O CORPO SEM ALMA

Uma noite dessas, que fora qualquer.

Enquanto caminhava sem rumo ou outra direção

Vi nas sombras, um vulto de mulher,

Suplicando que eu parasse e lhe dessa atenção!

Percebi seus negros cabelos rijos,

Sua pele aveludada com uma palidez imortal,

Ela grunhia entre as palavras e risos

Dançando entre as cruzes de forma sensual!

Sob a argêntea luz da lua,

Seu corpo balançava entre negras sepulturas

Caminhava lenta e toda nua

Com seu corpo todo remendado de suturas!

Vestida todo preto ouvi os gemidos

Chamando por entre as lágrimas por meu nome,

Meus sentidos todos estão aturdidos

- Venha para mim, pois estou com muita fome!

Quem é você perguntei com cautela,

Que vem assombrar a nós pobres viajantes?

Cadavérica mas ainda assim tão bela

Invocando em mim esses sonhos delirantes!

A aparição fitou-me com seu olhar,

Naquele momento percebi a minha perdição,

-Sou a morte, vim senão te encontrar.

Pois a tua alma não quer descansar no caixão!

rodrigokurita
Enviado por rodrigokurita em 20/05/2020
Código do texto: T6953078
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