AO MAR...

Lembro-me das advertências ancestrais

De navegar pela vastidão oceânica

Daqueles seres considerados elementais,

Na minha loucura assim epifânica

Sonhei então em conquistar o mar aberto,

Com um tropel de rudes marujos

Mas a natureza havia de manter desperto,

Os parasitas e mortais caramujos

Tive ao iniciar a viagem certa impressão,

Que nas profundezas deste mar,

Ressurgiria das águas estranha maldição,

Dispostos a somente nos matar!

A brisa fria de uma geleira bem nórdica

Balouçava este débil navio,

Nos mares espreitava a criatura sórdida

Viva neste oceano tão frio!

Aos poucos senti o oceano ficar revolto

E as ondas tornarem-se espessas,

O mastro frágil quebrou-se e agora solto

Navegávamos sem ter as certezas

De retornar em alguns meses aos lares,

No silêncio mortal o vento ulula,

Quando vi tentáculos saindo dos mares

Nos olhos gris d’uma grande lula!

rodrigokurita
Enviado por rodrigokurita em 11/06/2020
Código do texto: T6974395
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