A QUARENTENA

[o horror seria apenas a brevidade,

se fosse ficção e não essa verdade]

Sinto certo aumento corporal,

Neste corpo que ainda se mantém vivo

Esse medicamento retroviral

Induz em coma neste estado vegetativo

Respiro na ventilação mecânica

Alvéolos inflamados com as secreções

Na terapia intensiva a dinâmica

Falência contínua destes meus pulmões

A febre causando esses delírios

Testes usando essa hidroxicloroquina

Isolado desinfetam os utensílios

Na parada cardíaca usam a adrenalina

Sou outro doente diagnosticado

Portador da virulência deste COVID19,

Ao leito moribundo internado,

O corpo doente sequer agora se move

Não há vacina nem reabilitação,

Imerso em pensamentos da mortandade

Enfrento essa horrível infecção

Morto serei outro número de fatalidade!

Que termine minha quarentena,

Nada tem serventia, nem o antibiótico

No obituário serei outra dezena

Sendo o repositório deste mal virótico!

rodrigokurita
Enviado por rodrigokurita em 02/04/2020
Código do texto: T6904371
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