#Esse texto faz parte do Conto Interativo Caverna do Diabo. Clique AQUI para iniciar #

 
 
— OK, você fica com o rádio e o computador então. Mas fica de olho! Vou tirar um cochilo rápido lá no carro. Qualquer coisa, é só chamar. - Adilson falou enquanto se dirigia para a van.
 
— Pode deixar. Vou falar aqui com o pessoal.
 
Logo depois, você tenta ligar o computador, que você achava que estava em modo soneca. Só que, para a sua surpresa, a bateria dele já tinha descarregado. O mesmo tinha acontecido com rádio. Algo nessa região estava fazendo isso. Seria por alguma causa natural ou….
 
Você balança a cabeça negativamente, buscando evitar pensar nesse tipo de besteira. Vai na caixa de suprimentos, pega as baterias de reserva e reinicia os aparelhos.
 
Após reiniciar o computador. Você percebeu que a câmera da professora estava presa em um buraco. Não há nenhum sinal de Jadson ou de Marcos. Tudo o que você conseguia ouvir era a respiração ofegante dela e alguns gemidos abafados. Você decidiu, então, usar o rádio para se comunicar:
 
— Professora, tudo bem por aí?
 
Ela emitiu um grito curto, assustada e retrucou:
 
— Finalmente alguém respondeu no rádio, estava já ficando sem voz! - ela estava nitidamente rouca - Durante a exploração de uma das salas, tivemos que descer de rapel. Só que um dos grampos afixados se soltou. Eu e os rapazes estamos presos ao grampo de segurança. Mas não sei por quanto tempo. Por que diabos você não atendeu o maldito rádio!? 
 
— Desculpe, professora, mas parece que ele descarregou enquanto nós montávamos o acampamento. Por sorte eu decidi verificar os aparelhos novamente. Senão, nada disso seria possível.
 
Ao fundo, foi possível escutar as vozes de Marcos e de Jadson comemorando o contato e suplicando por ajuda e resgate.
 
— Ótimo. Agora chama por socorro. Liga logo para os bombeiros, pelo amor de Deus!
 
Você pegou o celular para dar mais uma olhada só para confirmar que ali não pegava sinal algum.
 
— Professora, aqui não pegar sinal de celular. Não o meu.
 
— Então fala com o Adilson e vê se o celular dele pega. Se nada der certo, procurem pelo Iridium, ele saberá usar.
 
— Tá certo. Assim que terminar entro em contato com vocês novamente. - Você desligou o rádio e foi para a van, acordar o Adilson.
 
Após explicar o que aconteceu, Adilson ficou nervoso, olhou o celular, mas o dele também estava completamente descarregado.  Você citou o tal “Iridium”. Adilson lhe explicou que era um celular satelital, que cada ligação era caríssima e o manuseio dele não era nada fácil.
 
Adilson achou o aparelho, ligou o carregador no carro, pegou a folha de instruções resumidas e começou a operar o aparelho, que mais lembrava aqueles celulares antigos, modelo tijolão que ainda tinha que levantar a antena para falar.
 
Enquanto ele chamava por ajuda com os bombeiros, o rádio começou a apitar.
 
— Câmbio, câmbio! Alguém responde esse rádio! Tem alguma coisa aqui com a gente. Não sei se um animal ou um monstro. Quando fazemos silêncio, ele se aproxima. Não desliga esse rádio, pelo amor de Deus!
 
— Sim, professora, estou ouvindo. Adilson está falando com os bombeiros agora.
 
Nesse momento, Adilson avisa que eles vão mobilizar as equipes e vão demorar no máximo uns quinze minutos para chegar.
 
Você repassou a informação para a professora Inês, que suspirou aliviada.
 
— Ei, vou apontar a luz quando essa criatura voltar. Dá uma olhada aí no computador.
 
Você voltou sua atenção para o computador. Algo pequeno e estranho se arrastava pelas paredes da caverna.
 
A professora ligou então a lanterna e se deparou com a seguinte imagem:

 
Ela soltou um grito agudo de medo. As imagens começaram a ficar borradas. Ela movia a cabeça muito rápido. Aquela criatura já não estava mais lá.
 
O sinal da câmera caiu. Mas continuava a transmitir o áudio.
 
A tela do computador congelou num borrão de cores marrons e trechos levemente verdes cortando a tela em diagonal. Você ouviu os gritos da equipe. As vozes se sobrepunham a grunhidos altos e agudos.
 
Tiros. Sim, esse estampido era típico de tiros, mas como foram efetuados num ambiente de caverna, fechado, os ecos distorceram o som que, eventualmente, puderam ser ouvidos até a entrada da caverna. Isso significaria que eles não estariam muito longe de vocês.
 
— Professora, está tudo bem? O que houve!? - você perguntou, preocupado, pelo rádio.
 
Após alguns segundos de silêncio, veio a resposta:
 
— Sim, eu acho. Ainda bem que estava com a Mayday.
 
— Com quem?
 
Após uma risada estranha, veio a resposta:
 
— Mayday é nome da minha arma. Desde que me separei daquele bastardo ando com ela. Não é a primeira vez que ela me salva de uma enrascada. Vocês estão bem?
 
— Acho que sim, fiquei melado com alguma coisa nojenta, mas estou bem - Marcos respondeu.
 
— Hein !? Tô mouco, mas tô vivo - gritou Jadson.
 
Ao fundo, era possível ouvir o som de um helicóptero se aproximando.
 
— Eles estão chegando! O resgate está a caminho! Mas como eles vão saber por qual caminho seguir na caverna?
 
— Graças a Deus! Eu marquei o nosso caminho com setas usando um spray de tinta laranja que sai na água. É só seguir. - era possível ouvir os gritos de alegria ao fundo.
 
Alguns minutos depois, o helicóptero dos bombeiros pousou. Eles perguntaram para vocês o que estava acontecendo, quantas pessoas estavam presas e onde. Uma equipe saiu agilmente para dentro da caverna. Após alguns minutos, você pode ver Inês, Jadson e Marcos serem retirados pelos bombeiros. Era o fim da expedição. Ao menos todos estavam bem. Eles seriam atendidos no Hospital Regional de Serra dos Cristais.

 
Fim (?)
#RECOMEÇAR#

Manassés Abreu
Enviado por Manassés Abreu em 01/06/2020
Reeditado em 22/12/2023
Código do texto: T6964353
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.