A QUARENTENA
[o horror seria apenas a brevidade,
se fosse ficção e não essa verdade]
Sinto certo aumento corporal,
Neste corpo que ainda se mantém vivo
Esse medicamento retroviral
Induz em coma neste estado vegetativo
Respiro na ventilação mecânica
Alvéolos inflamados com as secreções
Na terapia intensiva a dinâmica
Falência contínua destes meus pulmões
A febre causando esses delírios
Testes usando essa hidroxicloroquina
Isolado desinfetam os utensílios
Na parada cardíaca usam a adrenalina
Sou outro doente diagnosticado
Portador da virulência deste COVID19,
Ao leito moribundo internado,
O corpo doente sequer agora se move
Não há vacina nem reabilitação,
Imerso em pensamentos da mortandade
Enfrento essa horrível infecção
Morto serei outro número de fatalidade!
Que termine minha quarentena,
Nada tem serventia, nem o antibiótico
No obituário serei outra dezena
Sendo o repositório deste mal virótico!