# Esse texto faz parte do Conto Interativo Caverna do Diabo. Clique AQUI para iniciar #


Ao perceber que as luzes das lanternas começaram a falhar, você se questionou por qual razão o rádio estaria tão silencioso. Ao parar para testar, você percebeu que o rádio já estava sem bateria. Ao olhar o led da lanterna, notou que ele já estava no mínimo. Por sorte a professora havia trazido algumas baterias extras. Contudo, não era o suficiente para todos. Ela trocou a bateria do rádio dela e da lanterna de vocês.

Ao testar o rádio depois das baterias trocadas, vocês finalmente tiveram contato com Adilson e Marcos, que ficaram lá fora. Após avisarem onde estariam e com as lanternas recarregadas, a professora pediu para você ajudar o Sr. Jadson a coletar amostras de rochas das paredes e do chão. Enquanto isso, ela seguia pregando os ganchos para a descida.

Quando você a mostrou os exemplares coletados, depois de olhar com atenção, Inês falou:

— Olha só que interessante! Aparentemente, a composição dessa caverna é bem heterogênea. São vários tipos de rochas diferentes. Fico imaginando que tipo de formação pode ter originado essa geomorfologia tão peculiar…

Quanto aos insetos e ao material do solo, ela completou:

— O guano daqui é bem rico! A depender da quantidade e da qualidade, poderia até ser explorada comercialmente. Mas são necessários maiores testes para verificar.

— E o que seria isso, guano? - você perguntou.

Ela respondeu que era basicamente o acúmulo de fezes de aves e de morcegos que poderia ser usado como um fertilizante, e era o que também dava aquele cheiro insuportável à caverna. Ainda bem que vocês estavam usando máscaras com filtro duplo, pois todo aquele fedor já estava lhe dando dores de cabeça.

Eventualmente subia um vento quente, pestilento, daquele pequeno abismo. O cheiro parecia ser o de coisa morta.

— Vocês estão sentindo esse cheiro?

Jadson estava sério, sisudo. Sua testa estava visivelmente contraída, com o olhar perdido para o precipício.

— Acho que é aqui onde eles jogam os corpos - murmurou - Eles estão nos seguindo.

A professora não escutou e pediu para ele repetir. Jadson desconversou e falou que nunca tinha feito aquilo antes.

Inês se prontificou a descer com ele. Você viria logo depois. Assim, ela fez um teste rápido de resistência e tração na corda, passou as instruções básicas de uso da corda e do mosquetão além de como movimentar os braços e pernas para subir, descer e parar para você e para o Sr. Jadson.

Durante a descida, parecia que havia algo seguindo seus movimentos. Mas toda vez que você parava para olhar, era apenas mais uma rocha com formato estranho ou levemente humanoide.

 



Mais ou menos na metade do caminho, ao apontar a lanterna para baixo, você enxergou de relance algo que lembrava muito ossadas humanas. De repente, vocês ouvem um clique vindo lá de cima. Uma das anilhas que dava sustentação para as cordas havia se soltado.

Vocês caíram alguns metros, mas, como a professora havia fixado os grampos com calma, deu tempo de colocar o segundo, por segurança.

Assim, vocês ficaram pendurados em uma das irregularidades da parede. Assim que a professora conseguiu se segurar e livrar uma das mãos, ela fez contato com a equipe externa para pedir ajuda aos bombeiros.

Após uma rápida troca de mensagens, Inês instruiu a Marcos, que atendeu o rádio, a pedir para Adilson fazer uma ligação pelo Iridium para os bombeiros, para virem nos resgatar. Não poderíamos tentar subir, pois poderíamos piorar a situação.

Depois um silêncio tenso, com vozes confusas ao fundo, Adilson pegou o rádio e falou que o resgate estava a caminho.

Após as comunicações, o silêncio da caverna era interrompido por sons de patas sobre a rocha, como se houvesse ali um inseto gigante se movendo, ou algo se arrastando e se escondendo por entre as rochas.

Por acaso, vocês três apontaram a lanterna para um mesmo lugar, e se depararam com uma cena aterradora. Um ser de pele esverdeada, semelhante à rocha, estava enganchado em uma das paredes, se preparando para dar o bote em vocês.

 


Contudo, as luzes foram o suficiente para fazê-lo sair dali. No susto, Inês saca uma arma, um revólver prateado de cano curto e fica com ele em punho.

— Dona Inês, de onde a senhora tirou essa arma?! A senhora anda armada!? - estranhou Jadson.

— Pessoal, apresento-lhes Mayday! Desde que me separei do canalha do meu ex-marido ando com ela. Não é a primeira vez que ela me ajuda!

O pouco tempo que Adilson disse que os bombeiros chegariam pareciam horas. Vocês estavam tensos, fazendo rondas com as lanternas pelas paredes da caverna para evitar que aqueles diabinhos se aproximassem.

De repente, o rádio apita novamente. Um forte som de vento ou chiado de fundo tornava a voz de Adilson quase inaudível.

— Eles chegaram! Como vou dizer a eles o caminho para chegar aí?

Nesse momento você interrompeu, gritando:

— É só seguir as setas que eu marquei com o spray. Elas estão no teto e no chão.

Após algum tempo, já era possível ver as luzes na parte superior do precipício. Os bombeiros haviam chegado! Com aquelas luzes extras, as criaturas sumiram por completo da região, afugentadas.

— Graças a Deus acabou! - suspirou a professora, guardando a arma ao ouvir a voz do pessoal da equipe de resgate - Vamos abortar essa expedição.

Você suspirou de alívio quando os bombeiros finalmente os alcançaram e começaram a puxá-los para cima.

 

Fim

#RECOMEÇAR (?)#

Manassés Abreu
Enviado por Manassés Abreu em 02/06/2020
Reeditado em 21/12/2023
Código do texto: T6965270
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