DENTRO DE UM CONTO DE TERROR
POR JOEL MARINHO
A noite caía calmamente engolindo a bela tarde com seus últimos raios de sol que formava um colorido espetacular no horizonte. A escuridão aos poucos abraçava os últimos lampejos de luz que ainda insistia em clarear aquele lugar o qual seu povo costumava dizer que foi abençoado por Deus e por isso nada de mal poderia lhe acontecer. Pobres brisenses, nem imaginavam o que lhes esperava ao amanhecer.
Brisa era um país banhado em grande parte por um oceano fantástico que parecia fazer interconexão diretamente com o céu e seu povo era de uma mistura étnica das mais lindas do planeta terra. Apesar de tantos problemas sociais seu povo era alegre e vivia relativamente em paz, sem guerras, sem muitas catástrofes naturais. Não, não chegava a ser um paraíso, porém tinha muitas belezas em seu território.
Nessa noite os brisenses dormiram mais um daqueles sonos e tiveram sonhos fantásticos na esperança de acordar no outro dia e ir trabalhar, estudar, amar, brincar, levar uma vida sossegada apesar de corrida às vezes. No entanto, a partir daquele dia nunca mais seria a mesma coisa.
Um mal que se levantara do Oriente para o Ocidente chegou sorrateiramente naquele país e começou a matar indistintamente.
Havia pouco tempo um rei chegara ao poder com toda uma experiência de “acho que é assim” para a alegria da maioria daquele povo do achismo e da terra plana, também alimentados por governos anteriores, os quais pouco fizeram para um investimento sólido em uma boa educação e uma excelente rede de saúde pública.
Quando o mal começou a atacar o rei maior com medo de perder a majestade apelou para os deuses do além, muito jejum e orações, rituais de “curas milagrosas” e de olho na economia acima de qualquer vida. Então entrou em cena o fator político, outros queriam aproveitar também os holofotes e Brisa foi jogada em quarentena.
Eram tantas vozes se levantando que em pouco tempo aquele país lindo e pacífico entrou em ebulição, como um caldeirão de bruxa que cozinha as porções mágicas para um trabalho de feitiçaria ao estilo medieval. E o povo sem saber a que caminho seguir passou a andar para qualquer lado sem chegar a lugar algum.
Em pouco tempo quase nada restou, o mal ascendeu violentamente e saiu matando indistintamente homens, mulheres e crianças, mas enquanto isso os reizinhos daquele país já quase em extinção ainda se digladiavam pelos restos mortais do que sobrara. O ouro brilhava forte pelo chão, o poder com canetas e documentos sobre a mesa, uma xícara de café pela metade, um resto de pão roído acumulava baratas e moscas.
O cenário era estarrecedor, tal qual zumbis os que ainda resistiam o fedor de carniça e os ratos entre os corpos se arrastavam em busca de seus líderes que ainda respiravam e mesmo sem forças para falar esboçavam um sorriso exibindo seus egos.
Aos poucos eles foram sucumbindo e eu ali sentado assistia a tudo já também sem forças, mas anotava meus últimos momentos nesse conto de terror em que eu mesmo participava.
Mi...minhas mã...mãos trêmulas...me..meu cérebro gira, a ca..ca..caneta me cai da mão e minhas ultimas pa...pa...pa...palavras...eu vivi esse con...to de terr....or...
POR JOEL MARINHO
A noite caía calmamente engolindo a bela tarde com seus últimos raios de sol que formava um colorido espetacular no horizonte. A escuridão aos poucos abraçava os últimos lampejos de luz que ainda insistia em clarear aquele lugar o qual seu povo costumava dizer que foi abençoado por Deus e por isso nada de mal poderia lhe acontecer. Pobres brisenses, nem imaginavam o que lhes esperava ao amanhecer.
Brisa era um país banhado em grande parte por um oceano fantástico que parecia fazer interconexão diretamente com o céu e seu povo era de uma mistura étnica das mais lindas do planeta terra. Apesar de tantos problemas sociais seu povo era alegre e vivia relativamente em paz, sem guerras, sem muitas catástrofes naturais. Não, não chegava a ser um paraíso, porém tinha muitas belezas em seu território.
Nessa noite os brisenses dormiram mais um daqueles sonos e tiveram sonhos fantásticos na esperança de acordar no outro dia e ir trabalhar, estudar, amar, brincar, levar uma vida sossegada apesar de corrida às vezes. No entanto, a partir daquele dia nunca mais seria a mesma coisa.
Um mal que se levantara do Oriente para o Ocidente chegou sorrateiramente naquele país e começou a matar indistintamente.
Havia pouco tempo um rei chegara ao poder com toda uma experiência de “acho que é assim” para a alegria da maioria daquele povo do achismo e da terra plana, também alimentados por governos anteriores, os quais pouco fizeram para um investimento sólido em uma boa educação e uma excelente rede de saúde pública.
Quando o mal começou a atacar o rei maior com medo de perder a majestade apelou para os deuses do além, muito jejum e orações, rituais de “curas milagrosas” e de olho na economia acima de qualquer vida. Então entrou em cena o fator político, outros queriam aproveitar também os holofotes e Brisa foi jogada em quarentena.
Eram tantas vozes se levantando que em pouco tempo aquele país lindo e pacífico entrou em ebulição, como um caldeirão de bruxa que cozinha as porções mágicas para um trabalho de feitiçaria ao estilo medieval. E o povo sem saber a que caminho seguir passou a andar para qualquer lado sem chegar a lugar algum.
Em pouco tempo quase nada restou, o mal ascendeu violentamente e saiu matando indistintamente homens, mulheres e crianças, mas enquanto isso os reizinhos daquele país já quase em extinção ainda se digladiavam pelos restos mortais do que sobrara. O ouro brilhava forte pelo chão, o poder com canetas e documentos sobre a mesa, uma xícara de café pela metade, um resto de pão roído acumulava baratas e moscas.
O cenário era estarrecedor, tal qual zumbis os que ainda resistiam o fedor de carniça e os ratos entre os corpos se arrastavam em busca de seus líderes que ainda respiravam e mesmo sem forças para falar esboçavam um sorriso exibindo seus egos.
Aos poucos eles foram sucumbindo e eu ali sentado assistia a tudo já também sem forças, mas anotava meus últimos momentos nesse conto de terror em que eu mesmo participava.
Mi...minhas mã...mãos trêmulas...me..meu cérebro gira, a ca..ca..caneta me cai da mão e minhas ultimas pa...pa...pa...palavras...eu vivi esse con...to de terr....or...