A NÉVOA
A vaporosa névoa é onipresente
Como um devoto você anseia a cura,
O sinal da presença maledicente,
Nesta intenção divina e bem obscura
Passei a noite pelo que me lembre
Na presença de uma belíssima castelã,
Levo ao túmulo para todo sempre
Nos olhos vítreos parecidos com Satã!
Dos seus lábios tinha uma doçura
Quando recitava as palavras do orador,
A meretriz das trevas em candura,
Que exasperada libertava todo horror!
Esperei ansioso pela minha graça
Imergido nesta espessa neblina tecelã
Vi vultos gemendo com desgraça
Ajoelhados riam adorando o rei Satã!
A vaporosa névoa é onisciente
Pelo vale solitário finalmente tombas,
O mestre possuirá o consciente
Sacrificando tua alma nestas sombras!