A COVA

Enquanto caminho pela floresta,

Braços imergem por dentre este chão

Apenas uma sensação me resta

O pavor na minha insana premonição.

Algo parecer estar me puxando

Debaixo do solo parece ir se erguendo,

Com força tento estar levantado

Nesta sofreguidão tento gritar gemendo.

No esforço tento me desvencilhar

Das formas que parecem podres dedos,

Que me puxam para algum lugar

Aflorando todos os meus loucos medos

Já são muitos dedos sobre mim,

Empurrando para uma escura cavidade,

Minhas mãos feridas lutam enfim

E se livrarem deste ato de bestialidade!

Aos poucos vou então entrando,

Por esse buraco estou sendo carregado,

As mãos ao redor estão cavando

No mortal terror estou tão desesperado!

Caindo em meio a uma escuridão

Ouço gemidos de alguns seres infernais,

O ar tem odor nojento da podridão

Exalando destes demônios vis e abissais!

Escuto os barulhos dessas criaturas,

Pelo escuro lentamente se aproximando,

Com suas mãos podres e impuras,

Na terra vorazmente vão me esmagando

Já sinto enojar-me a saliva,

Dos seres malditos mordendo-me o torso

Serei para eles a refeição viva

A multidão está reunindo-se ao pescoço!

Lentamente meu corpo inteiro

Começa a doer pelas infectadas mordidas,

Acendo com rapidez o isqueiro

Vendo diante de mim aberta essas feridas!

Uma horda de criaturas horrendas,

Ajoelham para meu corpo senão devorar

Os zumbis malditos das tormentas

Despedaçam-me para enfim se alimentar

rodrigokurita
Enviado por rodrigokurita em 15/06/2020
Código do texto: T6978149
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