A TUMBA
Entre fundo nas catacumbas,
Observe os corpos em mumificação,
Adentre ao fundo das penumbras
Os faraós lançam-te uma maldição!
Tateando as paredes rochosas,
Hierógrafos espalhados pela alcova,
Imersas nestas areias porosas
A pirâmide será sua próxima cova!
A respiração sôfrega neste momento
Sinal da maligna anunciação,
Da morte exalando o odor pestilento
Teu cadáver terá a maldição!
Põem-se o sol claro no horizonte,
A cripta adentra em densa escuridão,
O suor frio que escorre na fronte
É a febre da malária em bestial ação!
Suas pernas amolecidas agora tremem,
Os deuses invocam a proteção
As trombetas sinistras apenas gemem,
Suas pragas pela perturbação!
Eis que erguer-se a vós por perto,
Denso negrume destas magias ocultas,
A aura macabra do grande deserto
Ao caixão mortuário sempre perscrutas
A destra deste esquife quase aberta
No sarcófago balouça a mão,
Deste repouso o mal enfim desperta
Morra na ira de Tutancâmon...