O PÁSSARO
Na funérea escuridão ele sorria
Quando o ponteiro do relógio marcava
Meia noite a noite era sombria,
E com todo horror a ave me cotejava!
Eu estava fraco e bem cansado
Perdi minha esposa chamada Eleonora
Senti o chamado amaldiçoado
Que nos meus pesadelos sempre povoa
Um trovão ribomba pelo céu,
As sombras noturnas tiram a minha paz
No pavor eu degusto esse fel
Quando a maldita ave diz: Nunca mais!
Deixai-me agora viver na dor,
Ante a pálida lua que nos céus morra,
Ao canto observei meu horror
Naquela ave agourenta e sua modorra
Seria eu perante Deus indigno?
Nos sonhos quisera apenas ser compraz
Mas sentia na ave algo maligno
E ouvi em grasnado dizer: não terás paz