BESTIÁRIO DE SERRA DOS CRISTAIS
Parte 01
Anotação: preciso terminar logo esse bestiário! Depois do que descobrimos na última investigação paranormal, não sei por quanto tempo vou continuar vivo. Volta e meia percebo alguém me seguindo na rua. O meu computador fica reiniciando sem razão e noto que muitos dos meus arquivos das minhas investigações anteriores ou sumiram, ou foram alterados ou estão em outra pasta...
Isso é algo que eu não entendo. Se eles quisessem simplesmente ter apagado os arquivos e ter sumido comigo seria muito mais fácil. Por que “eles” estariam fazendo isso comigo? Seria algum teste ou só estariam de deliciando com o meu sofrimento até a minha queda derradeira?
Meu nome é Alexander Hamura, sou pesquisador de fenômenos paranormais, historiador pela URSC (Universidade Regional de Serra dos Cristais) e faço parte do GIP (Grupo de Investigação Paranormal). Nesses meus dez anos de pesquisa, vi muita coisa, muita gente querendo chamar atenção, alguns charlatães, muitos seres ainda não compreendidos e outros que estamos começando a entender. Vou seguir a ordem alfabética por ser a mais objetiva.
Descrição: seres quadrúpedes com aproximadamente um metro de altura se medido do solo até o ombro. Pele cinzenta, com poucos ou nenhum pelo no corpo. Rosto semelhante ao de um cachorro ou morcego deformado, olhos vermelhos ou amarelos, reflexivos à luz noturna. Há relatos de que suas patas dianteiras sejam semelhante às mãos humanas.
Por mais incrível que pareça, os incidentes com esse ser não são tão raros assim. Levantamos a hipótese de ser algum canídeo infestado de sarna em grau severo. Mas as amostras obtidas e encaminhadas para análise demonstram que estão próximos dos canídeos, talvez uma espécie diferente, uma vez que possuem quantidades diferentes de cromossomos. Contudo, elas também se aproximam consideravelmente dos morcegos. Com relação a sarna, não foram encontrados traços.
Há poucos relatos próximos dessa besta. Contudo, sabe-se que eles atuariam isoladamente ou em grupos pequenos de até cinco indivíduos. Segundo os relatos, esses seres seriam bem mais silenciosos que os lobos, raposas ou mesmo cães selvagens, sendo perceptíveis apenas por seu deslocamento na mata.
O nome CHUPA-CABRAS é um termo genérico usado pela população para também falar dos DIABINHOS. Sendo a maior diferença a localização. Enquanto os CHUPA-CABRAS ocorrem em áreas mais próximas das fazendas, os DIABINHOS ocorreriam em áreas mais ermas como nas cavernas e nas áreas de floresta ou mangue mais intactos.
Anotação: foi na região próxima da Vila Mariana, há uns dez ou quinze anos teve um fenômeno ufológico que chamou atenção do país. Várias forças de segurança e grupos de investigação nacionais e internacionais vieram investigar o fenômeno. Na época, populares disseram que uma nave tinha caído e que havia alienígenas rondando a região, mas que todos teriam sido capturados pelas forças armadas. Contudo, a versão oficial era que um avião carregando alguns animais deformados caiu para estudo. Os "animais" teriam sido recapturados e encaminhados para a Universidade Regional de São Cipriano para pesquisa. Todavia, até hoje, são registrados ataques dessas criaturas. Seriam elas alguma experiência do governo, animais alienígenas ou mero fruto da imaginação dos fazendeiros, sedentos por atenção e que desejariam explorar a atividade turística em torno disso?
Descrição: seres humanoides de baixa estatura, em geral, até 1,50m. Há pelo menos três variações bem definidas: (1) com aparência goblinóide, que ocuparia as cavernas e áreas escuras, com pele de textura semelhante a rocha com comportamento mais agressivo; (2) com aparência humanoide, que ocuparia áreas florestais e de mangue, com pele coberta de lodo, galhos e rochas com comportamento mais recluso e (3) com aparência mais semelhante aos demônios clássicos, com vários chifres pelo corpo, bem mais raros, já avistados, inclusive, na área urbana de São Cipriano.
Pudemos detectar claramente dois tipos de diabinhos: aqueles que ocorrem nas cavernas e aqueles que ocorrem nas demais regiões de floresta e mangue preservados. Como dito anteriormente, eles são usualmente confundidos com os CHUPA-CABRAS, principalmente porque a sua alimentação também é majoritariamente baseada nos fluídos corpóreos da vítima - sangue.
Bem mais reclusos que os CHUPA-CABRAS, eles possuem, de fato, um aspecto mais antropomórfico. Não sabemos ainda se são um tipo de híbrido humano, se isso é algo semelhante a alguma doença ou maldição - similar ao lobisomem do folclore tradicional.
O formato dos DIABINHOS que habitam as cavernas lembra bastante a figura do GOBLIN bastante difundida nos jogos de RPG. Nas raríssimas fotos desses indivíduos, podemos perceber que eles são capazes de usar ferramentas simples. São muito reclusos, mas ficam muito agressivos quando iluminados diretamente. Sua pele tem aspecto semelhante à rocha e são extremamente ágeis.
Os DIABINHOS que habitam as regiões de floresta e mangue preservados possuem um aspecto maior (até mesmo 2m), mais humanoide. Alguns, possuem chifres nas cabeças, costas e cotovelos, sendo comumente chamados de DIABOS ou mesmo DEMÔNIOS, outros, mais comuns, possuem na sua pele uma mistura do meio em que vivem: se forem das matas, encontraremos galhos, grama, rochas e coisas do tipo afixadas ou sobre a sua pele; se forem de mangues, encontraremos lodo, raízes, folhas e lama. Na Vila Uçá, nomeada devido a abundância dos caranguejos uçá, há uma lenda de que se alguém for arranhado ou mordido por um diabinho, ele se transformará em um. Essa Vila é um dos locais com mais ocorrências, embora aqueles que vivam nessa região sejam ainda mais reclusos e tendam mais a fuga do que ao ataque, quando encontrados.
Anotação: um fenômeno que chocou alguns cidadãos de Serra dos Cristais foi quando, supostamente, um desses diabinhos teria fugido do Hospital Regional. Ele teria cruzado toda a cidade até sumir na mata que fica no sopé da Serra Grande. Contudo, durante sua fuga, vários fenômenos sobrenaturais teriam ocorrido. Ainda estamos apurando a dimensão da coisa.
Descrição: seres humanoides, com alegadas capacidades mágicas, que ocupam áreas mais remotas da região de Serra dos Cristais.
A região de Serra dos Cristais foi explorada e ocupada por Cipriano, indígena, antigo pajé das tribos Tupis que se estabeleceram nas regiões vizinhas a oeste da serra. Contudo, a cultura dessa tribo tratava a parte leste da serra até o mar como território amaldiçoado. Tanto que era usado como local onde os condenados pelos crimes mais bárbaros eram exilados.
Com a chegada dos europeus ao continente e a colonização tardia da região pelos portugueses, a tribo de Cipriano foi dizimada. Depois de ter visto toda sua família ser capturada, morta ou escravizada, desesperado para sobreviver, ele se converteu ao catolicismo. Um dos jesuítas, conhecendo seus dons, deu-lhe o nome cristão de Cipriano - em homenagem ao santo homônimo que era um grande feiticeiro e se converteu ao cristianismo por causa da fé de Justina. A grande ironia de toda essa história é que o nome original de Cipriano se perdeu, assim como o nome do jesuíta que lhe batizou.
Essa região possuiu vários aldeamentos e vilas que começaram e acabaram. A primeira delas foi a Vila da Boa Esperança, fundada por Cipriano - agora um fugitivo por ter ajudado uma jovem negra escravizada inicialmente por franceses e chamada de Justine. Essa vila seria um esconderijo de escravos fugitivos, indígenas sobreviventes e até mesmo brancos pobres que fugiam da operação do Império Colonial.
Dizem que Cipriano teve que fazer um pacto com os homens-lagartos ou homens-serpentes que moravam nas cavernas que ficavam no sopé da Serra dos Cristais. Daí veio seu grande conhecimento e poder que o fez resistir a poderosas incursões do exército imperial. A vila só foi dizimada por enorme tropa liderada por Duque de Caxias com o apoio de canhões e engenheiros ingleses, depois de várias tentativas infrutíferas.
Desde então, surgem essas figuras enigmáticas que se intitulam de bruxos, bruxas, feiticeiros entre outros nomes. Recentemente, foram reportadas aparições dessas figuras folclóricas na região da Floresta do Sumidouro. Suspeita-se que seja mais de um grupo. Uma pessoa, presa e acusada por homicídio e ocultação de cadáver, alegou que fazia parte de um grupo maior onde eram oferecidos sacrifícios desde animais até humanos. Ele teria dito em seu depoimento:
(...)“QUE a cada sacrifício o nosso DNA seria purificado e nós ganharíamos vários poderes, como: levitar, ver na mais completa escuridão, ficar invisível, se transformar em animais entre outros” (...)
Descrição: seres humanoides com altura entre 1,80m a 2m, com pele bastante espessa com textura semelhante a rocha ou concreto, possuem aparência mais semelhante aos demônios clássicos, com vários chifres pelo corpo, asas e garras.
De acordo com o folclore popular, as GÁRGULAS seriam monstros que estariam ativos durante a noite e ficariam dormentes, em forma de estátua de pedra, durante o dia. Acredita-se que originalmente as figuras monstruosas, e por vezes assustadoras, das gárgulas tenham sido criadas para alertar os fiéis católicos de que o mal nunca dorme. Por esse motivo os fiéis deveriam estar sempre em estado de alerta e em vigilância contínua, mesmo em locais sagrados e santos como as igrejas e catedrais.
Na ficção contemporânea, as gárgulas são tipicamente descritas como uma raça humanoide alada com características demoníacas (geralmente chifres, rabo, garras e bico). Segundo as lendas, as gárgulas podem usar suas asas para voar ou planar a noite, e muitas vezes são descritos como tendo uma pele rochosa, ou sendo capazes de se transformar em pedra.
No contexto das criaturas e bestas catalogadas aqui em Serra dos Cristais, creio que haja algum grau de parentesco com os DIABINHOS. Sendo a maior diferença, a presença de asas e que as gárgulas viveriam nos altos da Catedral e em algumas poucas construções que misturam o estilo gótico com arquitetura moderna no centro da cidade.
A cultura local fala que esses GÁRGULAS ficariam ativos apenas nas luas de sangue e na lua nova a partir da meia noite. Como o alto dessas construções fica escuro, essas criaturas ficariam à vontade para se alimentar e realizar outras tarefas. Como poucas pessoas ficam observando o céu noturno, não muitos esporádicos os relatos, sendo a sua maioria crianças de imaginação fértil e tendo como registros poucos vídeos borrados de baixa qualidade.
Descrição: seres humanoides altos 2m-2,30m, como se fossem um híbrido entre seres humanos e dinossauros, um com e outros sem cauda, garras, crista dorsal e/ou focinho, extremamente fortes, ágeis e inteligentes, bem além do ser humano comum.
Os HOMENS-LAGARTOS são dificílimos de serem avistados. Sendo encontrados somente nas mais profundas cavernas. Há relatos esparsos da ocorrência deles nas mesmas áreas que os DIABINHOS. Assim, acreditamos que seja uma interpretação errônea. Eles também não são uma espécie única, como os raros relatos não são uniformes, embora em sua grande maioria sejam seres grandes, com mais de dois metros de altura, sua descrição geral varia entre ter ou não focinho e cauda, o que nos faz acreditar que, assim como os cães, possam haver “raças” que variam do mais bestial ou animalizado para o mais semelhante ao ser humano.
Aqui entra uma observação interessante: as descrições usadas pelas pessoas que tiveram a oportunidade de observar os HOMENS-LAGARTOS nas cavernas são muito semelhantes àquelas de supostas abduções por HOMENS-LAGARTOS de aspecto mais humanoide, chamados pela comunidade ufológica de REPTILIANOS. A grande diferença é os HOMENS-LAGARTOS encontrados nas cavernas não são vistos com quaisquer ferramentas ou peças de roupa, ao contrário dos REPTILIANOS que manuseiam habilmente as ferramentas nas vítimas dessas terríveis abduções.
Um dos relatos mais interessante foi de um cultista preso por fazer parte de uma seita acusada de fazer sacrifícios humanos. Embora a sua sanidade mental seja questionável, segue seu relato:
“Eles são os nossos mestres, eles emergem das profundezas da terra e também das luzes vermelho alaranjadas do céu, depende do evento que estamos comemorando. Os sacrifícios eram entregues a eles, que não conseguiam esconder sua satisfação, suas placas que ficavam nas costas vibravam e a suas pupilas dilatavam e mudavam da cor amarela para a cor vermelha iridescente. Ao final dos sacrifícios, eles usavam algo semelhante a um capacete e faziam tatuagens em nós, dizendo estarem purificando o nosso DNA, sob a luz azulada de uma bastão, conseguíamos ver os desenhos, mas sob a luz comum, ele ficam invisíveis!”
Historicamente, o folclore local diz que o fundador da cidade, Cipriano, só conseguiu atravessar a Serra dos Cristais e estabelecer a Vila da Boa Esperança do outro lado após ter conversado e feito um suposto pacto com esses seres.
Descrição: seres humanoides capazes de alterar drasticamente sua forma, embora aparentemente, se restrinjam a objetos e pessoas que tenham um volume ou massa semelhante ao seu o próprio.
Ainda não sabemos o que seriam esses METAMORFOS. Os relatos são ainda mais raros. Os poucos casos que foram documentados são oriundos de pessoas moralmente questionáveis ou que não sejam estáveis psiquicamente.
Inclusive, foi a visão de um METAMORFO se transformar no esgoto foi a razão dos viciados em drogas que moravam no esgoto na área de transição entre o porto e o complexo industrial saírem em desespero, tendo entrado um estado psicótico devido a uma substância emanada por esse ser.
Há um registro de um paramédico que socorreu um trabalhador que teria se acidentado no incêndio da Catedral, que diria que seres METAMORFOS vivam lá, inclusive, se alimentando das mais diversas criaturas, inclusive seres humanos. Contudo, quando conseguimos chegar ao tal trabalhador, ele teria desmentido tudo, dito que teria se intoxicado coma fumaça durante o incêndio e ter delirado. Dias depois, esse trabalhador desapareceu sem deixar rastros.
Na mata, relatos de pessoas que fugiam de supostos feiticeiros relataram que eles seriam capazes de se transformar em árvores, animais e sombras sem forma definida. Contudo, durante os exames clínicos realizados neles pelo hospital, foram detectadas drogas ilícitas como maconha e cocaína, tornando seus relatos temerários e praticamente inutilizáveis para fins de investigação e pesquisa.
Anotação: posso estar ficando louco, mas creio que eu presenciei um deles se transformar no próprio Governador, enquanto saída da antiga Igreja de Pedra, próxima a Represa Bebedouro.
Assim, se esse tipo de criatura pode se transformar em pessoas com tamanha responsabilidade e influência, quais seriam seus planos? O que ele são realente: extraterrestres, mutantes, monstros, seres de outra dimensão? O que eles querem de nós? Desde esse dia eu não tenho mais paz.
Descrição: seres espectrais sem tamanho, volume ou forma definidos. Podem aparecer em grupo ou individualmente, afetariam psiquicamente os seres humanos próximos – ou seriam elas o resultado de alucinações?
A denominação genérica de SOMBRAS ou VULTOS é um dos grupos mais amplos de entidades ou seres que estão presentes na região de Serra dos Cristais. A depender do registro ou da testemunha, elas podem ter os mais diversos aspectos, desde uma aparência mais humanoide e sólida até uma aparência tentacular e fluída, ou mesmo etérea, como uma fumaça em movimento.
Há uma discussão se tais sombras deveriam ser consideradas dentro do espectro “espiritual” das ocorrências sobrenaturais na região ou se elas seriam, de fato, manifestações materiais de algo ainda não completamente compreendido. Não raro essas criaturas precederiam a percepção e um ou outro ser deste bestiário, principalmente os feiticeiros. A grande maioria desses fenômenos ocorrem conjuntamente à alguma névoa ou nevoeiro mais denso. Acreditamos que até mesmo elas possam ser mais um resultado psicológico do que um fenômeno real.
Há uma linha minoritária de pesquisadores que tratam tal entidade como uma experiência governamental tendo em vista que tais eventos ocorreram majoritariamente em áreas de forte presença militar ou que logo depois teve forte presença militar. Outra linha hipotética trabalha com a possibilidade desses seres terem uma natureza interdimensional, transitando entre mundos. Assim, a sua origem, composição, razão e classificação são um completo mistério.
Historicamente, o acidente da Mina de Santa Bárbara foi o ápice onde tais criaturas teriam emergido, resultando no fenômeno da Loucura de Santa Bárbara, que procedeu na construção do Hospício e na futura dissolução da Vila. Desde esse evento até os dias atuais a região é isolada. Segundo a versão oficial, os mineiros perfuraram um veio profundo de um minério que, em contato com o ar e a água, contaminou o lençol freático e, em humanos, causaria alucinações, delírios e as mais diversas desordens mentais. Até o momento, não há amostras dessas criaturas, mas apenas fotografias esparsas e relatos desconexos.
Descrição: considerados com seres humanos sob efeito de algum agente externo (químico, físico ou biológico), com aparência degradada e fisiologia alterada (velocidade, resistência a dor e eventualmente força consideradas sobre-humanas) acompanhada de um grande decréscimo da capacidade cognitiva e eleva agressividade, incluindo surtos psicóticos e até mesmo de canibalismo.
É até estranho que esses seres estejam presentes nesse bestiário, uma vez que os zumbis aqui citados sejam bem diferentes daqueles citados classicamente pelos filmes - lentos e com fome de cérebros. É mais bizarro ainda o fato das ocorrências serem ainda menores que os seres que foram citados até aqui. Há registro de apenas dois eventos pontuais em que seres de aspecto zumbítico teriam sido citados: uma ocorrência próxima da zona portuária, na área de transição entre o porto e o complexo industrial e na chacina do presídio.
No primeiro caso, um pequeno grupo de indivíduos ocupava a rede de esgoto dessa região, viciados em drogas, extremamente magros, agressivos, pálidos, com trechos da pele necrosadas devido ao abuso das mais diversas drogas, inclusive da temida Krocodil. Esses indivíduos teriam uma agilidade e agressividade acima da média, com uma extrema tolerância a dor. As autoridades policiais e sanitárias afirmam que teriam isolado esses indivíduos e os levado para as clínicas de recuperação. Após esse acontecimento pontual, não teriam sido mais presenciados quaisquer “zumbis” na região.
O segundo evento teria ocorrido na famigerada chacina que ocorrera no presídio. Nela, prisioneiros e agentes penitenciários teriam desenvolvido um comportamento subitamente agressivo, com surtos psicóticos de raiva, durante uma rebelião. As forças policiais que teriam adentrado para apaziguar a situação acabaram se envolvendo na mais polêmica chacina. Foram quase cem mortos, sendo setenta deles presidiários e o restante envolvendo desde agente prisionais até trabalhadores terceirizados do presídio. Os laudos periciais não encontraram nenhuma substância ilícita nos corpos dos não-prisioneiros. Cogitou-se a hipótese de surto viral ou de que a rebelião, que também foi bastante violenta, ter causado um trauma psicológico tão grande que teria desencadeado um surto psicótico em massa.
Anotação: Em tempo, consegui com alguns contatos, amostras de tecido ou de superfícies onde, teoricamente, os seres aqui descritos encostaram ou tiveram alguma interação orgânica. Minha colega que rodou os experimentos e fez a descoberta está desaparecida há alguns dias sem deixar rastro. Espero que ela esteja bem...
Acho que estamos sendo caçados! Um a um os membros do nosso GIP (Grupo de Investigação Paranormal) estão sumindo, cortando o contato ou deixando o grupo abruptamente.
Se alguém encontrar esse texto perdido, por favor, publique-o em qualquer lugar que seja! Não posso deixar esse tipo de informação simplesmente sumir! Se eu não conseguir publicar uma parte dois ou uma continuação, isso significa que o pior aconteceu...