COLHEITA MALDITA – O MILHARAL
Numa noite vi essa silhueta,
Alumiada pela luz duma estrela anã
No olhar notava-se o capeta,
Dirigindo os rituais desta seita pagã
Devo encontrar um andarilho
Assim ofertá-lo neste culto matinal,
E seu sangue irrigue o milho
Para que se prospere nosso milharal
No ar uma sensação tão fria
Parece rodear os limites da cidade,
Com essa presença sombria,
Louvamos esta estranha entidade!
-Sou um pastor, bem aventurado seja
Logo depois ouviu um baque
- Deus te dará tudo àquilo que deseja
Assim pregava o servil Isaac
Ainda haverá as épocas de bonança,
Nas sementes que germinarão,
Neste culto dirigido pelas crianças,
No solo nutrido em devassidão
Cada assassinato se harmoniza
Com essa profecia há séculos predita,
Nas orações de uma sacerdotisa
- Eis a farta safra da colheita maldita!