O CHAMADO...
“Pois não há morto que fique em repouso eterno, E com imensa idade, poderá finar-se a morte.”
Certa vez um acontecimento inominável
Tornara-se o insano experimento,
O horror não descrevia o ser abominável
A mazela do alucinante tormento!
Quisera meu espírito não estar mais vivo
Ao defrontar-me com tal sensação
Nos delírios tive a visão do ser repulsivo
Na estátua tinha a estranha inscrição
Não saberia dizer se na avançada geologia
Tinha certa coloração esverdeada,
Era um monstro em sua dúbia morfologia,
De tentáculos na face amaldiçoada
Toda noite ao desfalecer em minha cama,
Ouvia as súplicas da vil criatura,
O cefalópode erguendo-se da negra lama,
Não era sonho, mas sim loucura
O mordomo em um quarto bem contíguo
Ouvira este lamuriar imaturo,
Nos delírios invocara esse Grande Antigo
Seu nome: O profano Cthulhu!