O CENTURIÃO
Neste caminho sem absolvição,
O ódio intenso neste corpo deflagrado
Um padecer lento na expiação
Padece esse espírito assim mortificado
A morte é a sua condenação,
O tormento infinito distante de teu Deus
A sentença será a crucificação
Ao profeta coroado como rei dos judeus!
O cravo fincando em tua mão,
A cada pancada dada noutra martelada,
Nem para ti haveria a salvação,
Dando-lhe mais um golpe de chibatada
Torturem-no sem ter piedade,
Marquem em fogo estas suas costas,
Faça-o temer toda autoridade
Ficando nesta pele dolorosas crostas
Diga-me onde está sua alma altiva?
Em seu rosto repleto de terror,
Da cútis machucada em carne viva
Imputem-no ainda mais dor!
Ouça essas blasfemas cantorias
Daqueles que se diziam seus seguidores,
Proclamavam ser o único messias
Agora padece perante as terríveis dores!
Ergam-no e assim aviste o céu
Nesta cruz pesada que ao vento balança,
Desfrute deste vinagre com fel,
Ao trespassá-lo com a ponta desta lança!