A ESQUIZOFRENIA
Ouço perto
De mim passos
Estou desperto
E vejo rastros
Há alguém vindo
Sei que vai adiante
Sempre sorrindo
Neste surto delirante
As vozes dentro,
Desta minha cabeça,
É esse o centro,
Faça isso, obedeça!
Mesmo que negue
Vejo o estranho
Esse me persegue,
E eu me acanho
Essas vis vozes,
Sempre elas dizem
Somos algozes
E as ideias dirigem
Quando deito,
Na cama ou a maca,
Pedem respeito
Se proteja com faca
Será que Freud
Poderia agora ajudar?
Sou esquizóide
E quero muito matar
Assim calaria,
Essas perturbações,
Sim eu mataria
Nas loucas emoções
Tudo aqui é alegórico
Ora, pois bem...
Nem esse psicotrópico
O efeito é aquém
Falta-me pouco,
Para realizar o intento,
Não sou louco,
Só tenho esse lamento
Vultos estão ali,
Real ou seria só fantasia?
Neles eu sim cri
Doente da esquizofrenia