O HORROR...
Tinha os olhos negros e escuros
E exortava-me certo primitivo horror
Das órbitas estes inúmeros furos
Eram as primazias do terrível pavor!
Pudera ler em sua fronte sulcada
Debaixo destes cabelos longos e lisos,
Minha alma sendo assim tragada
Na histeria louca destes malignos risos
E as mãos descarnadas com lepra
Percorriam todo meu corpo paralisado
Qual a videira arranca velha cepa
Pelo pavor estava eu senão paralisado
Aquela presença me sentenciava
Com sua halitose de aroma pestilento
A minha voz enfim se silenciava
Diante deste maquiavélico julgamento
Viria Deus agora me socorrer?
Proferindo as orações divinas em mote?
Quisera senão enfim morrer,
Fitando aos olhos esta figura da morte?