O MORCEGO
Observei por um espelho convexo,
Diante de um feixe com luz
Essa figura não tinha nem reflexo
E arrepiou-se ao ver a cruz!
Quem seria este ser que se intenta
A vagar dentro da escuridão,
Evita aproximar-se d’ água benta
E sua moradia é um caixão?
Notei seus passos de maneira alínea,
Aquele fedor era tão sepulcral
De meu cão a sua corrente sanguínea
Desapareceu no pobre animal
Toda madrugada quando me achego
Perto do parapeito desta janela
Avisto a árvore apenas esse morcego
Alumiado com o toco de vela
Era um mistério para mim esquisito
De tristeza soltei um suspiro
Será que as lendas por trás do mito,
Fizeram-me crer no vampiro?