A CONDESSA
Nascida nas mansões da realeza,
Escrava dos seus instintos doentios,
Pagara o alto preço pela beleza,
Em atos maquiavélicos e sombrios!
Matara mulheres inocentes e puras
No arpejo melódico do seu alaúde
Nas câmaras do castelo as torturas
Preservariam sua insana juventude
Ela dormia quando o sol se esconde
Nas brumas sinistras d’um escapismo
Casando-se com um estranho conde
Que ensinou-a as práticas de sadismo
A velhice era sua débil fraqueza
Banhava-se com sangue virginal,
Imaginava perpetuar toda beleza,
Por meio deste sanguinário ritual!
Em sua face essas mãos tão frias
Acariciavam seus grandes espelhos,
Quando ao cálice sangue bebias
Em prece louvava-o assim de joelhos
Donzelas ao castelo eram atraídas,
Pelas promessas de afazeres triviais
Mutiladas perdiam as suas vidas
Para apodrecer entre as paredes frias.
Sua loucura em insana demência
Despertara desconfiança da população
Sangue é o elo da divina essência
Com mentiras fugia desta condenação
Movida por seus impulsos anormais
Foi descoberta em total cegueira,
Delatada pelos seus súditos desleais
Morrera queimada nesta fogueira!