JOÃO E MARIA (A FÁBULA MACABRA)

[haveria decerto a mentira como rábula

porém este conto não seria uma fábula]

I

Eram dois irmãos, Maria e João

Ambos pareciam normais,

A menina previa a premonição,

O menino dons espirituais

Órfãos precisavam do sustento,

Não tinham parentes e nem familiares

Isto lhes causa tanto sofrimento

Quando já percorreram diversos lares

Moravam em uma cabana,

Até presenciarem algo sobrenatural,

Das trevas algo se emana,

A legião maligna de todo nosso mal

Salvos por um caçador,

Encontraram na mata uma moradia,

Pelo ar o adorável odor,

De bolo em suas narinas enternecia

Naquela casa bem adiante

Dentro da floresta tão claustrofóbica

Via-se a senhora e avante

Pediram refúgio a criatura diabólica

II

A velha lhes ofereceu comida

Até uma cama decente para se dormir

Não notaram nessa homicida,

O horror que ainda estaria por surgir!

- Maria, farei em ti as tranças,

Enquanto João se deleita em sua gula

Adoro devorar novas crianças

E depois enterrá-las na rasa sepultura

Neste momento a clarividência

Permitiu a Maria pressentir esse perigo

Ocultou uma faca na sapiência

E disse a velha: - Venha brincar comigo!

Um olhar diabólico aparecia,

Nos lábios de Maria tão empalidecidos

A adrenalina no corpo corria,

E seus dedos estavam todos enrijecidos

Debaixo da árvore em cinismo

Maria cravou na velha o afiado punhal

- Vede mulher, teu canibalismo

Chegara ao fim com este golpe fatal

O sangue esguichava em jatos,

João observou tudo com certa surpresa

Enquanto apareciam tantos ratos

E devoravam aquela mulher indefesa!

rodrigokurita
Enviado por rodrigokurita em 01/04/2020
Reeditado em 01/04/2020
Código do texto: T6903620
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.