MELISSA

Ainda vejo por dentre a velha janela,

Seu cadáver frio e pendurado,

Que a sombra do toco pálido da vela,

Pela sua morte foi consumado!

Toda noite ouço os passos na escuridão

Caminhando sobre a treliça,

Sinto sua presença como a assombração

É sua alma que vaga Melissa?

Vi ontem à noite a branquíssima figura

Passeando no silêncio sepulcral,

Era você? Que se erguera da sepultura

E voltou ao nosso plano carnal?

Melissa, você poderia do além me ouvir,

Escutar esse meu pobre chamado?

Quando nas noites insones tento dormir

Tua aparição tem me atormentado

Nunca lhe fiz nesta vida mal algum,

Mas culpo-me pelo meu frenético delírio,

Um cheiro de enxofre tão incomum,

Há de consumir-me em dolorido martírio

Um barulho assustou-me nesta peliça

Quando na longa viagem resolvi descansar

A cocheira na carruagem era Melissa

Calmamente disse: Retornei para te buscar...

rodrigokurita
Enviado por rodrigokurita em 22/04/2020
Código do texto: T6925220
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