A CIDADE DO PESADELO
[E lembra-te dos Outros Deuses, que são poderosos e irracionais e terríveis e espreitam nos vazios siderais. Convém temê-los]
Não pudera prever no mapa astrológico
Os planos dos deuses elementares,
No vórtice do ocultismo metodológico,
Nestes horrores assim peculiares!
Nem sequer as manifestações empíricas
Evocavam-se sombras espectrais
Em meus delírios as entidades oníricas,
Habitavam outras esferas astrais
A obscuridade tornava-me bem recluso,
Olhos fundos de insana maldade,
O entardecer com seu calor bem difuso,
Poderia eu encontrar essa cidade?
Houvera, portanto com o frenesi febril,
A sombra dos lúgubres ritos
Avermelhar em sangue este céu de anil,
Com estes espíritos sinistros
Ouvira senão alguns chorosos lamentos,
Das ondas dos túmulos infernais,
Quando na loucura efetuei experimentos
Para invocar os seres primordiais
Mas as forças macabras eram vibrantes,
Repetiam essas diabólicas intenções,
Retorciam meus sonhos tão horripilantes
Consumindo tantas minhas emoções
Sentia apenas as lufadas do vento frio,
Cantarolando a possessão lírica
Dominando esta pobre alma no arrepio
E prossegui nesta busca onírica*!
*Analogia ao conto A Busca Onírica por Kadath de H.P. Lovercraft