O HORROR...

Tinha os olhos negros e escuros

E exortava-me certo primitivo horror

Das órbitas estes inúmeros furos

Eram as primazias do terrível pavor!

Pudera ler em sua fronte sulcada

Debaixo destes cabelos longos e lisos,

Minha alma sendo assim tragada

Na histeria louca destes malignos risos

E as mãos descarnadas com lepra

Percorriam todo meu corpo paralisado

Qual a videira arranca velha cepa

Pelo pavor estava eu senão paralisado

Aquela presença me sentenciava

Com sua halitose de aroma pestilento

A minha voz enfim se silenciava

Diante deste maquiavélico julgamento

Viria Deus agora me socorrer?

Proferindo as orações divinas em mote?

Quisera senão enfim morrer,

Fitando aos olhos esta figura da morte?

rodrigokurita
Enviado por rodrigokurita em 17/06/2020
Código do texto: T6979853
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