PELAS SOMBRAS...
Vede nas sombras se emergindo,
Detrás destas árvores bem enegrecidas,
Um vulto maligno me seguindo
Este usurpador das lendas esquecidas!
Seus caninos brilham na brancura
Da sua pupila dilatada em vermelhidão,
Ao bafejo pestilento da sepultura
Despertado trouxera a iníqua maldição!
Aquela pele pálida e friorenta,
O olhar aterrador que me amedronta
Sem vida a face tão macilenta
Com a condenação eterna se afronta!
Nem a reza e meu incrível esforço
Livraram-me de quando os olhos eu pus,
Sempre avançara ao meu pescoço
Mesmo sob o alumiar de uma tímida luz!
Pensei em escapar da perseguição
Daquele monstro que a face me langue,
Mas a minha verdadeira maldição
Era perceber sua devoção pelo sangue!
Parei defronte uma encruzilhada,
Pensando que este meu pensamento tolo
Fosse toda a ilusão amortalhada
Mas eis que esse monstro surgiu do lodo!
Uma fisgada pela jugular já sentia
Debatera-me muito e agora até transpiro,
O sangue daqueles furos escorria,
Dentre os dentes afiados deste vampiro...