A VISITA
Ao longe avisto as cruzes bem retorcidas
Que expelem o horror nebuloso,
É a noite abrindo essas asas enegrecidas,
Com todo o seu pavor primoroso
No silêncio mortal batem em minha porta
Pressinto uma estranha obsessão
A luz vaporosa da lua no céu quase morta
Contorna essa fúnebre maldição!
Abro as janelas não há ninguém lá fora,
Somente as sombras ao redor,
O relógio aponta meia noite justo agora
E isso me banha neste horror!
Quem estaria me visitando nesta noite?
Sob o crepúsculo deste clarão,
O vento uivava no umbral como açoite
Eu sentia a estranha impressão
De ser observado no início do entardecer
Por presenças incorpóreas e irreais,
Aqueles que mortos não queriam morrer
Eram eles! Esses espíritos espectrais