COLHEITA MALDITA – O MILHARAL

Numa noite vi essa silhueta,

Alumiada pela luz duma estrela anã

No olhar notava-se o capeta,

Dirigindo os rituais desta seita pagã

Devo encontrar um andarilho

Assim ofertá-lo neste culto matinal,

E seu sangue irrigue o milho

Para que se prospere nosso milharal

No ar uma sensação tão fria

Parece rodear os limites da cidade,

Com essa presença sombria,

Louvamos esta estranha entidade!

-Sou um pastor, bem aventurado seja

Logo depois ouviu um baque

- Deus te dará tudo àquilo que deseja

Assim pregava o servil Isaac

Ainda haverá as épocas de bonança,

Nas sementes que germinarão,

Neste culto dirigido pelas crianças,

No solo nutrido em devassidão

Cada assassinato se harmoniza

Com essa profecia há séculos predita,

Nas orações de uma sacerdotisa

- Eis a farta safra da colheita maldita!

rodrigokurita
Enviado por rodrigokurita em 27/03/2020
Código do texto: T6898707
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