O CALVÁRIO

Tornei-me o monarca dos submundos

Para satisfazer vosso desejo,

Destas almas pelos abismos profundos

No deserto pútrido eu rastejo

Os espíritos dizem: - Nós temos fomes

Sentimos a terra que transpira,

Sou invocado por ter inúmeros nomes,

E eles sofrerão pela nossa ira!

Pelos gânglios da noite sempre caminhei

Vendo cair outra estrela anã

Por todos os lugares eu então peregrinei

E batizaram-me como Satã!

Curvei-me diante d’uma magnânima dor,

Quando neste dia avistei a luz,

Blasfemei na face do meu único salvador

Para não carregar aquela cruz!

Escarnei de toda aquela apóstata encenação

Que seu cristianismo assim permeia,

Quando Judas alertou-me desta crucificação

Estive presente no lugar da caveira!

rodrigokurita
Enviado por rodrigokurita em 02/06/2020
Código do texto: T6965416
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