NAS PROFUNDEZAS DO OCEANO...
Indescritível nas sondagens empíricas
Nos meus sonhos renasceria
A entidade destas dimensões oníricas,
Neste horror enfim emergia!
No horizonte esta luz monocromática,
Morria dentre o desfiladeiro
E o sol palidamente figurava estática,
Sob a brancura do nevoeiro
O balouçar desta nau havia me enojado
Nas águas notei esta repugnância,
D’um objeto que parecia amaldiçoado,
Nas ondas chegara à essa distância
Tinha em seu corpo estranhos entalhes
De moluscos, peixes e baleias,
Pareciam de hierógrafos estes detalhes,
Incrustados com brancas areias
Agora pressinto como uma maldição,
O horror congelar-me a espinha
Todos ouviram essa estranha canção,
Desta macabra criatura marinha
Deus não prolongueis mais essa sina,
Das alucinações tão decrépitas
Que uma dose mortal da pura morfina
Livre-me daquelas garras fétidas