O BAILE FANTASMA
Nelma desligou o telefone aparentemente nervosa, a noite já se aproximava e ela já se preparava para um bom banho, trocaria de roupa e aguardaria a chegada do namorado para irem a um baile de formatura de uma amiga sua que aconteceria em um badalado clube da cidade. Após o banho ela sentou-se no sofá da sala e perdeu-se em pensamentos, estava intrigada com a argumentação de Fred quando lhe disse que talvez não fosse ao baile, mas prometeu que logo após o jantar estaria com ela para conversarem e decidir se iria ou não a essa festa tão esperada.
A noite caiu rápido e Nelma nem se apressou em jantar, preferiu esperar o namorado para saber na realidade o que ele pretendia. Esse baile era imperdível para ela, fizera mil planos com as amigas para se divertirem até o amanhecer, nada a impediria de ir. Quase deitada no sofá viu através da janela a lua se esconder atrás de uma nuvem escura, estranhamente seus olhos brilharam e ela sorriu como se aquilo fosse um motivo de satisfação.
Enfim chegou seu namorado, elegantemente vestido tirou-a do sofá, ela que já estava dentro de um chic vestido longo na cor vermelha esbanjando um belo sorriso levantou-se e o acompanhou até o carro. Olhou discretamente para o relógio de parede que existia na sala, eram pouco mais de 22:00 h. e a essa hora a festa já estaria acontecendo. Preocupada pediu que Fred acelerasse para que chegassem logo ao clube. Não demorou muito e lá estavam, apresentou os convites na entrada e se dirigiram ao salão que estava totalmente às escuras, o que a deixou surpresa. Imaginou ser a hora da valsa, pensou também que já pudesse ser meia-noite e a dança teria início, lamentando ter chegado atrasada.
Uma nuvem branca de fumaça, daquela que vemos em shows de cantores, surgiu na frente de Nelma, ela procurou Fred e não encontrou, há poucos minutos segurava a mão dele e agora se via sozinha. A fumaça foi se dissipando aos poucos e ela pôde vislumbrar no salão figuras esquisitas em evoluções que em nada se assemelhavam a qualquer tipo de dança, muito menos uma valsa. No local destinado a orquestra ela viu esqueletos que encenavam um ritual fantasmagórico, uma música desconhecida era entoada e no salão criaturas em forma de zumbis começavam a dançar, aos pares seguiam o ritmo da música nada agradável aos seus ouvidos. Procurou insistentemente pelo namorado, em vão buscou em todo o local achar Fred, nada dele. Seu ombro foi tocado por u'a mão fria e um grito histérico saiu de sua garganta. Aqueles convidados ora dançando ali não passavam de fantasmas, alguns com trajes esfarrapados, outros bem vestidos, porém lembrando vampiros com seus ternos pretos. Novamente um grito histérico fugiu de sua garganta, momento em que Nelma se viu em seu sofá sendo acordada pelo namorado que acabara de chegar.