A ORDEM ELEMENTAR - CLTS 11

As Três Laranjas

“Fui tragado, sugado pelos olhos. Eu não queria. Lutei, Deus sabe. Era a loucura, a morte que eu via. Cores diluídas na retina, inquietantemente vivas, contrárias à realidade. Profundo desespero. A morte”

Rômulo, detetive particular, tinha esse bilhete, escrito por Paolo antes de desaparecer. Sem sinais de arrombamento em seu apartamento. Sem reclamações de vizinhos. Era um homem solitário e ranzinza, que sempre implicava com os vizinhos por coisas mínimas. Cachorros, crianças correndo, televisão alta. Mas no dia em que desapareceu, não houve reclamações de sua parte. Carmen Lúcia, do 203, disse que ele chegou apressado, passou por ela na escada, bateu a porta e não foi mais visto por ninguém.

– Ele tava apavorado, detetive, – Sim, mais chá, obrigada. E essas bolachas amanteigadas, hummm, que delícia, – disse Carmen, levantando a xícara enquanto o detetive Rômulo servia o chá.

Era uma italiana robusta, que falava cuspindo e não tinha bons modos. O investigador a encarava espantado.

– A senhora chegou a falar com ele?

– Não. Como eu já disse, ele passou por mim correndo. Quase me derrubou. Eu gritei: “Ei”! – e ele já tava na porta. Naquele instante que durou dois segundos, enquanto fechava a porta, eu vi aquele olhar aterrorizado. Nunca vi tanto medo assim antes. Parecia estrar fugindo do diabo. – Nessa hora dona Carmen parou com a boca aberta e os olhos esbugalhados. Um dedo pendente nos lábios da mão que caía frouxa. Perplexa e imersa naquele olhar que acabara de descrever.

– A senhora disse antes que ele deixou cair três laranjas do pacote e que não voltou para buscá-las.

– Sim detetive. Essas coisas são maçantes. A quanto tempo o senhor é detetive?

– Há dez anos, senhora.

– Veja o senhor. As vocações tomam boa parte de nossas vidas. Acabamos acostumando, não é? – Observou a italiana levantando a sobrancelha, como se o intimidasse. Então lambeu os lábios e fechou os olhos, como se o gosto delicioso do biscoito fosse durar mais tempo e passou as mãos no avental engordurado.

– Veja bem. Cada um tem que fazer das oportunidades da vida o seu quinhão. Se Deus me deu um limão, eu posso chupar ele, azedo, ou posso guardar alguns limões e esperar para fazer uma limonada. O que lhe parece? É a vida. Mas a senhora não respondeu minha pergunta.

– Ah, sim. Sobre as laranjas. Claro, eu as deixei lá. Ele não voltou pra buscar e pouco me importa. Eu não sou dessas enxeridas que ficam marcando em cima dos vizinhos, como moscas. Acho isso imoral.

– Eu entendo. Mas como detetive é meu trabalho perguntar tudo referente ao caso. As vezes podem parecer bobagens, mas no final fazem a diferença.

– É mesmo, detetive. Eu sei como é. Eu assisto esses filmes de detetives e me interessa muito o esquema. É como um quebra-cabeças. Tem que ir juntando as peças.

– Obrigado, dona. Creio que já tomei demais o seu tempo e tenho que continuar a investigação. Estou só no começo. E esse será um quebra-cabeças bem complicado.

– Claro. Agradeça a sua honrada mãe por esses biscoitos deliciosos. Peça a receita.

Rômulo despediu-se visivelmente chateado. A italiana tomara um bom tempo, que ele não esperava. Pediu fogo para uma morena que passava. Saia curta e justa, uma blusinha decotada, maquiagem chamativa. Suas suspeitas se confirmaram quando a moça disse, ao acender seu cigarro:

– Tem programa pra hoje, bonitão?

– Você não é de se jogar fora. Eu não me importaria de perder uma grana e uma meia hora com você. Mas estou a trabalho. Conheceu Paolo, o cara que morava aqui? Está desaparecido.

– Ah, esse cara? Ele não era muito sociável. Nunca nem me olhou na cara. Na verdade, ele não falava com ninguém. Só abria a boca pra reclamar. Um chato.

– Fique com o meu cartão. Se souber de alguma coisa, me ligue.

– Você não vai me arrumar problemas, vai?

– Escuta, menina. Eu não me importo com o que faz da sua vida. Não sou policial. Eu fui contratado pela família deste homem. São muito ricos e estão desesperados por saber do paradeiro dele. Tá bom?

A garota, se chamava Janaína e ficou para trás, encostada na parede, encarando o detetive, meio despudorada. Ele a encarou de volta no carro. Ficou um tempo assim. Depois passou devagar por ela, sorriu e piscou. Ela retribuiu soprando um beijinho.

Os Diários

No dia seguinte Rômulo ligou de um telefone público para a italiana, Dona Carmen, perguntando se podia passar lá, conforme combinara, para entrar no apartamento de Paolo, depois que a polícia liberou o local, após investigações.

As 11 horas recebeu as chaves das mãos de Carmen e suportava com paciência a sua tagarelice. Tentando manter a cabeça fria e seus instintos detetivescos aguçados. O apartamento de Paolo, como todos daquele bloco, era pequeno. Sala e cozinha conjugados, um quarto, banheiro e lavanderia. Na sala, um sofá de três lugares, uma mezinha redonda de centro com tampa de vidro, uma tevê sobre um rack. Tudo era muito simples, mas organizado. Na cozinha, uma porta-janela dava acesso à sacada. Do lado esquerdo uma tábua de passar encostada na parede. No lado oposto os armários de cozinha, pia e fogão.

– Essa marca na parede? Tá vendo? – Perguntou o detetive. Referia-se a um risco formando um semicírculo que se desenhava na massa corrida que revestia a parede.

– Eu não sei, detetive. O senhor que tem o olhar clínico aqui. O que diz?

– Sim, é que, eu gosto de pensar em voz alta. Desculpa. É como se perguntasse a mim mesmo. Veja, – disse, apontando com a caneta com que anotava em sua caderneta, – Aqui no final se aprofunda, lascou uma parte da parede. É como se ele tivesse se apoiado.

Olhou para cima e viu um alçapão. Pediu alguma escada para a síndica italiana. Ela falou da dispensa e ele foi buscar. O sótão estava escuro. Usou uma lanterna até achar uma lâmpada, com interruptor de corda. O lugar tinha algumas caixas e objetos cobertos por plásticos. O chamou a atenção uma das paredes, que aparentemente tinha um retângulo de reboco ainda fresco, diferenciado pela cor mais escura do resto da parede. Pediu permissão de quebrar o local usando um martelo e uma talhadeira. A parede, como descobriu, era de tijolos duplos e entre uma carreira e outra tinha um vão, de um palmo, de onde revelou-se um pacote compacto e volumoso que caiu quando Rômulo terminou de quebrar o último tijolo.

Ele enfiou o braço e conseguiu tirá-lo. Deu mais uma boa olhada em tudo e viu uma caixa remexida e umas fotos e papeis caídos. Dentre eles uma foto de uma menina de uns 15 anos com uniforme de colégio e um sorriso radiante. Passou os olhos em alguns papéis. E sem tempo os colocou junto com o pacote debaixo do braço.

– Vou ficar com esses aqui. Já que a polícia não os confiscou, não podem ser considerados prova, não é?

– Mas se o senhor esconder isso deles, não vai estar interferindo?

– Senhora. Eu estou conduzindo uma investigação particular e paralela a da polícia. Meu trabalho não é atrapalhar, mas cooperar. Se eu souber de algo que eles não sabem eu irei ajudar, mas não sem que antes eu mesmo averigue a situação. Aliás, minha mãe mandou um saco de biscoitos amanteigados. Está no carro.

Dessa vez, sem tempo para o chá, Rômulo, com as coisas que confiscou do apartamento, foi direto para o seu escritório, que ficava num condomínio comercial no centro. O conteúdo do pacote, bem selado com fita, eram diários. 7 diários de 1986 a 1993. O último, referente ao ano corrente, claro, incompleto. Colocou a placa de fechado na porta e baixou as persianas. Ficou lendo os diários até o dia amanhecer. Tomava café e conhaque. Até que no ápice de sua instigação passou a misturar os dois. Saiu do escritório vidrado e foi para casa. Tomou um banho demorado e foi para o colégio Dr. Armando Vasconcelos esperar.

A menina saiu acompanhada de mais duas amigas. Era a da foto. No uniforme, o emblema do colégio lhe informou o nome da instituição, foi como soube. Ficou no carro esperando. Buscava nela o que talvez tivesse atraído a atenção de Paolo. Será que estavam juntos? Ele era um pedófilo? Mas se a menina estava indo as aulas normalmente, então fora consentido e ela o estava visitando. Resolveu segui-la, para quem sabe chegar a ele.

A cidade era pequena e as pessoas já olhavam desconfiadas para ele no estacionamento. Ainda que tivesse saído duas vezes para disfarçar, via-as olhando, comentando. Além de um pensamento persistente que passou a assombrá-lo: O texto em latim no final do terceiro diário. Parecia um encantamento. Uma evocação. E estava o consumindo para que procurasse entender seu significado.

As moças dobraram a esquina. Ele as seguia devagar. Uma se despediu e entrou e sua casa. A outra foi com a moça da foto até a casa dela. Se despediram no portão onde trocaram algumas palavras. Era sua vizinha, morava bem ao lado. Rômulo passou devagar. Anotou o número da casa e prosseguiu adiante.

Voltou para o escritório. Em casa não conseguiria se concentrar. Eram muitas distrações. Televisão, os vizinhos barulhentos, brigas e gritarias. Ligou para seu amigo Jota. Um bibliotecário intelectual, que se interessava por livros e as histórias contidas neles.

– E aí, cara? Beleza? Achei que não ia te encontrar aí. Fazendo hora extra?

– É, mano. Prazo de encerramento de matrículas. Muita gente já cadastrada entregando livros atrasados e querendo regularizar. E muitos novos fazendo matrícula. Sabe, né?

– Não, não sei. Há, há. Mas ó, tenho uma coisa aqui que te interessa. Pode passar aqui?

– Não posso, irmão. Tenho um encontro com uma gata. Já tava saindo.

– É um texto em latim. Você entende latim, né?

– Sim. O que é? Algum ritual de exorcismo?

– Cara. Se eu soubesse o que é não tava te ligando, mané. É um trecho de um diário. Só essa parte tá em latim. Posso te mandar um fax?

– Pode, mano. Claro. Amanhã dou uma olhada.

– Beleza. Tô mandando. A gente se fala. Boa sorte no encontro. Garanhão.

Rômulo destacou com cuidado a página do diário. Colou com fita durex em uma folha sulfite e mandou o fax. Esperaria mais algumas horas eternas até saber o que significava aquele trecho em latim. Foi pra casa mais cedo. Leu o quarto diário. Terminou as 2 da manhã e conseguiu recuperar parte do sono atrasado até as 8 da manhã.

Acordou com batidas intermitentes e fortes na porta. Espiou pelo olho mágico e eram dois policiais. Pegou sua pasta e seu terno e enfiou numa sacola. Entrou por um alçapão e saiu pelos fundos da casa, se arrastando pela terra, abaixo do assoalho. Foi para o escritório a pé. Ficava a 2 quilômetros dali. No banheiro, exíguo, usou a mangueirinha do bidê para se lavar e se secou com toalha de rosto.

Quando sua secretária Patrícia chegou para trabalhar, teve um pequeno susto ao ver o banheiro. Mas nada que a tenha deixado tão surpresa, conhecendo o chefe como conhecia.

– Vou fazer umas corridas hoje a pé. Vou pegar ônibus, taxi e quando não der vou caminhando. Não me bipe. Anote todos os recados e eu vou retornar quando puder. Estou nesse caso e até agora não saí da estaca zero.

– Sim, doutor. Olha, que nunca te vi tão concentrado num caso. O que houve? Tá apaixonado por aquela dona gostosona que lhe deu o serviço? A Olívia?

– Não faça uma cena de ciúmes, por favor. Espere eu chegar hoje e te faço um agrado. – Retrucou Rômulo segurando no queixo da secretária e lhe dando um beijo estalado. Patrícia era uma morena alta, pele alva, cabelos acobreados, cuidadosamente penteados e finalizados num coque. Os óculos e a maquiagem discreta lhe davam um ar sensualmente singelo.

Esperou a menina do colégio nas proximidades do lugar onde a segunda das suas amigas se despedia. Queria abordá-la sozinha. De qualquer forma levantaria suspeitas.

– Com licença, senhoritas. Vejam, não precisam ter medo, – disse mostrando sua credencial de detetive, – sou detetive. Estou investigando um caso.

A menina da foto, chamava-se Rúbia, olhou para a amiga e riu. Depois encarou Rômulo levantando as sobrancelhas e torcendo a boca.

– O que, detetive? Estamos sendo investigadas? Te falei para esconder bem o corpo, Beatriz. – Caçoou Rúbia. As duas davam gargalhadas e se divertiam com a cara do detetive que as observava sério.

– Veja, senhorita. Essa foto. É você, não? – Disse aproximando-se. – Eu a encontrei no sótão de um homem desaparecido que estou investigando. Esse é o homem. Já o viu?

Ao ver a foto do homem Rúbia empalideceu e ficou paralisada. Rômulo perguntou se estava bem e ela, depois de respirar fundo e se recuperar, segurou na mão da amiga e saiu correndo. O detetive correu atrás delas, mas desistiu depois que percebeu que alguns vizinhos começavam a sair das suas casas para ver o que acontecia.

O Velho

Nos arredores da floresta de pinheiros. A clareira a beira do rio irá revelar a gruta secreta onde se reúnem os mestres do tempo. Cada um evoque o seu mestre e quando a roda estiver completa, que a reunião comece. Pelos poderes concedidos a mim e todos da ordem, eu revogo as leis da natureza e do tempo para que a confluência das forças se estabilize e registre como regras do destino o que a quem pertence cada era, escrever em suas linhas.

– Então, o que quer dizer tudo isso?

– Eu não sei, cara. Mas parece ser uma organização secreta. Ou pode ser só uns caras ricos e soberbos que se acham melhores que os outros. Sabe, tipo teoria da conspiração? Enlouqueceram e acreditam que são superiores, como deuses. Donos do mundo. Algo assim.

– É cara. Que merda. Onde eu fui parar. Se eu me envolver com essa gente e me descobrirem, serei morto.

– Se quiser eu posso ajudar. Me chama pra alguma coisa. Sempre quis bancar o detetive. Me põe nessa cara.

– A gente conversa mais tarde. Vamos tomar uma no bar da polaca. Se divertir um pouco com aquelas dançarinas gostosas.

O bar, que na verdade era uma boate, estava muito movimentado aquela noite. Mesas cheias enquanto as dançarinas no palco rebolavam e escorregavam devagar pelos postes de pole dance. Os dois amigos já tinham bebido algumas doses quando a estranha figura, um homem velho, com bigode alongado e pontudo, surgiu. Calvo, com os poucos cabelos que cobriam as têmporas grisalhos e uma vestimenta estranha. Um sobretudo preto e cordas marrons penduradas no pescoço. Duas, que se cruzavam e eram amarradas nas respectivas mangas do casaco, deixando larga folga, que as faziam balançar. Tudo isso foi observado pelos olhos atentos do detetive, até que o homem, surpreendido pelo olhar incisivo de Rômulo, o encarou assustado e saiu correndo. O detetive deixou um dinheiro no balcão e saiu atrás do velho. O amigo o chamou, mas ele nem olhou para trás. Empurrava as pessoas da frente. O lugar estava muito lotado. Quando conseguiu alcançar a rua não viu nem sombra do homem. Continuou correndo até a próxima esquina, quando viu de relance o velho entrando num beco. Pra um velho ele corria muito. Rômulo já estava sem fôlego. Fumante e sedentário, não conseguia emplacar uma corrida por muito tempo. O velho desaparecera.

A Gruta

Na biblioteca municipal, com a ajuda do amigo Jota, Rômulo teve acesso a todas as plantas da cidade. Desde prédios públicos, casas, praças, parques e florestas. Procurou as referências da passagem que fora traduzida do latim e achou exatamente tal como foi descrita no diário. Foi para o local, sem muitas esperanças de encontrar alguma coisa sólida. Tudo aquilo parecia mais um sonho, ou algo tirado de um filme ou livro. Ascendeu um cigarro e ficou atrás de uma árvore, de frente para a entrada da gruta. O crepúsculo rasurava o céu num degrade vívido de roxo, vermelho e laranja.

Depois que acabaram os cigarros a ansiedade aumentou. Já tinha se passado uma hora e estava escurecendo. Nesse momento um nevoeiro espesso invadiu a entrada da gruta e logo se diluiu. E uma turba bizarra apareceu. Umas trinta pessoas paradas e amontoadas. Rômulo ainda estava impressionado com a visão. Limpando os olhos como se enxergasse embaçado, como se aquela visão fosse uma mancha que lhe borrava a vista. Mas não pode sair do lugar antes de apagar. Levou uma paulada na cabeça e caiu.

A ordem Elementar

Rômulo acordou deitado em um sofá, num salão enorme. Paredes de pedra, um chão tão liso e brilhoso de mármore branco, que podia ver seu reflexo nele. Na frente dele uma mesa de madeira redonda e em volta da mesa, sentadas, aquelas trinta pessoas da gruta, ele supôs, pelos trajes. De um dos flancos daquela mesa saiu uma figura. Rúbia, a menina da foto.

Sentado no sofá e ainda incrédulo, ele observava ela se aproximar. Os olhos o capturaram. Aqueles oceanos de um azul profundo, de onde um nadador mesmo hábil, não tem forças para lutar e se afoga. Agora decifrou o bilhete.

– Eu, Rúbia, pertenço a um outro tempo, em uma época distante. Nossa ordem secreta representa esse clico de pessoas eleitas para comandar o mundo. Ninguém até hoje soube de nós, exceto você e seu amigo Paolo. Somos como deuses, invisíveis, agindo e conspirando sobre tudo e todos. Agora que vocês sabem teremos de debater sobre isso. Não sei se sairão vivos daqui.

O velho se aproximou com uma corda com laço de enforcado. Rômulo quis mover-se, mas não conseguia. Escorreu uma lágrima e ele abria a boca, mas seu grito era mudo. A corda foi colocada em seu pescoço e na parede do salão, fora do seu alcance, uma corda com laço de enforcado foi desenhada na pintura de um grande quadro.

A paisagem era a floresta e a gruta. No canto esquerdo, pendurado e enforcado numa árvore estava Paolo e ao lado o lugar ainda vago de Rômulo. Da gruta, os trinta da primeira ordem que surgiu no mundo olhavam atentos para a frente, encarando o telespectador.

No sofá, atrás de Rômulo, com as mãos sobre os ombros dele, Paolo gargalhava com o laço de enforcado no pescoço.

FIM

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Tema: Desaparecimento