A REFEIÇÃO
Toda minha brutalidade
É apenas singularidade...
Pergunto-me o que há dentro?
Deste teu rijo corpo?
Cortá-lo-ei do meio ao centro
Você já está morto!
Observo seu olhar cadavérico,
As pupilas tão dilatadas,
No meu desejo assim histérico
Ter suas partes serradas
Você superou essa tormenta
Terá uma sua morte violenta
Retalho os membros em pedaços
Observo este sangue a fluir,
Guardo-os congelados com laços
Para que não possa escapulir
Ponho-te nesta minha frigideira,
A parte tenra da carcaça,
O resto de você está na geladeira
Enfim a morte te abraça
Não queria que fosse este o fim
Mas agora você viverá em mim
Nunca suportei este teu falecimento
Deixar-te na cova consumida,
Vermes devorando-a neste cimento,
Então você será minha comida!