A CIDADE DO PESADELO

[E lembra-te dos Outros Deuses, que são poderosos e irracionais e terríveis e espreitam nos vazios siderais. Convém temê-los]

Não pudera prever no mapa astrológico

Os planos dos deuses elementares,

No vórtice do ocultismo metodológico,

Nestes horrores assim peculiares!

Nem sequer as manifestações empíricas

Evocavam-se sombras espectrais

Em meus delírios as entidades oníricas,

Habitavam outras esferas astrais

A obscuridade tornava-me bem recluso,

Olhos fundos de insana maldade,

O entardecer com seu calor bem difuso,

Poderia eu encontrar essa cidade?

Houvera, portanto com o frenesi febril,

A sombra dos lúgubres ritos

Avermelhar em sangue este céu de anil,

Com estes espíritos sinistros

Ouvira senão alguns chorosos lamentos,

Das ondas dos túmulos infernais,

Quando na loucura efetuei experimentos

Para invocar os seres primordiais

Mas as forças macabras eram vibrantes,

Repetiam essas diabólicas intenções,

Retorciam meus sonhos tão horripilantes

Consumindo tantas minhas emoções

Sentia apenas as lufadas do vento frio,

Cantarolando a possessão lírica

Dominando esta pobre alma no arrepio

E prossegui nesta busca onírica*!

*Analogia ao conto A Busca Onírica por Kadath de H.P. Lovercraft

rodrigokurita
Enviado por rodrigokurita em 09/06/2020
Código do texto: T6972539
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