MELISSA
Ainda vejo por dentre a velha janela,
Seu cadáver frio e pendurado,
Que a sombra do toco pálido da vela,
Pela sua morte foi consumado!
Toda noite ouço os passos na escuridão
Caminhando sobre a treliça,
Sinto sua presença como a assombração
É sua alma que vaga Melissa?
Vi ontem à noite a branquíssima figura
Passeando no silêncio sepulcral,
Era você? Que se erguera da sepultura
E voltou ao nosso plano carnal?
Melissa, você poderia do além me ouvir,
Escutar esse meu pobre chamado?
Quando nas noites insones tento dormir
Tua aparição tem me atormentado
Nunca lhe fiz nesta vida mal algum,
Mas culpo-me pelo meu frenético delírio,
Um cheiro de enxofre tão incomum,
Há de consumir-me em dolorido martírio
Um barulho assustou-me nesta peliça
Quando na longa viagem resolvi descansar
A cocheira na carruagem era Melissa
Calmamente disse: Retornei para te buscar...