OS VERMES
Ondas esfomeadas me atacam
Atraídas pela carne e por toda vida,
Ainda vivo ainda assim matam
Infestando-me dentro desta ferida
O instinto guiando essa massa
São numerosos estes nojentos insetos
Diferem dos enxames de traças
Rastejam lentamente e sempre eretos!
Já entram pelos bolsos do terno
O pulmão sadio está sendo devorado
Alimentam deste órgão interno
Logo haverá de estar tudo acabado!
Minha dor jamais se acaba,
Eu quereria com esperança sorrir
A morte não acaba na vala,
Temo ainda o que haveria porvir!
Em cada espasmo eu respiro
Descolando um pedaço desta derme
Adeus, o meu último suspiro
Tragando a boca esse maldito verme