OS VERMES

Ondas esfomeadas me atacam

Atraídas pela carne e por toda vida,

Ainda vivo ainda assim matam

Infestando-me dentro desta ferida

O instinto guiando essa massa

São numerosos estes nojentos insetos

Diferem dos enxames de traças

Rastejam lentamente e sempre eretos!

Já entram pelos bolsos do terno

O pulmão sadio está sendo devorado

Alimentam deste órgão interno

Logo haverá de estar tudo acabado!

Minha dor jamais se acaba,

Eu quereria com esperança sorrir

A morte não acaba na vala,

Temo ainda o que haveria porvir!

Em cada espasmo eu respiro

Descolando um pedaço desta derme

Adeus, o meu último suspiro

Tragando a boca esse maldito verme

rodrigokurita
Enviado por rodrigokurita em 07/04/2020
Código do texto: T6909250
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