OLHOS ATRÁS DA PAREDE
Quando as emoções se enervam
Tudo ao redor causa-me desconfiança,
Atrás das paredes eles observam
Meu medo infantil como duma criança
E pela fogueira vejo as centelhas,
Pentagramas espalhados por todo lugar
Observo velas e cruzes vermelhas
Um espírito maligno virá se manifestar?
Notei perto da estante um crânio,
Fragmentos de alguns ossos quebrados,
Neste vaso um solitário gerânio,
Próximo a alguns livros amaldiçoados!
Seria eu aquele a ser escolhido?
Para iniciar todo esse ritual moderno?
Pelas hostes será então acolhido
E abrirei esses portões para o inferno?
Muitos destes sequer não crêem
Aquilo que está com a magia compelida,
Por detrás das paredes eles vêem
O renascer da maledicência hoje perdida
A hora sinistra nesta ampulheta
Marca esse momento que nos prevêem
Das sombras surgirá um capeta
E meus pensamentos sinistros eles lêem!