A APARIÇÃO
À noite, pela intempérie eu avisto,
Uma miragem em mísero instante sequer,
Nesta loucura pensei então ter visto
Alguma sombra enegrecida de uma mulher!
Envolta no manto da noite ela sorria,
Cantarolando um cântico triste e tão funéreo
A cabeça revolta na dor então pendia
Diante da luz pálida no negrume do cemitério
Era essa a visão do horror, bem sabia,
Vestida na mortalha que ao luar se branqueia,
Ela frenética caminhava em sua letargia
Com os pés descalços chafurdados pela areia!
Quem seria?Pois bem eu não a conhecia,
O horror empalidecia essa fronte tão assustada,
Meu nome em sussurro no silencio ouvia,
Da morte essa imagem me parecia ressuscitada!
Trajada com costumes parecia a sibila,
Que entrecortava a minha rápida respiração,
Ressuscitara enfim tornara-se a vampira,
E na madrugada fúnebre ela era a escuridão!