O TÚMULO

Espíritos levantam-se das tumbas

Posso ver os seus dedos,

Neste céu escuro que me afundas

O horror de tantos medos

Eu enxergo suas mãos se erguendo

Saindo dos caixões lacrados

No pânico meu corpo vai tremendo

Debatendo-se pelos lados!

Fugindo sinto a perna tão dormente

O ar nos pulmões parece faltar

Vejo vultos dançando calmamente

Deste pesadelo preciso acordar

Alguém me segue dentre estas valetas,

Tenho essa ligeira impressão,

Talvez sejam alguns malignos capetas

Que virem cumprir sua missão

Aturdido esbarro entre certas cruzes,

Que brilham diante deste luar,

Nuvens negras escondem tais luzes

O caminho que devo retomar!

A névoa encobre toda minha visão,

Tudo é disforme e aparente,

Quando o pavor da morte ao portão

Já se defronta em sua mente!

Tudo que eu fiz foi apenas o cúmulo

Da ganância de querer violar,

D’um falecido esse sagrado túmulo,

Para algo eu querer só furtar!

rodrigokurita
Enviado por rodrigokurita em 05/06/2020
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