A Criatura
Com exceção de alguns filetes luminosos, que mergulhavam no vidro e projetavam suas formas nas paredes, o quarto estava transbordado em sombras.
Isabella, prostrada na cama. Sua pele que outrora fora viçosa e tenra, tinha agora um aspecto de cera. Pálida.
Com o rosto voltado para janela a moça fitava o exterior. Os olhos vidrados. Não refletiam brilho algum.
Acima dela, bailando no ar, a CRIATURA sorvia cada gota de sua constituição. Enquanto ingeria e digeria sua vítima o SER sibilava em gozo.
Apática e indiferente ao deboche e à tortura, Isabella não oferecia resistência alguma. Apenas mirava, inexpressiva, à janela.