejo estava aos escombros quando já estava caminhando pela primeira viela que encontrei, será que encontraria um mecânico naquele final de mundo, bem, não tinha muita escolha, continuei caminhando.
Comecei a questionar minha própria sanidade, sabia que não estava sob influência de drogas, não bebia, era totalmente abstêmio, mas acho que estava a mais de 30 minutos caminhando de baixo de sol, mais de 40 graus na moleira, quem sabe eu estava perdendo minha lucidez por causa disso, pois aquilo não podia ser normal!
Já havia entrado algumas quadras no vilarejo e só via escombros, onde aquela velha maluca morava???
Por que ela me mandou até aqui onde não mora mais ninguém? Só podia ser alucinação, estava no meio de uma cidade-fantasma, caminhava e caminhava e nada de ver sinal de vida, comecei a gritar, minha garganta secou de tanto que gritei, “alguém, alguém por aqui?? Por favor, preciso de ajuda! Alguém, pelo amor de Deus??!!”.
Vi o alpendre de uma velha casa destruída, resolvi me proteger um pouco do sol, fui até ela e me sentei, tomei o último gole de água que me restava, “Meu Pai do céu, o que está acontecendo aqui, o que está acontecendo comigo, será que estou enlouquecendo??”
Respirava fundo, comecei a me acalmar, o que não podia nesse momento era perder a cabeça, sempre fui uma pessoa calma e racional, o máximo que podia acontecer era eu voltar para o carro e esperar por alguém passar, em algum momento alguém passaria, que arrependimento de ter visto aquela velha louca, bem, a decisão de ir até ali fora minha, não adiantava culpá-la por uma decisão minha!
Em meio aos devaneios, comecei a me senti melhor, bastava manter a cabeça no lugar, olhei para trás e vi que a porta daquela casa onde estava me protegendo do sol estava entreaberta, bem, sou curioso, sempre fui, já estava ali mesmo, meu pai tinha um ditado “se você já está no inferno, não custa nada beijar o capeta!”, dei uma risada, pois aquela frase nunca fez tanto sentido, pois me sentia no inferno!
Abri a porta, mesmo já sabendo a resposta, perguntei se tinha alguém ali, com um rangindo de arrepiar até os pelos da nuca, a porta se abriu totalmente e eu adentrei, só havia destroços, acostumei os olhos ao escuro do interior da sala, avistei uma escada, mesmo com o enorme risco de quebrar algum degrau resolvi subir, afinal não custava nada beijar o diabo…
Vagarosamente cheguei lá em cima, degrau a degrau cada um uma aventura arriscada de quebrar um tornozelo, mas consegui, cheguei ao andar de cima, passei por um pequeno corredor e cheguei a um quarto, como toda a casa em péssimo estado, tudo virado, tinha uma cama com um colchão já se desmanchando, um roupeiro vazio e uma penteadeira ao fundo, porém nela havia algo diferente, entrei para ver melhor, em cima dessa penteadeira tinha um porta-retratos, empoeirado, coberto de areia, como tudo naquela cidadezinha, mas a minha curiosidade estava no nível 1000, passei o vidro da pequena peça na calça, saiu o grosso, acabei de limpar usando minha camisa, já estava podre de suja mesmo, e quando consegui ver bem a foto, tomei um enorme susto, só não cai sobre aquela cama suja porque consegui me conter, era velha na foto, a mesma velha que tinha me mandado até ali, fazendo pose na frente da casa em que eu estava, mas como! Tudo bem ter a foto dela ali, mas com certeza, ninguém entrava naquela casa há anos, pois eu cuidei ao entrar, havia muito pó no chão, nas paredes e nos poucos móveis que restavam ali, era tanta poeira que por onde passei deixei pegadas, se alguém morasse ali, teria que haver mais pegadas como as minhas…
Enquanto pensava em tudo isso, ouvi um som, só naquele momento notei que até então não tinha ouvido som algum, nem de vento, nem de pássaros, nem de nada, mas agora ouvia e isso me assustou mais que tudo o que já tinha vivenciado naquele lugar, era o som de crianças brincando, mas como??, eu já havia espiado por todos os cantos, não tinha ninguém naquele maldito lugar!
Quem sabe, eu estivesse enganado, devia haver gente nessa vila, um fio de esperança surgiu, larguei a fotografia e deixei meus pensamentos junto a ele, desci o mais rápido que consegui, circulei toda a quadra da casa, onde estavam as crianças??, dei uma, duas voltas, nada das crianças, nada de ninguém, agucei meus ouvidos, ouvia apenas meus passos, minha respiração, minha tensão era tanta que parecia ouvir o som do suor escorrendo pelo meu corpo, mas não ouvia mais nada, apenas eu fazia som ali, eu estava vendo o vilarejo ao meu redor, mas cheguei a pensar que apenas eu era real em todo aquele cenário!
Comecei a correr, novamente me sentia desesperado, precisava sair dali, um estalo na minha cabeça me fez lembrar do conselho da velha louca, “saia de lá antes das 18h!”, agora esse conselho fazia sentido, se é que alguma coisa ainda fazia sentido, aquele lugar só podia ser assombrado, e eu estava apavorado, devia estar alucinando!
Parei de correr, pois parecia estar correndo em círculos, estava no meio de uma rua, com as mãos nas pernas, ofegava muito, tentava me acalmar, respirava profundamente, olhando para o chão, precisava me acalmar, sabia que minha vida dependia disso, pois aquele lugar maluco, com certeza, se já não tinha me deixado louco, à noite, com certeza, deixaria!
Novamente respirei fundo, levantei a cabeça e olhei ao redor, já era quase noite, quase 18h, sabia que já tinha passado por ali algumas vezes, mas agora, alguma coisa estava diferente, comecei a notar que aquelas casas pareciam se tornar mais vívidas e não era por causa da falta de luz que começava, na verdade, a escuridão torna as coisas menos vívidas, mas naquele momento, parecia que a noite estava trazendo vida para aqueles casebres, estavam ganhando cores, já não pareciam todas cinzas e velhas!
Eu precisava sair dali, não queria mais socorro, eu estava ficando apavorado, mas agora resolvi ir devagar, sempre em uma direção, a qual na minha cabeça seria a que me levaria de volta à BR, quando achava que estava bem próximo da estrada que me levaria ao carro, senti um vento sibilante, que começava a ficar mais forte, levantando poeira, parecia que era para me impedir de sair dali!
Sabia que tinha que ir em frente, mesmo com aquela poeira toda, precisava sair dali, olhei sobre o ombro e parecia que havia vultos dentro daquilo que agora cobria todo aquele lugar e, para meu pavor maior ainda, agora escutava nitidamente ao som do vento gritos de SOCORRO! Muitos gritos desesperados de socorro, pedidos de ajuda!
Agora, mais que nunca, eu sabia que estaria perdido se não saísse dali naquele instante, meu pavor aumentava proporcionalmente aos gritos vindos dos vultos de poeira!
Eu só pensava, estou louco, estou louco e comece a correr!
Mesmo apavorado, antes de aquela nuvem de poeira começar, eu havia me localizado, então, se eu estivesse certo, ao dobrar a direita em mais alguns metros estaria a poucos passos de sair dali, seguia de olhos fechados, pois a poeira não me deixa abri-los.
Eu estava certo, dobrei à direita, imaginando que estava próximo de sair daquele lugar amaldiçoado, então comecei a correr o mais rápido que conseguia naquela situação e foi quando eu senti um grande impacto na minha testa….e desmaiei!
Uma luz, uma forte luz, tentei abrir os olhos que doíam em razão daquela luz forte, pus o antebraço sobre eles e assim consegui ver que era uma lanterna que vinha em minha direção, balancei a cabeça, eu estava dentro do meu carro, ainda me sentia tonto, não entendia o que estava acontecendo, me senti perdido, a luz foi desviada dos meus olhos, ouvi uma voz me perguntado, “você está bem, consegue me entender?”, eu respondi que achava que estava bem, a pessoa se identificou como um policial rodoviário que estava passando por ali e viu meu carro parado no acostamento e resolveu verificar, pois ali era um lugar com muito pouco trânsito naquela época do ano.
Tentei descer do carro para falar com o policial, mas quase cai do lado da porta, muita tontura, foi quando passei a mão na cabeça e senti um grande galo na testa e assim veio tudo novamente à minha cabeça, lembrava vividamente do que me acontecera naquele estranho vilarejo, tentei argumentar com o policial, mas ele sorriu e disse para eu me acalmar, que não havia nada ali perto, a vila mais próxima estava a mais de meia hora dali, que eu deveria estar “perdido” por ter batido a cabeça na direção do carro em uma freada, provavelmente, quando algum animal silvestre se atravessou na minha frente.
Não respondi nada, pois não lembrava de frear, de ter batido a cabeça no interior do carro, lembrava do que acontecera na cidadezinha fantasma, mas aquilo era tão insólito que preferi não argumentar e resolvi acreditar na versão do acidente, o policial me pôs no carro e começou os primeiros socorros no meu ferimento, nisso eu olhei para o painel do carro que marcava 18h, exatamente o horário dito pela velha louca, será que era ela a louca ou o louco era eu por ainda achar que aquilo da via era real…
O policial me disse que teria que me levar para a base dele, pois minha testa estava muito feia e ali não podia me ajudar e muito menos me deixar ali sozinho, apenas consenti, pois minha cabeça doía muito, me sentia muito mal, não só pela parte de fora da cabeça, mas mais pelo que estava acontecendo dentro dela!
Estava deitado no sofá da DP enquanto aguardava o policial, que também era o enfermeiro daquela pequena localidade, ele é quem daria uma olhada na minha cabeça para ver se eu precisaria ser ou não levado a um hospital em uma cidade maior ali por perto.
Eu não conseguia entender nada, mas a minha razão já me dizia para crer na versão do policial e que o resto fora apenas meu cérebro dolorido criando uma história maluca, eu já estava quase acreditando nisso, quando olhei por cima do ombro e vi uma foto em cima de uma escrivaninha, me lembrei do porta-retratos da casa destruída e, ao forçar os olhos para enxergar a foto que tinha naquele, dei um pulo, quase cai de novo, era exatamente a mesma foto da velha que eu tinha visto e deixado na vila fantasma, mais uma vez comecei a passar mal, e gritei por ajuda, o policial veio correndo, de arma em punho.
Quando ele viu que não tinha nada ali comigo, me deu uma mijada, gritou para que eu me acalmasse, e ele estava certo, tendo um ataque de nervos e que não chegaria a explicação alguma.
Respirei fundo e apontei para a mesa perguntando quem era aquela senhora na foto. O policial olhou para mim, desconfiado, balançou negativamente a cabeça indo até a mesa, olhou a foto como se pensasse bem as palavras e disse em tom sério, essa aqui é, n
ao se i bem se a avó ou bisavó do chefe aqui da nossa base, mas sei que tem uma história triste que ele seguidamente conta para nós, mas acho que isso não te importa, ok?
Eu prontamente respondi, por favor, me fale, e ele sem entender bem, olhou bem para mim e perguntou, toda essa gritaria, que tu fez há pouco, foi por causa dessa foto? Eu disse que não, claro que não, gritei porque havia pegado no sono e me acordara sem saber o que estava havendo, sem saber onde estava.
Ele suspirou e disse que entendia, pois eu havia passado por um trauma na cabeça e que pelo jeito era sério, eu tentei sorrir, afinal o que falei foi uma meia verdade e pedi novamente, por favor, me fale dessa senhora…
Ele sentou do meu lado e falou, bem, se isso vai te manter calmo até decidirem se tu vai ou não ser levado a um hospital, te conto, e começou: “essa senhora morreu de forma trágica, como dá para ver na foto, ela já era bem idosa, já estava com Alzheimer, eu acho na época se dizia, caducando, bem, lá perto da onde eu te encontrei, um pouco mais de uns 500 metros para frente, antigamente, lá pela década de 40 ou 50, existia uma vila de carvoeiros, e essa vila pegou fogo, era onde essa senhora morava, como disse, ela já estava caducando, andava para baixo e para cima com um carrinho de bebê vazio, dizem que ela tinha um bebê imaginário, ai que está a tragédia, já havia morrido muita gente, muita criança, pois o incêndio começou no interior das minas de carvão, veio do interior da terra para cima, tudo muito rápido, entende?
Eu meio zonzo, cada vez mais, apenas acenei que sim com cabeça dolorida e ele continuou, bem, exatamente às 18h, quando todos os sobreviventes já estavam a salvo, essa senhora correu para dentro da casa em que morava, gritando que tinha que tirar seu bebê de lá, e não deu tempo de salvá-la, pois foi tudo muito rápido e imprevisível a atitude dela, as pessoas que conseguiram chegar o mais perto possível da casa dizem que conseguiram ouvir os gritos de socorro, os pedidos de ajuda dela, mas já era tarde, era impossível de entrar naquela casa, então, enquanto ele falava, eu desmaiei de novo…
Acordei no hospital, já era no outro dia, foi constado que meu crânio estava realmente fraturado, causado por uma enorme batida em minha testa.
Após alguns dias fui liberado para ir para casa, sem sequelas físicas, apenas mantive as marcas internas, nunca mais viajei sozinho, nunca mais andei naquela estrada, nunca comentei com ninguém tudo isso, a versão oficial da minha fratura é a do BO apresentado pelo policial, nunca questionei, mas se quebrei a testa na direção do carro, por que não havia nenhuma marca nela ou em qualquer outro do carro?
Por Nilvio Alexandre Fernandes Braga, 04/07/2020
O conto que segue foi baseado livremente no vídeo O RELATO DA TERRÍVEL CIDADE FANTASMA no link https://www.youtube.com/watch?v=SUNugUabT3g&t=1220s, não tendo sido encontrada qualquer outra fonte sobre a histórias, Nilvio Alexandre Fernandes Braga.