A TORTURADA
Ajoelhada entre as pernas quebradas,
Débil no esforço de respirar
Tendo ao seu fim as mãos amarradas
Para alguém lhe espancar!
Sem um nome nem uma identidade,
O rosto todo deformado,
Sofrendo por toda essa brutalidade
Teve o corpo mutilado.
Sua vida já está vai-se desvanecendo,
O sangue em coagulação,
É a certeza que está agora morrendo,
Pulsa lento o seu coração!
Você é apenas mais um trágico número,
Um registro dentro do obituário,
Fratura exposta que partiu o seu úmero,
Nas mãos, teu santo escapulário
Seus dentes retirados pelas pauladas
A massa encefálica pelo chão,
O tórax afundado pelas duras pisadas
Pedindo a Deus sua proteção!
Essa tua existência foi legítima,
Nas mãos de um assassino calculista,
Outra morta, uma nova vítima,
Mais um cadáver para nosso legista!