O ANJO DA MORTE
[relato de um campo de concentração nazista]
Na câmara de gás inicia-se todo horror
Quatro mil prontos para morrer,
O veneno se dispersando como o vapor
Asfixiando-os sem nada temer!
Observo-os orando a um único Deus,
Suas últimas preces ancestrais
Eliminação em massa destes Judeus,
E ocultar os seus restos mortais
Corpos apodrecem nestas covas rasas
Desnutridos em peles e ossos
Vagam pelo campo ainda em brasas,
Cena macabra de mortos vivos
Conflitos de questões raciais,
Cabeças perfuradas em lobotomias,
Fugindo como pequenos animais
Vítimas das segregadas supremacias
Essas águas geladas represam boiando
Cadáveres com cor esverdeada
O tempo de existência judia esgotando
Irão afogar-se na última golfada
Os sobreviventes serão nossas cobaias
Na histeria de todo povo ariano
Os porcos estarão em suas sujas baias
Vítimas da maldade caucasiana
Portanto não haverá choros e lamentos
Sob o regime do holocausto
Os gêmeos farão parte de experimentos
Para o anjo da morte exausto!