O FANTASMA NA NEBLINA
Todas as noites esses pesadelos
Atormentam-me em constante pavor,
Fazendo erguerem meus cabelos
Nesta sudorese com o infinito horror!
Sempre ao deitar eu percebo
Uma presença estranha me incomodar
Já sinto o inexplicável medo
Em longas noites sempre a atormentar!
Ouço às vezes a voz tão calma
Sussurrar nas trevas algo sem sentido
E preenche o vazio desta alam
Com esse temor muito desconhecido.
Desde o dia que ela enfim sepultei,
Nunca mudara a sua imagem
Diariamente este fato eu presenciei
Parece além d’uma miragem
Vestida com o mesmo carmesim
Quando falecera antes do casamento
Morrera antes de dizer-me o sim,
E agora retornara para meu tormento
Ao acordar segui uma trilha
Adelante surgira à espessa neblina
Tão pálida que até se brilha,
Avistei uma criatura bem feminina
Meu olhar fitou cintilante
Aquela figura aos poucos aparecia,
Vi quieto algo horripilante
Que nas brumas apenas se retorcia
Talvez eu seja um neurótico
E desfaleci naquele breve momento
Quando vi o olhar hipnótico
Surgindo neste maquiavélico intento
Lentamente viera a caminhar,
Parecia flutuar ao nevoeiro por cima
Vejo essa figura se aproximar
Minha esposa!O fantasma da neblina