O CALVÁRIO
Tornei-me o monarca dos submundos
Para satisfazer vosso desejo,
Destas almas pelos abismos profundos
No deserto pútrido eu rastejo
Os espíritos dizem: - Nós temos fomes
Sentimos a terra que transpira,
Sou invocado por ter inúmeros nomes,
E eles sofrerão pela nossa ira!
Pelos gânglios da noite sempre caminhei
Vendo cair outra estrela anã
Por todos os lugares eu então peregrinei
E batizaram-me como Satã!
Curvei-me diante d’uma magnânima dor,
Quando neste dia avistei a luz,
Blasfemei na face do meu único salvador
Para não carregar aquela cruz!
Escarnei de toda aquela apóstata encenação
Que seu cristianismo assim permeia,
Quando Judas alertou-me desta crucificação
Estive presente no lugar da caveira!