CHAPEUZINHO VERMELHO (A FÁBULA MACABRA)
Em uma casa muito asseada,
Penteava-se diante do grande espelho,
A menina sempre prendada
Seu apelido: Chapeuzinho Vermelho
Mas havia algo estranho nela
A força que se escondia na intimidade
Um dia fora visitar a avó dela
Despertando em si essa sua iniquidade
Caminhava na floresta densa
Levando na cesta bolo e guardanapo,
Sentira uma estranha presença
Parecia ser algum enviado do diabo
Pelo caminho vira a borboleta
A estrada da floresta é sempre perigosa
Vira adiante uma aparição tão vaporosa
Tão negra e densa, era o capeta!
A carne santa daquela menina,
Serviria como repositório da castidade
Cumpria-se assim minha sina
E volto do inferno para essa realidade
Seus pensamentos se fundiram
Como o vento que sopra todo esse pó
As forças negras lhe possuíram
Mas ela precisava encontrar sua avó!
No casebre seu corpo em transe
Retorcia-se em escatológicas convulsões
O cheiro fétido de fresco sangue
Fizera com que tivesse as horríveis visões
Percebera a presença d’um animal
Semelhante a um lobo da floresta selvagem
Em frenesi libertou o lado bestial
Escalpelando-o com os dentes toda pelagem
De dentro dele sua avó suspirava,
Gemendo em um cenário de imenso pavor,
Chapeuzinho com a mão esganava
A avó desacordada era vítima deste horror
Naquele momento certo caçador,
Aparecera com a espingarda em sua mão,
Vira todo esse cenário de terror,
Beijou o crucifico – ajoelhado na oração
- Veja bem seu miserável mortal
Fique encurvado em meus pés de joelho,
Tua vida chegara ao ponto final
Sou o demônio que habitava um espelho!