O CORPO SEM ALMA
Uma noite dessas, que fora qualquer.
Enquanto caminhava sem rumo ou outra direção
Vi nas sombras, um vulto de mulher,
Suplicando que eu parasse e lhe dessa atenção!
Percebi seus negros cabelos rijos,
Sua pele aveludada com uma palidez imortal,
Ela grunhia entre as palavras e risos
Dançando entre as cruzes de forma sensual!
Sob a argêntea luz da lua,
Seu corpo balançava entre negras sepulturas
Caminhava lenta e toda nua
Com seu corpo todo remendado de suturas!
Vestida todo preto ouvi os gemidos
Chamando por entre as lágrimas por meu nome,
Meus sentidos todos estão aturdidos
- Venha para mim, pois estou com muita fome!
Quem é você perguntei com cautela,
Que vem assombrar a nós pobres viajantes?
Cadavérica mas ainda assim tão bela
Invocando em mim esses sonhos delirantes!
A aparição fitou-me com seu olhar,
Naquele momento percebi a minha perdição,
-Sou a morte, vim senão te encontrar.
Pois a tua alma não quer descansar no caixão!