A NAVALHA

Passo certa lâmina pelo pulso,

Certo de que o insano impulso

Viria a uma artéria cortar,

Sangraria então até esvair-se

Toda a angústia de pairar,

Até esse macabro expandir-se!

Não tenho o sono nem fome

Satã conhece-me pelo nome

Já não bebo nem corto o cabelo

A lâmina fria e tão cortante,

Noites insones neste desespero,

Neste pensamento delirante

Forças estranhas na cabeça,

Não permitem que esqueça

As vozes aqui dentro de mim,

Morra! E deixe que essa navalha,

Decrete tua desgraça e enfim,

Na sua pele esta marca se entalha

Não posso deixar de escutar

A frase que vem atormentar

Deixei de lado todo esse remédio,

No sulco da epiderme a navalha

Corta-me no diabólico sacrilégio,

Ao inferno desço como canalha

rodrigokurita
Enviado por rodrigokurita em 31/03/2020
Código do texto: T6902914
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.