A CONDESSA

Nascida nas mansões da realeza,

Escrava dos seus instintos doentios,

Pagara o alto preço pela beleza,

Em atos maquiavélicos e sombrios!

Matara mulheres inocentes e puras

No arpejo melódico do seu alaúde

Nas câmaras do castelo as torturas

Preservariam sua insana juventude

Ela dormia quando o sol se esconde

Nas brumas sinistras d’um escapismo

Casando-se com um estranho conde

Que ensinou-a as práticas de sadismo

A velhice era sua débil fraqueza

Banhava-se com sangue virginal,

Imaginava perpetuar toda beleza,

Por meio deste sanguinário ritual!

Em sua face essas mãos tão frias

Acariciavam seus grandes espelhos,

Quando ao cálice sangue bebias

Em prece louvava-o assim de joelhos

Donzelas ao castelo eram atraídas,

Pelas promessas de afazeres triviais

Mutiladas perdiam as suas vidas

Para apodrecer entre as paredes frias.

Sua loucura em insana demência

Despertara desconfiança da população

Sangue é o elo da divina essência

Com mentiras fugia desta condenação

Movida por seus impulsos anormais

Foi descoberta em total cegueira,

Delatada pelos seus súditos desleais

Morrera queimada nesta fogueira!

rodrigokurita
Enviado por rodrigokurita em 06/05/2020
Código do texto: T6939227
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